quarta-feira, 1 de abril de 2015

até tu, Leonardo Boff?

volto ao blog depois de muito tempo... somente as imbecilidades de uma pessoa que já respeitei (um pouco) puderam me fazer voltar. Esta pessoa é o Leonardo Boff, de quem eu esperava um mínimo de apartidarismo voltado para o bem coletivo, mas o que vejo é somente uma continuidade de cacoetes políticos que estão causando asco ao Brasil. 

Faz algum tempo ele publicou uma matéria e eu escrevi o que está abaixo no face:

tem um texto do LEONARDO BOFF se espalhando pelas redes sociais, blogs, jornais, explicando o aumento do ódio contra o PT. EM um parágrafo ele escreve:

Esse ódio é induzido pela mídia conservadora e por aqueles que na eleição não respeitaram rito democrático: ou se ganha ou se perde. Quem perde reconhece elegantemente a derrota e quem ganha mostra magnanimidade face ao derrotado. Mas não foi esse comportamento civilizado que triunfou. Ao contrário: os derrotados procuram por todos os modos desligitimar a vitória e garantir uma reviravolta política que atenda a seu projeto, rejeitado pela maioria dos eleitores.

vamos dissecar:

1- ódio induzido pela mídia conservadora.
Então mentiras eleitorais e corrupção não têm nenhuma ligação com a conduta popular contra o PT?
2- Aqueles que não respeitaram o rito democrático.
Até tu, Boff? Elevar a democracia acima da república é artifício de ditador de esquerda, que recheia a democracia com mentiras e a doa ao povo como salsicha.
3- os derrotados procuram por todos os modos desligitimar a vitória:
Desligitimar tem alguma semelhança com desconstruir... de desconstruir candidaturas com mentiras ou meias verdades, como o PT fez com Marina, Aécio, ou com quem quer que cruzasse o seu caminho? Com camuflar números, estatísticas? Maquiar pesquisas?
4- reviravolta política que atenda a seu projeto.
Então, caro Boff, somente o PT tem direito a propor reviravoltas políticas. Que eu lembre foi o PT que pediu alguns impeachment contra FHC. Que eu saiba é o PT que está banindo o mérito e implantando uma ditadura de esquerda, onde os iguais são mais iguais que os outros.
5- rejeitado pela maioria dos eleitores.
Esta maioria foi bem pequena, caro Boff, e aconteceu por um estelionato eleitoral medonho, por uma sequência de mentiras, desconstruções e improbidades (incluindo a compra de deputados para aprovar a "irresponsabilidade" fiscal depois das eleições). Uma diferença muito pequena e já mudada nas pesquisas recentes, depois que a máscara da presidenta começou a cair.
Tem certeza que são por estes motivos que a população está com ódio do PT, caro Boff?

Isso foi no começo de março. Agora ele conseguiu piorar. E dentro do pior dá a impressão que ele se tocou que tinha escrito besteira, pois seu texto era ridiculamente um instrumento de divisão social. Como pode um "pastor" separar seu rebanho pelo ódio. Então ele veio com novas imbecilidades, do tipo:

O nosso mal-estar é singular e se deriva das várias vitórias do PT com suas políticas de inclusão social que beneficiaram 36 milhões de pessoas e elevaram 44 milhões à classe média. Os privilegiados históricos, a classe alta e também a classe média se assustaram com um pouco de igualdade conseguida pelos do andar de baixo. 

Neste mesmo texto ele escreveu abaixo:

É a emergência de milhões que eram os zeros econômicos e que começaram ganhar dignidade e espaços de participação social, ocupando os lugares antes exclusivos das classes beneficiadas. Isso provocou raiva e ódio aos pobres, aos nordestinos, aos negros e aos membros da nova classe média.

Eu pergunto a você que lê esta postagem: Em algum ponto destes comentários você se situa? Você, que como eu é uma pessoa normal e apenas quer um Brasil melhor, tem ódio dos que melhoraram de vida. Tem ódio destes 44 milhões que o PT inventou maquiando números e pesquisas, por que a quantidade real não é essa? Mas que sejam 44 milhões ou 1 pessoa que melhorou de vida com as ações do PT, você a odeia?
Não satisfeito, o Boff continua (estou cortando outras besteiras):

Em segundo lugar, creio na força transformadora do amor como vem expresso na Oração de São Francisco: onde houver ódio que eu leve o amor. 
Se não encontrarmos nem escutarmos o outro, como vamos saber o que pensa e pretende fazer? Ai começamos a imaginar e a projetar visões distorciadas, alimentar preconceitos e destruimos as pontes possíveis que ligam as margens diferentes.
Em outras palavras, importa pensar mais no Brasil como nação e menos nos partidos. Estes devem dar centralidade ao bem geral e unir forças ao redor de alguns valores e princípios fundamentais

Morde e assopra? Onde está o teu senso? Escreveu besteira antes e está tentando costurar? De que lado vc está, Boff? Atiça o ódio e fala em amor. Defende a insanidade do PT sabendo que a população está enfurecida e transfere culpas, depois vem falar de amor. O que você está preparando? 

Não vou dissecar novamente seu texto, nem comentar as outras besteiras do artigo. O que quero dizer, caro Leonardo Boff, é que você, exatamente você, não tem o direito de escrever o que está escrevendo. Não só pelo que representa na "sua"  comunidade, mas pelo evidente patrimônio intelectual que tem, e que não pode, em hipótese alguma, ser usado para o mal, como está fazendo. 
Sim, você está usando a inteligência para o mal. Para confundir, para complicar. Não espero nunca que você mude suas ideologias, mas espero menos ainda que você textualize seu partidarismo de maneira tão baixa.

Precisamos com muita urgência de pessoas coerentes e apartidárias. Assim, a única impressão que passa para quem não é da sua linha, é que também, de alguma forma, mama nas tetas deste governo corrupto (como todos os outros governos).