sexta-feira, 30 de outubro de 2009

link-se

estou acrescentando dois novos links no "lugares interessantes pra ir". O CRÔNICAS URBANAS (http://cronicasurbanas.wordpress.com/) e o CÁGADO XADREZ (http://romacof.wordpress.com/). São ótimos. Tenho conversado com muita gente e estimulado a leitura de blogs, assim como a fazer comentários neles. O universo blogueiro vem sendo a melhor maneira de se fugir da vala comum pra onde a internet já vai rolando. São espaços ainda tomados da pureza intencional do seu autor, basta ler e fica na cara qual o interesse nada escondido em cada linha. Não tenho visto lugares cotidianos melhores para abrir e afinar o pensamento também. Alguém acha que isso é fácil encontrar na mídia comum?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MEMÓRIA DE UM HOMEM

O Arthur pediu pra eu arrumar um jeito de acessar mais fácil as postagens antigas... mas ainda nem deu tempo de ver como se faz, ou se tem jeito de fazer isso no blogspot. Então, na base do jeitinho, republico a postagem que gerou o assunto. Falávamos sobre "nas mãos de quem está a solução dos nossos problemas sociais..."

Quim Então (Quinhentão), Manoel Quintino – 87 anos. Escrivão aposentado por amnésia . Duas vezes prefeito de Ité.

Então... Primeiro eu comecei a esquecer de dar andamento aos processos... depois... depois... não lembro mais muito bem o que aconteceu...Mas lembro bem de algumas coisas e sei que esqueci quase todas as outras.
Então... como? ... pois é, o apelido é disso mesmo...Mas então... É interessante que não esqueci seletivamente coisas que me incomodavam. Eu lembro de muitas alegrias e lembro também do dia que minha esposa me pegou com a Judite, a irmão dela...(reflexão)... é, ser pego com a Judite não dá pra dizer que é uma lembrança ruim... como era gostosa a Judite!... ia lá em casa com aquelas saias plissadas e blusas soltas, sem sutiã... sempre quando Tereza tinha ido no mercado...
- Tereza saiu?Ah! Judite... derrubou molho de tomate na blusa e pediu pra eu ajudar a limpar... sem sutiã... nunca tinha tido nestas mãos carne tão tenra... nem estes lábios jamais beijarão mamilos tão róseos...
Então... Não, Judite já foi um lembrança ruim, no tempo em que eu pensava que ainda teria muitas Judites... só sobrou ela... até porque, se teve outras, acho que esqueci... ou só lembro de vez em quando...Tereza, que me ajudava a lembrar das coisas, morreu ano passado... ano passado? Que ano a gente ta mesmo, heim menino?O que a gente ta fazendo aqui mesmo? Como é....? Gravando uma entrevista... e por que você quer uma entrevista comigo? Eu fui alguém importante e não lembro mais?
Como? 2007... o que é 2007? Ah... ano 2007... Quem? Tereza? Quem é Tereza...?
Eu fui prefeito é?
Então... fui duas vezes prefeito e Tereza era minha esposa... é claro que eu lembro disso... lembro de muita coisa. Mas tem coisa que eu queria esquecer também...É por isso que você ta me entrevistando?
Meu filho, que é prefeito agora, pediu pra eu não dar mais entrevista, disse que eu to falando coisa que não podia... mas é bom ser lembrado... e ninguém acredita muito em velho mesmo...Quem? O quim... o meu neto? É Secretário de Cultura é?
Então... ainda vai ser prefeito...Como? Não tem faculdade?
E quando faculdade dá voto menino? Me diga se faculdade dá voto...quer que eu te conte o que dá voto?
Então... lembra das enchentes? É, faz tempo, mas isso eu lembro...Olha só... isso aqui onde a gente ta hoje era tudo água... muita gente ajudou.. eu vivia aparecendo de calça arregaçada ajudando gente... isso dá voto menino... levava uma criança no colo até um barco... carregava umas caixinhas de remédio no bolso...
E veio muita ajuda de fora, coisa que nem precisava, nem tinha onde guardar direito... ainda bem que meu irmão tinha um galpão. Veio um caminhão daquela fábrica de roupa.. a staroup, isso nunca esqueci... era roupa boa pra essa pobreza... calça, camisa, jaqueta... tudo jeans... ficou lá no galpão, não era bem isso que o povo tava precisando... ficou lá...
Então...(reflexão)Você pode imaginar o que isso deu de voto depois, heim menino? Deu muito voto... muito... e você acha que faculdade dá voto?
Então... faculdade é preciso... mas pra quem auxilia a gente... contador, advogado... esses são importantes mas não valem nada na urna... na urna vale uma carradinha de barro, uma ambulância na porta pra levar pro hospital... uma roupinha...
Então... pra que o Quim ia fazer faculdade? Se fizer é só pra pegar o diploma...Secretário do que ele é mesmo menino? Da cultura... da cultura é ruim, heim... cultura não da voto... tinha que ser da saúde... da educação... da educação dá muito voto menino...
Sabe o que eu fazia com as escolas pequenas da periferia? Eu não mandava giz... mas não era por maldade não menino, era estratégia... Então... daí o diretor ia lá na prefeitura reclamar e eu conversava com ele, na minha sala... Impressionava sabe... daí eu perguntava sobre os professores, de que partido eram, como estavam se comportando... só depois eu dava as caixinhas de giz... tinha todo mundo na rédea curta... bobeasse eu cortava...
Então... A Zizinha foi minha secretária de educação... carregava um monte de voto, aparecia em tudo, não acontecia nada sem que ela soubesse, tava sempre no meio do povo... a oposição falava que eu tinha um caso com ela... era bonita a Zizinha, mas a gente não tinha nada... nada importante, né menino... nada importante... e era fogosa a Zizinha... como era...Que pernas que tinha a Zizinha!
Então...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

conspiração olímpica



Andei pensando. Salutar exercício. E como pensar em tanta coisa que nos chega aos ouvidos pela mídia deprime, andei ficcionando algumas coisas dessas que chegam pela mídia mesmo. Olimpíadas no Rio. Ainda não tenho tutano mental pra julgar se é bom ou ruim. Ou o que é bom ou ruim nisso. Vou ter que ler mais. Mas, no meio desse contexto, lembrei dos nossos bravos atletas apanhados no exame antidoping. Apanhados no treinamento, não foi numa competição. Não lembro de ter visto isso antes, mas minha memória não é tão de confiança. Foram denunciados. Estranho. Onde foi parar o fisiologista que indicou a droga como não sendo doping? Onde estão, na mídia, as declarações dele? Pouco tempo antes da escolha da cidade para 2016. Rio de Janeiro. Por que não se faz uma devassa nas contas desse fisiologista? Por que? Será que eu estou tentando relacionar essa atitude de serieade extrema da nossa pátria esportiva amada com a indicação da cidade sede? Será que estou ficcionando uma fantástica teoria da conspiração? Será que estou querendo dizer que foi tudo armação pra provar a nossa seriedade quanto aos esportes olímpicos, o que dignificaria ainda mais a escolha? Parece que ouvi falar que o fato pesou a favor. Parece. Será? É claro que não. Estou apenas ficcionando. Imagina se iam fazer isso com nossos inocentes atletas. Nunca!!! É só brincadeira gente. Brincadeira, só não sei com quem, mas é brincadeira.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pensar não dói, ou quase nada...

Faço um convite aos amigos para visitearem o blog PENSAR NÃO DÓI, do Arthur Golgo Lucas. http://arthur.bio.br/ Eu estava navegando pela net e acabei ancorando lá... ótimas idéias sobre assuntos muito pertinentes. Num comentário que fiz no seu blog, convidei-o a ler a matéria "cirurgião dentista ameaça a segurança nacional", aqui do meu blog. Estou tomando a liberdade de publicar aqui o comentário que ele fez. Quem lê-lo aqui já vai experimentando um pouco de seu pensamento.
Mauro:
A CF (Atr. 5° inciso I) diz que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, exceto nos casos previstos na própria CF. Mas as idades para aposentadoria são diferentes, as regras para pagamento de pensão para filhos e para filhas são diferentes, os períodos de licença legal ao ter um filho são diferentes, a obrigatoriedade de serviço militar é diferente e a lei que protege contra a violência doméstica foi redigida para proteger só um sexo. Todos são iguais perante a lei. Mas quem é heterossexual pode casar, adotar uma criança junto com o cônjuge, incluir o cônjuge como dependente em qualquer plano de saúde, na previdência e para efeito de impostos, compor renda para adquirir imóveis, etc., e a quem é homossexual todos estes direitos são negados.
A discriminação racial é crime inafiançável em nosso ordenamento jurídico. Mas discriminar racialmente os postulantes a vagas em instituições de ensino de nível superior e favorecer uma raça em detrimento de todas as demais tem sido praticado abertamente.
E tua achavas que teus direitos fundamentais garantidos na CF estavam hierarquicamente acima das ordens que o miliquinho estava obedecendo? :P Experimenta dizer "não saio daqui porcaria nenhuma, eu estou na frente da minha casa, não estou fazendo nada errado e não tenho que zanzar feito uma barata tonta para me adequar a uma exigência ridícula e ilegal". Tenta. :) Grande abraço!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PARECE

As coisas passam pelos meus olhos
Parece
Como sempre passaram
É o mundo que vejo
Como sempre vi
Eu acho
Sem espaço para profundas mudanças
E sinto
As coisas como sempre senti
Parece
Mesmo que a paixão não destrua a alma
Ou o ciúme degenere em mais uma solidão
Mas sinto com sentia
E vejo como via
Eu acho
Porém
Ah! Porém
Os espelhos
As fotos
Os filmes
As roupas
Os versos
Como contam uma história tão diferente de mim...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

REDEL

Você tem certeza?
nota de esclarecimento nada literária

Resumindo:
No dia 08 de agosto, um sábado, a Grasiela comprou um sonhado carro novo. Tirou ele da concessionária as 10h da manhã e, as 14 horas, levou uma batida.
Estávamos estacionados (e dentro do carro) na rua D. Henrique, quase esquina com a Quinta Avenida, em BAlneário Camboriú, quando um carro da REDEL (serviços de internet), estacionado atrás do nosso, saiu imprudentemente para a rua e foi atingido por outro, prensando-o contra o da Grasi. Amassou desde o pára-choque traseiro até o dianteiro. E o carro estava com 38 km rodados.
Tudo bem, acidentes acontecem e, na maioria das vezes por alguma imprudência mesmo. Logo apareceu um outro funcionário da REDEL e, ao ver que a Grasi estava ligando para o seguro dela, nos pediu para que não o fizéssemos, pois ele acionaria o deles e seria melhor. Concordamos, pois isso é o habitual. Só que o dele era o Bradesco Seguros. (quem já lidou com o Bradesco Seguros, com certeza, já se arrepiou).
Na segunda pela manhã ela levou o carro para a Citroen e eu liguei para o gerente da REDEL, ou ao menos o cara que nos falaram ser o gerente, chamado Juliano, avisando que o carro já estava na oficina da agência, esperando o perito do seguro. Ainda expliquei que tínhamos uma viagem marcada, que era pra ser feita com aquele carro (que é mais espaçoso) e pedi para que fossem o mais ágeis possíveis no andamento dos trâmites normais, sendo que o tal Juliano me informou que iriam agilizar ao máximo o processo.
Bem, resumindo: o aviso de sinistro chegou ao seguro da REDEL na quarta-feira, dia 12, as 15:30h. Fiquei impressionado com a competência! Principalmente depois que tive que ir pessoalmente na REDEL e, infelizmente, “entornar o caldo” . Tive que falar grosso com quem não merecia, mero funcionário que o tal de Juliano preferiu que desse a cara pra bater, já que a dele deve ser muito preciosa, tanto quanto infantil.
No dia seguinte, quinta feira, fiquei mais de duas horas tentando informar o seguro Bradesco do sinistro (é, é isso mesmo, eles precisavam que eu também informasse). Passei por 4 atendentes de call center. Enfim, munido de muita paciência, consegui informar a seguradora do carro que bateu no nosso, que estava corretamente estacionado e foi atingido pelo carro segurado, que o nosso foi batido pelo carro que eles seguravam. Entenderam? Pois é, foi mais ou menos assim mesmo...
Resumindo: o perito do Bradesco foi lá na oficina na sexta-feira, dia 13, e, na outra quarta-feira, dia 19, fomos informados que este perito do Bradesco não liberou o serviço. Isso porque o motorista do carro da REDEL não estava habilitado para estar conduzindo o mesmo naquele momento.
Resumindo: A Grasi teve que acionar o seguro dela (felizmente um bom seguro, Allianz, até que se prove o contrário), mas, precisa passar por todo o processo de novo. O serviço na carro de 38 km dela ainda nem começou. A viagem com o carro espaçoso dançou. Estamos no dia 25 (o acidente foi dia 08). Mais nenhum contato da REDEL, como se o caso nem fosse com eles.
Então, resumindo, eu pergunto: você confiaria nessa empresa?
Olha o que está escrito no site deles:
“O que vêm a sua cabeça quando você ouve a palavra Internet? Para muitos, informação, para outros, trabalho, diversão, cultura e conhecimento. Para nós da Redel, a Internet Aproxima Pessoas , como nenhum outro meio de COMUNICAÇÃO, derrubando fronteiras e barreiras, com a liberdade de criar, se expressar e aparecer para o mundo, revelando maravilhas em pessoas comuns”
Que maravilha que revelaram em nós!
De nós eles não se aproximaram. Tiveram uma atitude de moleques, do começo ao fim. Será possível que eles não sabiam que o condutor estava irregular? Acho que se não soubessem, a credibilidade deles cairia ainda mais. Um exemplo claro de incompetência gestacional.
Essa nota desabafo só tem a intenção de alertar e usar o blog para protestar. Se esse é o padrão de procedimentos deles, não é confiável ter Redel em suas casas.
Resumindo: teremos que tomar as medidas necessárias. Caro Juliano, fique só pensando quais serão elas...

terça-feira, 28 de julho de 2009

desejos liquefeitos



Não esperem de mim nada além do que o pânico
por esperarem de mim mais do que consigo
Verte de mim apenas uma poesia bêbada
Versos trôpegos e ácidos
Por não serem melhores do que esperam que sejam
E o que escrevo parece nunca aprofundar mais
do que a pele dos sentimentos
Dos horrores
Dos lamaçais da alma
Não me chamem poeta
Não me esperem poeta
Contista ou romancista
Só escrevo porque o coração berra
As sensações de desejos liquefeitos
E só isso

segunda-feira, 6 de julho de 2009

o último abraço do tempo



e quando o tempo me der seu último abraço
e eu sentir seus braços frios me conduzindo os passos
vou lembrar do primeiro vento

que varre as folhas secas do outono

e deixarei que ele leve solidões e lágrimas minhas
antes que a doce morte me beije a face
e as solidões e lágrimas umedeçam seu beijo...
quero apenas lembrar da ternura de alguns abraços
e do riso distraído de meu filho
e das mãos que se soltaram das minhas
tantas, suaves como uma manhã que chega
com brisas cheirando terra e mato, e amor
e foram, na estrada onde eu não podia andar...

e vou buscar, com alguma alucinação poética
mas com infalível calma
nos dias que rapidamente ficaram distantes
os recados, os bilhetes, as pequenas coisas do gostar
muitas fotos e acasos, tantos acasos
que derramaram estrelas distraídas em meu caminho
e direi a cada nome de mulher que vi partir nesta estrada
que a amei como nenhum homem amaria
amei como um poeta em desalinho
por minutos ou na eternidade das horas
e a todas pedirei que não me esqueçam
quando a tarde encostar no ombro da noite seu cansaço
que lembrem de mim que amei o dia e a noite
o vento e a chuva que duplicava cidades nas ruas
e seus beijos, seus sutis esquecimentos
e suas lágrimas...
que me perdoem!
e vou partir
abrir no peito a porta do encantamento
e deixar que dele fujam os sonhos que não terminaram
ficaram pela metade
as vontades derramadas
as tristezas que escondi por serem só minhas
as estrelas que brilham no peito dos poetas
que nada valem
mas que me levarão em seu rastro de alegria
colorindo a morte com delicados tons de ironia
e me fazendo eterno
como tanto quis nos meus amores
sem nunca ter conseguido...