sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pensar não dói, ou quase nada...

Faço um convite aos amigos para visitearem o blog PENSAR NÃO DÓI, do Arthur Golgo Lucas. http://arthur.bio.br/ Eu estava navegando pela net e acabei ancorando lá... ótimas idéias sobre assuntos muito pertinentes. Num comentário que fiz no seu blog, convidei-o a ler a matéria "cirurgião dentista ameaça a segurança nacional", aqui do meu blog. Estou tomando a liberdade de publicar aqui o comentário que ele fez. Quem lê-lo aqui já vai experimentando um pouco de seu pensamento.
Mauro:
A CF (Atr. 5° inciso I) diz que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, exceto nos casos previstos na própria CF. Mas as idades para aposentadoria são diferentes, as regras para pagamento de pensão para filhos e para filhas são diferentes, os períodos de licença legal ao ter um filho são diferentes, a obrigatoriedade de serviço militar é diferente e a lei que protege contra a violência doméstica foi redigida para proteger só um sexo. Todos são iguais perante a lei. Mas quem é heterossexual pode casar, adotar uma criança junto com o cônjuge, incluir o cônjuge como dependente em qualquer plano de saúde, na previdência e para efeito de impostos, compor renda para adquirir imóveis, etc., e a quem é homossexual todos estes direitos são negados.
A discriminação racial é crime inafiançável em nosso ordenamento jurídico. Mas discriminar racialmente os postulantes a vagas em instituições de ensino de nível superior e favorecer uma raça em detrimento de todas as demais tem sido praticado abertamente.
E tua achavas que teus direitos fundamentais garantidos na CF estavam hierarquicamente acima das ordens que o miliquinho estava obedecendo? :P Experimenta dizer "não saio daqui porcaria nenhuma, eu estou na frente da minha casa, não estou fazendo nada errado e não tenho que zanzar feito uma barata tonta para me adequar a uma exigência ridícula e ilegal". Tenta. :) Grande abraço!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PARECE

As coisas passam pelos meus olhos
Parece
Como sempre passaram
É o mundo que vejo
Como sempre vi
Eu acho
Sem espaço para profundas mudanças
E sinto
As coisas como sempre senti
Parece
Mesmo que a paixão não destrua a alma
Ou o ciúme degenere em mais uma solidão
Mas sinto com sentia
E vejo como via
Eu acho
Porém
Ah! Porém
Os espelhos
As fotos
Os filmes
As roupas
Os versos
Como contam uma história tão diferente de mim...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

REDEL

Você tem certeza?
nota de esclarecimento nada literária

Resumindo:
No dia 08 de agosto, um sábado, a Grasiela comprou um sonhado carro novo. Tirou ele da concessionária as 10h da manhã e, as 14 horas, levou uma batida.
Estávamos estacionados (e dentro do carro) na rua D. Henrique, quase esquina com a Quinta Avenida, em BAlneário Camboriú, quando um carro da REDEL (serviços de internet), estacionado atrás do nosso, saiu imprudentemente para a rua e foi atingido por outro, prensando-o contra o da Grasi. Amassou desde o pára-choque traseiro até o dianteiro. E o carro estava com 38 km rodados.
Tudo bem, acidentes acontecem e, na maioria das vezes por alguma imprudência mesmo. Logo apareceu um outro funcionário da REDEL e, ao ver que a Grasi estava ligando para o seguro dela, nos pediu para que não o fizéssemos, pois ele acionaria o deles e seria melhor. Concordamos, pois isso é o habitual. Só que o dele era o Bradesco Seguros. (quem já lidou com o Bradesco Seguros, com certeza, já se arrepiou).
Na segunda pela manhã ela levou o carro para a Citroen e eu liguei para o gerente da REDEL, ou ao menos o cara que nos falaram ser o gerente, chamado Juliano, avisando que o carro já estava na oficina da agência, esperando o perito do seguro. Ainda expliquei que tínhamos uma viagem marcada, que era pra ser feita com aquele carro (que é mais espaçoso) e pedi para que fossem o mais ágeis possíveis no andamento dos trâmites normais, sendo que o tal Juliano me informou que iriam agilizar ao máximo o processo.
Bem, resumindo: o aviso de sinistro chegou ao seguro da REDEL na quarta-feira, dia 12, as 15:30h. Fiquei impressionado com a competência! Principalmente depois que tive que ir pessoalmente na REDEL e, infelizmente, “entornar o caldo” . Tive que falar grosso com quem não merecia, mero funcionário que o tal de Juliano preferiu que desse a cara pra bater, já que a dele deve ser muito preciosa, tanto quanto infantil.
No dia seguinte, quinta feira, fiquei mais de duas horas tentando informar o seguro Bradesco do sinistro (é, é isso mesmo, eles precisavam que eu também informasse). Passei por 4 atendentes de call center. Enfim, munido de muita paciência, consegui informar a seguradora do carro que bateu no nosso, que estava corretamente estacionado e foi atingido pelo carro segurado, que o nosso foi batido pelo carro que eles seguravam. Entenderam? Pois é, foi mais ou menos assim mesmo...
Resumindo: o perito do Bradesco foi lá na oficina na sexta-feira, dia 13, e, na outra quarta-feira, dia 19, fomos informados que este perito do Bradesco não liberou o serviço. Isso porque o motorista do carro da REDEL não estava habilitado para estar conduzindo o mesmo naquele momento.
Resumindo: A Grasi teve que acionar o seguro dela (felizmente um bom seguro, Allianz, até que se prove o contrário), mas, precisa passar por todo o processo de novo. O serviço na carro de 38 km dela ainda nem começou. A viagem com o carro espaçoso dançou. Estamos no dia 25 (o acidente foi dia 08). Mais nenhum contato da REDEL, como se o caso nem fosse com eles.
Então, resumindo, eu pergunto: você confiaria nessa empresa?
Olha o que está escrito no site deles:
“O que vêm a sua cabeça quando você ouve a palavra Internet? Para muitos, informação, para outros, trabalho, diversão, cultura e conhecimento. Para nós da Redel, a Internet Aproxima Pessoas , como nenhum outro meio de COMUNICAÇÃO, derrubando fronteiras e barreiras, com a liberdade de criar, se expressar e aparecer para o mundo, revelando maravilhas em pessoas comuns”
Que maravilha que revelaram em nós!
De nós eles não se aproximaram. Tiveram uma atitude de moleques, do começo ao fim. Será possível que eles não sabiam que o condutor estava irregular? Acho que se não soubessem, a credibilidade deles cairia ainda mais. Um exemplo claro de incompetência gestacional.
Essa nota desabafo só tem a intenção de alertar e usar o blog para protestar. Se esse é o padrão de procedimentos deles, não é confiável ter Redel em suas casas.
Resumindo: teremos que tomar as medidas necessárias. Caro Juliano, fique só pensando quais serão elas...

terça-feira, 28 de julho de 2009

desejos liquefeitos



Não esperem de mim nada além do que o pânico
por esperarem de mim mais do que consigo
Verte de mim apenas uma poesia bêbada
Versos trôpegos e ácidos
Por não serem melhores do que esperam que sejam
E o que escrevo parece nunca aprofundar mais
do que a pele dos sentimentos
Dos horrores
Dos lamaçais da alma
Não me chamem poeta
Não me esperem poeta
Contista ou romancista
Só escrevo porque o coração berra
As sensações de desejos liquefeitos
E só isso

segunda-feira, 6 de julho de 2009

o último abraço do tempo



e quando o tempo me der seu último abraço
e eu sentir seus braços frios me conduzindo os passos
vou lembrar do primeiro vento

que varre as folhas secas do outono

e deixarei que ele leve solidões e lágrimas minhas
antes que a doce morte me beije a face
e as solidões e lágrimas umedeçam seu beijo...
quero apenas lembrar da ternura de alguns abraços
e do riso distraído de meu filho
e das mãos que se soltaram das minhas
tantas, suaves como uma manhã que chega
com brisas cheirando terra e mato, e amor
e foram, na estrada onde eu não podia andar...

e vou buscar, com alguma alucinação poética
mas com infalível calma
nos dias que rapidamente ficaram distantes
os recados, os bilhetes, as pequenas coisas do gostar
muitas fotos e acasos, tantos acasos
que derramaram estrelas distraídas em meu caminho
e direi a cada nome de mulher que vi partir nesta estrada
que a amei como nenhum homem amaria
amei como um poeta em desalinho
por minutos ou na eternidade das horas
e a todas pedirei que não me esqueçam
quando a tarde encostar no ombro da noite seu cansaço
que lembrem de mim que amei o dia e a noite
o vento e a chuva que duplicava cidades nas ruas
e seus beijos, seus sutis esquecimentos
e suas lágrimas...
que me perdoem!
e vou partir
abrir no peito a porta do encantamento
e deixar que dele fujam os sonhos que não terminaram
ficaram pela metade
as vontades derramadas
as tristezas que escondi por serem só minhas
as estrelas que brilham no peito dos poetas
que nada valem
mas que me levarão em seu rastro de alegria
colorindo a morte com delicados tons de ironia
e me fazendo eterno
como tanto quis nos meus amores
sem nunca ter conseguido...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

CPI DNIT

vem aí a CPI no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte)... sabem por que? O órgão gasta mais de 5 bilhões por ano e... e? Bem, basta ver como estão nossas estradas... pra onde vai esse dinheiro todo? Pra tapar buraco?

Pra quem não sabe, o DNIT substituiu o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem)

Por que estou postando isso?

é só ler a postagem abaixo...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

cidadania européia



É aquela história da primeira vez que a gente nunca esquece. Confesso que essa primeira vez não vai dar pra esquecer mesmo. Nestes primeiros dias, depois que voltamos de Paris, última cidade da viagem, me cobrei muito devido à sensação que me acompanhava. Algo meio parecido com uma falta não sei bem do quê, ou uma vaga espécie de depressão. Depressão pós viagem? Eu? Eu que sempre me achei assim tão brasileiro e me orgulhava da pátria amada? Eu que desprezava a arrogância européia, e ainda mais os brasileiros que se derretiam diante dos fascínios do primeiro mundo? Como eu poderia estar sentindo a falta de alguma coisa que ficou por lá? Mas estava. E não era só o fato de ficar 17 dias sem celular, longe dos problemas, das contas (que cresceram muito, é óbvio). Era alguma coisa a mais. Hoje descobri, e foi numa coisa tola. Eu estava parado na 470, indo para Rio do Sul trabalhar, num dos pontos em obras, quando uma camionete saiu da fila, se enfiou no meio dos carros, saiu lá na frente, e “se deu bem”. Logo liberou o trânsito e me vi numa fila interminável de carros em trânsito lento, pista simples, mal conservada. Caiu a ficha. (deputados e senadores não andam de carro em estradas assim, e nem mesmo de classe econômica nos vôos). Eu não estava sentido a falta só das coisas, das paisagens, dos bonjours, bonjornos, e dos vinhos. A falta maior era da cidadania.

É claro que 15 dias é pouco tempo pra considerações profundas, mas o que mais salta aos olhos na região que visitamos (Veneza, Florença, Siena, Menton, Aix en Provence, Avignon, Marselha e Paris, além das pequenas cidades onde passamos e não dormimos) é a notória consciência que o cidadão e o estado europeus têm de seus direitos e deveres. Em hipótese alguma são seres humanos melhores que nós. O europeu não costuma ser gentil, mas é educado. E é a educação, como sempre, o grande alicerce da cidadania. A criança de lá cresce habituada a não ter que dar um jeito fora do contexto pra se dar bem na vida. A cidadania segue uma regra, que passa por pagamentos de impostos e a óbvia retribuição do governo com escola de qualidade, saúde de qualidade, estradas e transporte de qualidade (as estradas pedagiadas sempre têm vicinais como opção para o mesmo percurso). Emprego e renda acaba sendo uma conseqüência de empenho e talento individual, mas ninguém pode reclamar da falta de oportunidade de desenvolver esse talento. Por lá o malandro que se dá bem é a exceção, o exemplo a não ser seguido, e chama a atenção. Por lá, se o malandro for apanhado, vai ser punido.

Na Itália estava tendo campanha política. Eleição não é mega-sena, corrida de cavalo ou partida de futebol, que se aposta pra ver quem vai ganhar. O cidadão educado vota com consciência. Seu voto está diretamente ligado ao seu grau de instrução, por que lhe é dado a possibilidade natural de ter um bom grau de instrução. O voto lá não é dependente de uma carrada de barro, uma sesta básica ou de uma bolsa família, imensa sementeira de votos e perpetuação “inteligente” no poder. Eu soube que somente 30% dos eleitores foram às urnas. Pode não ser bom para a democracia esse baixo índice de comparecimento, porém, ainda é muito melhor o voto não ser obrigatório. Existe democracia verdadeira com voto "obrigatório"?

Nós alugamos um carro em Florença e entregamos uma semana depois em Marselha. Fizemos mais de 1900 km. Nenhuma fechada, buzinada, reclamação, mesmo com o nosso andar ás vezes lento pra entender o caminho. Paramos em estacionamentos com parquímetro e sem guarda ou cancela. Quem quisesse pagar pagava, e todos pagavam. Pequenos exemplos.

Por aqui há tanta beleza também, ou mais. Mas não há cidadania. Não há escolas (minha maior decepção com o governo Lula). Não há acesso à escola. Não há estradas, transporte (perdemos milhões transportando de caminhão as safras por estradas sofríveis). Não há assistência eficiente á saúde. Não há segurança, nem justiça eficiente que se aplique aos delinqüentes de todos os níveis, eleitos ou não. Não há retorno aos mais de 5 meses por ano que trabalhamos para pagar impostos. Não há cidadania.
Programas sociais eleitoreiros mantam a fome, não incutem dignidade. Construir salas de aula não é política de escolaridade. Tapa buraco nas estradas não é reforma nos transportes. E o que falar da saúde? De onde vem o dinheiro para o europeu ter estrutura de vida proporcionada pelo estado? Com certeza não vem da corrupção. E eles pagam menos impostos que nós. Você acha que não? Então pense em proporcionalidade... quanto do imposto que pagamos reverte em benefícios sociais reais? Então? Quem paga mais imposto?

A lista de diferenças pode ser infindável e, se eu continuar a citá-las, vou ficar igual aos brazucas europatizados que eu sempre desprezei, e hoje chego a compreendê-los.

Muitos podem alegar que a riqueza deles começou com as caravelas de ouro e esmeraldas levadas do Brasil, ou que o protecionismo do governo ao produtor rural de lá aniquila o comércio de exportação dos emergentes. Que eles são arrogantes, insensíveis, prepotentes. Que são racistas, não tomam banho (e tomam pouco mesmo). Como eu disse, eles não são seres humanos melhores que nós, muito pelo contrário, mas são melhores educados, desde o começo. São cidadãos, nós não somos. Quem sabe um dia!

Ah! A foto lá do começo é de Iles Sur la Sorgue, conhecida como pequena Veneza francesa. Uma cidadezinha entrecortada por canais de águas limpíssimas e cheias de trutas, que são servidas em todos os muitos restaurantes. Um dia volto pra lá, e levo um caniço.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

tristeza


tem uma tristeza
de lágrima que ninguém vê
distraída
sem razão
que parece ter a ver com o coração
mas que é melhor não saber
melhor deixar ir ficando esquecida
uma vontade de ser tudo o que já se foi
e não ter o tempo que ainda vai ser

tem uma tristeza
assim meio sazonal
meio de ciclo, meio lua
mas que pula fases sem vir
e depois assusta
visceral, anônima, crua
sem aviso de chegada
sem hora pra partir

tem uma tristeza silenciosa
que corta minhas palavras ao meio
uma neblina de madrugada
escondendo o fim da rua
e as esquinas onde eu creio
deveria virar

tem uma tristeza escondida
em algum lugar
onde não quero encontrar