quinta-feira, 8 de abril de 2010

dá medo


hoje, na estrada, br 470, que o governo federal está avaliando a viabilidade de duplicar desde 2007 (PAC 1) e ainda não teminou o estudo pra ver se precisa mesmo, provavelmente deixando para anunciar que precisa perto da eleição... bem, na br 470, tinha um caminhão na minha frente, uma carreta de muitas toneladas, com um motorista aparentemente bastante consencioso, pela maneira que conduzia, e escrito na traseira:

TEM HORA QUE DÁ MEDO!!!


profundo.


tem hora que dá medo da estrada. a morte fica rente, passa raspando. tem hora que dá medo, e em muitas horas, de quem fica fazendo avaliação de viabilidade, tratando a vida humana como apenas mais um voto.

segunda-feira, 29 de março de 2010

janelas de silêncio




agora prefiro o silêncio
o amor tem janelas de silêncio
que se abrem para o nada
e abri-las
é ficar calado
é olhar para o que não existe
é saber que o vazio consumiu a vontade
de alguma coisa
que não vai mais acontecer

o amor tem janelas de silêncio
que se abrem para o nada
e eu vou me debruçar no peitoral
e ficar quieto
olhando para o abismo

domingo, 21 de março de 2010

a mesma tecla


Escola!
Tá, tudo bem, vou falar de novo sobre isso. É que já to imaginando a campanha eleitoral chegando e a enxurrada de promessas desvinculadas de projetos realmente sérios ou, no mínimo, aplicáveis, sobre o assunto.
Se fizermos uma estatística vocacional, qual a porcentagem de crianças, ou adolescentes, que indicariam o desejo: quero ser professor?
A vocação, à medida que se afunila o tempo de uma decisão real quanto à profissão, cada vez mais se aproxima de áreas com melhores retornos econômicos. Que retorno econômico pode-se esperar como professor?
Teríamos uma listagem grande de "desmotivos" para mostrar, mas podemos escolher dois que estão nos extremos da cadeia.
1- quanto ganha um professor do ensino básico?
2- quanto ganha um professor com doutorado?

Opa! Aí podem me dizer que o doutor tem um bom salário. Primeiro digo que não, considerando-se o longo e penoso caminho para chegar ao título o salário não é alto, mesmo se for concursado de uma escola federal, onde, na maioria das vezes, terá que sofrer com uma estrutura precária. Segundo que o próprio título vira uma armadilha, que o coloca constantemente em risco de perder o emprego e ser substituído por um professor com menos titulação e salário menor, se estiver numa escola particular, que poderia lhe proporcionar uma estrutura de trabalho mais digna.

Em relação aos salários dos professores do ensino básico, nem é preciso gastar a retórica.

É claro que a solução do imenso problema não é apenas aumentar o salário dos professores, assim como melhorar a escolaridade não é apenas construir mais salas de aula. Por sinal, construir mais salas de aula, dentro do sistema que estamos mergulhados, é apenas uma demagogia, uma ração barata para engordar o gado eleitoral.

Melhorar a escolaridade significa um projeto sério a longo prazo, que envolve construir escolas com estrutura e aumentar o salário dos professores, permitindo (ou exigindo) que tenham uma formação cada vez mais aprimorada, entre tantas outras coisas.

Esses seriam os elementos fundamentais. Qual candidato apresentará projetos sérios nesse sentido? Qual candidato enfrentará o risco de qualificar o voto do cidadão brasileiro no futuro, colocando-o num patamar compatível com a nova posição do Brasil no cenário econômico mundial?

to pagando (com a minha paciência de ouvir) pra ver.

segunda-feira, 8 de março de 2010

sempre


Algumas rugas a mais no espelho
Contam verdades que eu calo
E é engraçado perceber
Que alguns dos nossos retratos nos mostram
Lugares que parecemos não conhecer

Mas mesmo que lembrar
Ainda venha a ser um conjugar descompassado
Não é preciso remexer em gavetas
Atrás de cartas de amor
Pra saber que o amor existiu

Amor pra sempre
Não tem por onde esquecer

E quando esse sempre me levar
Eu e minhas verdades grisalhas
Vou acenar bem distante
Sem saber se você me vê
E acho que não estarei levando mais nada
Além da lembrança
Que uma saudade de mim
Mora sempre em você

Ou talvez ainda leve

Essa estranha sensação
Que todas as poesias que fiz
Foram sempre pra você

terça-feira, 2 de março de 2010

SHOW DA GIANA CERVI

*
quem é daqui da região de Itajaí e arredores e gosta de música já a conhece. Quem não conhece guarde bem esse nome: Giana Cervi. Para nós, Gi. Acabei de voltar do show de gravação do seu DVD (e CD), cantando com convidados e, além desses, com ninguém menos que Leila Pinheiro, que, por reconhecer esse talento está dando apoio e abrindo portas...
o show foi maravilhoso, todos mandaram muito bem, e ver a Gi cantanto com essa diva na canção brasileira foi de arrancar lágrimas.
Da minha parte só posso agradecer a Gi por esse presente que está nos dando, trazendo ao público seu talendo, sua voz, sau arte. Arte, da qual andamos tão carentes.

Repito, guardem esse nome. E quem não conhece e quiser conferir, tem um clip dela no you tube:
http://www.youtube.com/watch?v=cilA-nXufsI

curtam, enquanto o dvd e o cd estão no forno.
*

segunda-feira, 1 de março de 2010

ESCRITORES DESCONHECIDOS

postagem de extrema urgência para a literatura...
convido os visitantes a lerem no blog do escritor Hélio Jorge Cordeiro,

http://cubacheiro.blogspot.com/

a postagem sobre escritores desconhecidos(Laura Bacellar), bem como a postagem subsequente sobre o PNLL (Neida Rocha) e, além disso, divulgarem a idéia.

*
*

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Político... o grande câncer social

*
*
vejam a manchete na página inicial do Gazeta do Povo on line de hoje, domingo, 28/02:

Mensalões do PT, PSDB e DEM devem enfraquecer debate
Partidos vão evitar discussões sobre corrupção. Faltando oito meses para as eleições, partidos governistas e oposição dão sinais que vão manter a ética bem distante dos principais temas de campanha
...

eu fiquei pensando no que vai rolar. O que nenhum político fez, ou não pretende fazer no futuro, para poder acusar seu oponente?

se ele acusar de corromper; se ele acusar de superfaturar; se ele acusar de procrastinar; se ele acusar de nepotismo; se ele acusar, simplesmente.

se ao menos esse fosse um caminho para o político não ficar acusando concorrentes e sim mostrar projetos, propor idéias. Mas não, o caminho vai ser o da proteção dos conluios e buscar, nos desvãos da ignorância popular, a repetição de fórmulas mágicas, que vão resolver todos os problemas brasileiros.

então vamos lá, com muito chá de boldo, pra mais um ano de eleições, enquanto não se descobre um remédio realmente eficiente para este grande câncer nacional.

*
*

Lápide






o mar aqui bem perto
que molha os pés descalços da saudade
saudade de lua inchada de amar
também molha teu sonho
de me navegar...
mas constroem um prédio na frente do mar
pela fresta que me era permito sonhar
e amontoam ferro e concreto
no túmulo da ilusão dos fins de tarde
gigante lápide de tantos andares
fincado na beira do amar
bem aqui perto
entre eu e o mar...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cadê os programas de música?

Tudo bem que não tem como resgatar “o fino da bossa”, e já vai longe o tempo de “Chico & Caetano", muito mais longe vão os grandes festivais. Porém, estamos vivendo uma era tão anti musical da tv ibope, aquela que a maioria assiste, que até Globo de Ouro dá saudade. Afora os programas pouco vistos de tvs educativas ou tv senado, a música que se ouve e vê na tv é do mais baixo nível, genericamente falando, e o assunto permite derivações interessantes.
A ditadura no Brasil forjou, dolorosamente, uma geração que ouvia qualidade musical num volume infinitamente maior do que o presente, cheio de mornas liberdades democráticas. É claro que viva a liberdade democrática, mesmo que se vá ficando “atoladinha” com ela e cada um vivendo só no seu quadrado. Música de mau gosto havia também naquela época, mas era quase trucidada por uma tsunami de grandes cantores e compositores, festivais e programas de música variados, ocupando grandes espaços na mídia. Hoje é exatamente o inverso e a cultura em geral segue o mesmo caminho ladeira abaixo.

Sim, mas antes da ditadura também se produzia qualidade musical. Não tenho competência histórica para relacionar motivos, mas é bom pensar que na época da boa boemia o crime era de navalha e andava-se pelas madrugadas acompanhado de violão, risos e poemas, sem se olhar muito para os lados.
O advento da liberdade democrática nos deixou mornos. A falta cruel de investimento em educação dos governos que se sucedem, levou a tv, sedenta por vender vender vender, a criar fazendas e big brothers, ratinhos e outros roedores que vão destruindo rapidamente a inegável capacidade artística do brasileiro. Por que, sem dúvida, tem muito brasileiro bom compondo boa música, boa arte (felizmente conheço vários na minha região e imagino o que não tem pelo Brasil todo), mas, mostrar pra quem? Vender pra quem? O que vende é a mediocridade.

Uma época até andou rolando um ou outro reality show musical, que se pagava uma boa grana ao vencedor, ou direitos a produção de cds e contato com a mídia. Roberta Sá vem desse balaio tão pouco usado pra carregar cultura da telinha para as pessoas. Hoje vemos quase que tão somente apenas a cultura da mediocridade e nem preciso repetir o nome de determinados programas. Um milhão e meio pra quem for mais medíocre. Pode? Caramba, por que não fazem prêmios assim para cientistas que desenvolvam projetos para melhorar qualidade de vida? Imaginem um reality científico. Imaginem um reality cultural.

Tudo bem, não daria audiência. A escolaridade é baixa, a cultura geral também.

***

Em tempo: Aproveitando o andamento do enredo acima, o que vi no carnaval desse ano, embora tenha tido pouquíssima paciência para ver, foi um retrato dessa tendência de mesmice cultural decadente. Sempre fui ligado nos sambas de enredo, mas faz um tempão que não se ouve um que fique na memória. Com pouquíssimas excessões, são quase todos iguais, sem encantamento. Não quero advogar aquelas idéias que no meu tempo era melhor. Acho mesmo que tudo tem que ter seu andamento contemporâneo, mas, um bum bum paticumbum procurundum pra quem lembra dessa, cheia de encanto (lembrando que a melodia seguia a qualidade da letra):

Sonhar não custa nada
O meu sonho é tão real
Mergulhei nessa magia
Era tudo que eu queria
Para esse carnaval
Deixe a sua mente vagar
Não custa nada sonhar
Viajar nos braços do infinito
Onde tudo é mais bonito
Nesse mundo de ilusão
Transformar o sonho em realidade
É sonhar com a mocidade
É sonhar com o pé no chão
Estrela de luz
Que me conduz
Estrela que me faz sonhar
Amor, sonhe com os anjos (não se paga)
Não se paga pra sonhar
Eu sou a noite mais bela
Que encanta o teu sonho
Te alucina por te amar (amar, amar)
Vem nas estrelas do Céu
Vem na lua de mel
Vem me querer
Delírio sensual
Arco-íris de prazer
Amor, eu vou te anoitecer
Eu vejo a lua no céu
A mocidade a sorrir
De verde-e-branco na Sapucaí

Composição: Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Moleque Silveira

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A mão de quatro dedos e os Illuminatis

A propaganda mundial é sempre contra as teorias da conspiração, pelo simples fato que são os conspiradores, se existirem, que controlam a propaganda mundial. Mesmo assim sempre haverá uma carrada de gente falando no assunto. Dias atrás, tentando entender sem quase nada entender de fato, sobre altas e baixas do preço do petróleo, cheguei na página de um site anti Illuminatis.
Bem, primeiro, se alguém quer saber o que são os illuminatis, tem uma boa matéria na Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Illuminati) sobre o assunto. Desde os tempos que assisti um filme chamado As Pedras do Dominó (faz muito tempo), com o Gene Heckmann, que esse assunto ficou bailando entre meu mundo real e o imaginário e conspiratório, sem nunca saber qual, de fato, é o real e qual é o conspiratório. O filme tratava da ação dos tais Illumatis, embora não lembro ter ouvido esse nome quando o assisti.

A página do site anti Illuminatis (http://www.espada.eti.br/n1925.asp) em que pese todas as suas tendências de proselitismo religioso, acabou dando-me uma visão interessante sobre o assunto que eu buscava inicialmente, e vários outros que eu já havia bisbilhotado, mas com compreensão do tipo colcha de retalhos. É interessante ler, por isso não vou resumir aqui, até porque, o assunto da minha postagem, originalmente, é o motivo de estarmos pagando tão caro por um produto que caiu assustadoramente de preço no ano passado...


(O GLOBO, 02/01/2009)

LONDRES - O mercado futuro do barril do petróleo iniciou o ano agitado com uma queda de cerca de 8%, numa reação à alta da última quarta-feira. O barril tipo light, negociado em Nova York, tem perdas de US$ 2,84, a US$ 41,76, reduzindo parte dos ganhos de US$ 5,57 do último pregão do ano. Já em Londres, o barril, que teve valorização de 14% na última negociação de 2008, apresenta queda de US$ 3,06, para US$ 42,52 o barril.


Vejam que em janeiro de 2009 o barril estava US$ 42,52. Em 2008 chegou a US$ 135,00 (arredondado) e as previsões dos analistas para 2010 é que fique em torno de US$ 72,00.

É claro que temos made in Brazil a justificativa da alta do álcool que é misturado na nossa gasolina, mas, mesmo assim, temos visto uma escalada do preço de dar medo, rasgando nossos bolsos para se apoiar e subir.

Filosofando sobre o assunto com minha esposa e expondo as idéias acima, fiquei até um pouco perplexo como ela desvendou com tanta facilidade o motivo. Eu achava até que era uma especulação natural e sazonal (férias de verão), quando ela veio com um motivo bem mais realista, até mais realista do que eu postei anteriormente sobre a preparação eleitoreira do preço do álcool combustível. Ela disse:


- Ora, o preço tá subindo pra compensar os meses de baixa do ipi... vendeu um monte de carros que hoje precisam abastecer... faz de conta que vão dar alguma coisa de graça sem ganhar um monte com isso...


Confesso que fiquei em silêncio e apenas sorri. Ficou tão claro como a minha burrice em entender. Mais uma vez o governo dando com 4 dedos, e tirando com 19...
***
Em tempo: não sou de nenhum partido político.