quinta-feira, 29 de abril de 2010

......e se fosse com os seus filhos?..................

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O problema que esse é um caso que realmente está acontecendo em sua casa. Tendo você crianças em casa ou não, porque os adultos também sofrem o impacto.

Hoje, quinta feira, no intervalo entre um paciente e outro, tive tempo de ver o jornal da globo que foi ao ar as 09:45h, meio da manhã. Em poucos minutos as notícias foram as seguintes, com todos os detalhes que não cabe aqui repetir:


- Recife - operação da polícia prende quadrilha que desviava medicamentos do governo para hospitais públicos;


- Londrina - operação da polícia prende quadrilha que traficava armas;


- Sorocaba - motorista bêbado sobe acostamente e atropela mãe e filha de 5 anos;


- São Paulo - Homem é preso com uma sacola de dinamites;


- Rio de Janeiro - as chuvas deixaram várias áreas da cidade inundadas;


- São Paulo - Policiais Militares são presos após espancarem até a morte um motoboy;


Eu que quase não sou mais criança fiquei assustado. Nada de bom, mas nem uma noticiazinha boa! Mas eu tenho a referência de um outro tempo bem mais ingênuo. E as crianças de agora, que referência têm? Não sou psicólogo, sociólogo ou outro ólogo qualquer, nem sei a exata medida da relação informação/horário livre na tv, mas, até a violência (de todos os gêneros) está sendo banalizada. Se existe uma restrição de horários para determinados programas, malmente seguida, diga-se de passagem, como é que notícias desse tipo entram na nossa casa livremente, no meio da manhã, pra ouvidinho qualquer ouvir?

Abaixo a sensura! Viva a liberdade de expressão!

Mas tudo tem hora.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

dá medo


hoje, na estrada, br 470, que o governo federal está avaliando a viabilidade de duplicar desde 2007 (PAC 1) e ainda não teminou o estudo pra ver se precisa mesmo, provavelmente deixando para anunciar que precisa perto da eleição... bem, na br 470, tinha um caminhão na minha frente, uma carreta de muitas toneladas, com um motorista aparentemente bastante consencioso, pela maneira que conduzia, e escrito na traseira:

TEM HORA QUE DÁ MEDO!!!


profundo.


tem hora que dá medo da estrada. a morte fica rente, passa raspando. tem hora que dá medo, e em muitas horas, de quem fica fazendo avaliação de viabilidade, tratando a vida humana como apenas mais um voto.

segunda-feira, 29 de março de 2010

janelas de silêncio




agora prefiro o silêncio
o amor tem janelas de silêncio
que se abrem para o nada
e abri-las
é ficar calado
é olhar para o que não existe
é saber que o vazio consumiu a vontade
de alguma coisa
que não vai mais acontecer

o amor tem janelas de silêncio
que se abrem para o nada
e eu vou me debruçar no peitoral
e ficar quieto
olhando para o abismo

domingo, 21 de março de 2010

a mesma tecla


Escola!
Tá, tudo bem, vou falar de novo sobre isso. É que já to imaginando a campanha eleitoral chegando e a enxurrada de promessas desvinculadas de projetos realmente sérios ou, no mínimo, aplicáveis, sobre o assunto.
Se fizermos uma estatística vocacional, qual a porcentagem de crianças, ou adolescentes, que indicariam o desejo: quero ser professor?
A vocação, à medida que se afunila o tempo de uma decisão real quanto à profissão, cada vez mais se aproxima de áreas com melhores retornos econômicos. Que retorno econômico pode-se esperar como professor?
Teríamos uma listagem grande de "desmotivos" para mostrar, mas podemos escolher dois que estão nos extremos da cadeia.
1- quanto ganha um professor do ensino básico?
2- quanto ganha um professor com doutorado?

Opa! Aí podem me dizer que o doutor tem um bom salário. Primeiro digo que não, considerando-se o longo e penoso caminho para chegar ao título o salário não é alto, mesmo se for concursado de uma escola federal, onde, na maioria das vezes, terá que sofrer com uma estrutura precária. Segundo que o próprio título vira uma armadilha, que o coloca constantemente em risco de perder o emprego e ser substituído por um professor com menos titulação e salário menor, se estiver numa escola particular, que poderia lhe proporcionar uma estrutura de trabalho mais digna.

Em relação aos salários dos professores do ensino básico, nem é preciso gastar a retórica.

É claro que a solução do imenso problema não é apenas aumentar o salário dos professores, assim como melhorar a escolaridade não é apenas construir mais salas de aula. Por sinal, construir mais salas de aula, dentro do sistema que estamos mergulhados, é apenas uma demagogia, uma ração barata para engordar o gado eleitoral.

Melhorar a escolaridade significa um projeto sério a longo prazo, que envolve construir escolas com estrutura e aumentar o salário dos professores, permitindo (ou exigindo) que tenham uma formação cada vez mais aprimorada, entre tantas outras coisas.

Esses seriam os elementos fundamentais. Qual candidato apresentará projetos sérios nesse sentido? Qual candidato enfrentará o risco de qualificar o voto do cidadão brasileiro no futuro, colocando-o num patamar compatível com a nova posição do Brasil no cenário econômico mundial?

to pagando (com a minha paciência de ouvir) pra ver.

segunda-feira, 8 de março de 2010

sempre


Algumas rugas a mais no espelho
Contam verdades que eu calo
E é engraçado perceber
Que alguns dos nossos retratos nos mostram
Lugares que parecemos não conhecer

Mas mesmo que lembrar
Ainda venha a ser um conjugar descompassado
Não é preciso remexer em gavetas
Atrás de cartas de amor
Pra saber que o amor existiu

Amor pra sempre
Não tem por onde esquecer

E quando esse sempre me levar
Eu e minhas verdades grisalhas
Vou acenar bem distante
Sem saber se você me vê
E acho que não estarei levando mais nada
Além da lembrança
Que uma saudade de mim
Mora sempre em você

Ou talvez ainda leve

Essa estranha sensação
Que todas as poesias que fiz
Foram sempre pra você

terça-feira, 2 de março de 2010

SHOW DA GIANA CERVI

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quem é daqui da região de Itajaí e arredores e gosta de música já a conhece. Quem não conhece guarde bem esse nome: Giana Cervi. Para nós, Gi. Acabei de voltar do show de gravação do seu DVD (e CD), cantando com convidados e, além desses, com ninguém menos que Leila Pinheiro, que, por reconhecer esse talento está dando apoio e abrindo portas...
o show foi maravilhoso, todos mandaram muito bem, e ver a Gi cantanto com essa diva na canção brasileira foi de arrancar lágrimas.
Da minha parte só posso agradecer a Gi por esse presente que está nos dando, trazendo ao público seu talendo, sua voz, sau arte. Arte, da qual andamos tão carentes.

Repito, guardem esse nome. E quem não conhece e quiser conferir, tem um clip dela no you tube:
http://www.youtube.com/watch?v=cilA-nXufsI

curtam, enquanto o dvd e o cd estão no forno.
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segunda-feira, 1 de março de 2010

ESCRITORES DESCONHECIDOS

postagem de extrema urgência para a literatura...
convido os visitantes a lerem no blog do escritor Hélio Jorge Cordeiro,

http://cubacheiro.blogspot.com/

a postagem sobre escritores desconhecidos(Laura Bacellar), bem como a postagem subsequente sobre o PNLL (Neida Rocha) e, além disso, divulgarem a idéia.

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Político... o grande câncer social

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vejam a manchete na página inicial do Gazeta do Povo on line de hoje, domingo, 28/02:

Mensalões do PT, PSDB e DEM devem enfraquecer debate
Partidos vão evitar discussões sobre corrupção. Faltando oito meses para as eleições, partidos governistas e oposição dão sinais que vão manter a ética bem distante dos principais temas de campanha
...

eu fiquei pensando no que vai rolar. O que nenhum político fez, ou não pretende fazer no futuro, para poder acusar seu oponente?

se ele acusar de corromper; se ele acusar de superfaturar; se ele acusar de procrastinar; se ele acusar de nepotismo; se ele acusar, simplesmente.

se ao menos esse fosse um caminho para o político não ficar acusando concorrentes e sim mostrar projetos, propor idéias. Mas não, o caminho vai ser o da proteção dos conluios e buscar, nos desvãos da ignorância popular, a repetição de fórmulas mágicas, que vão resolver todos os problemas brasileiros.

então vamos lá, com muito chá de boldo, pra mais um ano de eleições, enquanto não se descobre um remédio realmente eficiente para este grande câncer nacional.

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Lápide






o mar aqui bem perto
que molha os pés descalços da saudade
saudade de lua inchada de amar
também molha teu sonho
de me navegar...
mas constroem um prédio na frente do mar
pela fresta que me era permito sonhar
e amontoam ferro e concreto
no túmulo da ilusão dos fins de tarde
gigante lápide de tantos andares
fincado na beira do amar
bem aqui perto
entre eu e o mar...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cadê os programas de música?

Tudo bem que não tem como resgatar “o fino da bossa”, e já vai longe o tempo de “Chico & Caetano", muito mais longe vão os grandes festivais. Porém, estamos vivendo uma era tão anti musical da tv ibope, aquela que a maioria assiste, que até Globo de Ouro dá saudade. Afora os programas pouco vistos de tvs educativas ou tv senado, a música que se ouve e vê na tv é do mais baixo nível, genericamente falando, e o assunto permite derivações interessantes.
A ditadura no Brasil forjou, dolorosamente, uma geração que ouvia qualidade musical num volume infinitamente maior do que o presente, cheio de mornas liberdades democráticas. É claro que viva a liberdade democrática, mesmo que se vá ficando “atoladinha” com ela e cada um vivendo só no seu quadrado. Música de mau gosto havia também naquela época, mas era quase trucidada por uma tsunami de grandes cantores e compositores, festivais e programas de música variados, ocupando grandes espaços na mídia. Hoje é exatamente o inverso e a cultura em geral segue o mesmo caminho ladeira abaixo.

Sim, mas antes da ditadura também se produzia qualidade musical. Não tenho competência histórica para relacionar motivos, mas é bom pensar que na época da boa boemia o crime era de navalha e andava-se pelas madrugadas acompanhado de violão, risos e poemas, sem se olhar muito para os lados.
O advento da liberdade democrática nos deixou mornos. A falta cruel de investimento em educação dos governos que se sucedem, levou a tv, sedenta por vender vender vender, a criar fazendas e big brothers, ratinhos e outros roedores que vão destruindo rapidamente a inegável capacidade artística do brasileiro. Por que, sem dúvida, tem muito brasileiro bom compondo boa música, boa arte (felizmente conheço vários na minha região e imagino o que não tem pelo Brasil todo), mas, mostrar pra quem? Vender pra quem? O que vende é a mediocridade.

Uma época até andou rolando um ou outro reality show musical, que se pagava uma boa grana ao vencedor, ou direitos a produção de cds e contato com a mídia. Roberta Sá vem desse balaio tão pouco usado pra carregar cultura da telinha para as pessoas. Hoje vemos quase que tão somente apenas a cultura da mediocridade e nem preciso repetir o nome de determinados programas. Um milhão e meio pra quem for mais medíocre. Pode? Caramba, por que não fazem prêmios assim para cientistas que desenvolvam projetos para melhorar qualidade de vida? Imaginem um reality científico. Imaginem um reality cultural.

Tudo bem, não daria audiência. A escolaridade é baixa, a cultura geral também.

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Em tempo: Aproveitando o andamento do enredo acima, o que vi no carnaval desse ano, embora tenha tido pouquíssima paciência para ver, foi um retrato dessa tendência de mesmice cultural decadente. Sempre fui ligado nos sambas de enredo, mas faz um tempão que não se ouve um que fique na memória. Com pouquíssimas excessões, são quase todos iguais, sem encantamento. Não quero advogar aquelas idéias que no meu tempo era melhor. Acho mesmo que tudo tem que ter seu andamento contemporâneo, mas, um bum bum paticumbum procurundum pra quem lembra dessa, cheia de encanto (lembrando que a melodia seguia a qualidade da letra):

Sonhar não custa nada
O meu sonho é tão real
Mergulhei nessa magia
Era tudo que eu queria
Para esse carnaval
Deixe a sua mente vagar
Não custa nada sonhar
Viajar nos braços do infinito
Onde tudo é mais bonito
Nesse mundo de ilusão
Transformar o sonho em realidade
É sonhar com a mocidade
É sonhar com o pé no chão
Estrela de luz
Que me conduz
Estrela que me faz sonhar
Amor, sonhe com os anjos (não se paga)
Não se paga pra sonhar
Eu sou a noite mais bela
Que encanta o teu sonho
Te alucina por te amar (amar, amar)
Vem nas estrelas do Céu
Vem na lua de mel
Vem me querer
Delírio sensual
Arco-íris de prazer
Amor, eu vou te anoitecer
Eu vejo a lua no céu
A mocidade a sorrir
De verde-e-branco na Sapucaí

Composição: Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Moleque Silveira