segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OLHA O CIRCO AÍ...




Houve um tempo em que o circo chegava na cidade e acontecia um desfile com as atrações. Até hoje o pessoal do Beto Carrero faz isso em um lugar ou outro. Eram palhaços, leões, elefantes, pernas de pau, mulher barbada, entre outros grandes vendedores de ilusão... dizem que a televisão tirou espaço dos circos (e de tantas outras coisas!!). Na verdade o circo foi absorvido pela tv e o gancho fica fácil pra se falar das campanhas dos políticos, estes modernos vendedores de ilusão. Tá um grande circo! Não só na tv, nas esquinas e nos insuportáveis carros de som, com seus miseráveis gritos de guerra (que outra coisa não é). Ocupam o espaço dos nossos pensamentos com sons mnemônicos irritantes; poluem nossa visão com bandeiras e cartazes; sujam a cidade com panfletos; tiram tempo do entretenimento e não mostram nada de novo, não fazem propostas que se possa ter um mínimo de credibilidade. Insistem no "agora é pra valer", "sua vida vai mudar". A política virou um espetáculo circense só de palhaços (e alguns de profissão podem até ser eleitos). Tá certo, não só palhaços, tem mágicos também, que escondem tantas coisas, bem diante dos nossos olhos.



Não tenho dúvida que a política é um grande instrumento de modificação social, porém, onde está a política? Alguém pode me dizer quem está fazendo política voltada para a cidadania no Brasil? Quem está fazendo política idealista, com propostas, desvinculada das corporações (vide ótimas postagens no cágado xadrez: http://romacof.wordpress.com/)?



A política no Brasil tem que ser repensada. Os partidos precisam ser moralizados e os ideais precisam encontrar um rumo, sem postulados de soluções imediatistas. O problema político é de solução a longo prazo. Algumas gerações.



Eu disse que não votava enquanto não ouvisse uma proposta de cidadania vinculada à melhora da escolaridade. Escolaridade, não construção de salas de aula. Uma campanha inteira e não ouvi nada decente. Então...

foto de: http://pirosfera.wordpress.com/2009/11/19/viva-o-circo/

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

O PARIS NO PALCO

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me mandaram lá de São João da Boa Vista o cartaz de divulgação da peça adaptada do Paris, setembro de 1793. A imagem de fundo é da Catedral de Saint-Sulpice, cenário impotante no enredo do livro, e aquele raio de sol atravessando a janela é real (a foto eu bati).

como escrevi abaixo sobre a necessidade e importância de sonhar, essa postagem agora é uma prova que os sonhos se realizam.

O Paris tá rodando. Parabéns ao grupo Nova Geração, pelo trabalho que estão fazendo.
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UTOPIA

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"... então eu acredito que nada é mais importante que a utopia, acima, inclusive, da simples racionalidade, porque o racionalismo puro estereliza. É necessário esse voo do sonho para que se possa criar coisas novas, sempre, e redimir o que temos de arcaico..."


de Rodrigo de Haro, nascido em Paris em 1939, artista plástico e membro da Academia Catarinense de Letras, em participação no documentário da RBS, AS BORBOLETAS DO IMPERADOR, sobre o Falanstério do Saí.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CORONELISMO DEMOCRÁTICO

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por muito tempo... muito tempo? Talvez nem tanto. Se compararmos a idade política dos nossos ancestrais do velho mundo, ainda temos cheiro de talco. Então, no tempo que foi possível se fazer política por aqui, o principal pensamento que norteou a manutenção do poder foi a não educação. Os currais eleitorais eram mantidos através de compadrismos, fidelidade e farinha de mandioca. Numa visão mais moderna e mais comum aqui pro sul, vamos encontrar esse gado votante vendendo o pouco que têm (leiam, a pouca escola que têm) por uma carradinha de barro, uma carona de ambulância pro hospital da cidade vizinha, uma caixinha de amoxacilina. Coisas assim que viram votos. E isso aqui no sul, que alguns dizem ser o primeiro mundo no Brasil. Piada. A baixa escolaridade, ou mesmo a má qualidade da escolaridade, que até hoje não foi suficiente para formar cidadãos, motivada pelo desinteresse do poder em gerar educação e cidadania, virou feitiço que enfeitiçou o feiticeiro.

Em hipótese alguma estou tentando profanar a imagem do Lula como governante, longe disso. Tampouco acusar seu governo de qualquer falha pelo fato dele ter ficado pouco nos bancos escolares. Creio mesmo que esse perfil mostra a grandeza do brasileiro. Ainda abusando daquele velho mantra do “não desiste nunca”, vamos ver que o Lula nunca desistiu. Mas o que está acontecendo hoje como fator preponderante para a manutenção do poder é um coronelismo mais democrático, baseado na identificação (e alimentado pelo bolsa família, é claro). A massa popular brasileira se identifica com o corintiano Lula, que fala atrapalhado, comete erros de concordância e solta algumas besteiras. Ele é dos nossos! E carrega uma votação espantosa com isso. Essa igualdade, essa identificação, sepultou com facilidade e velocidade uma avalanche de tropeços e escândalos. Alguns podem até dizer que isso se deve aos números positivos da economia da era Lula. Nada disso. O voto é pouco influenciado por números e estatísticas, infelizmente. Ao menos por números do governo, porque os números das pesquisas eleitorais ainda continuam influenciando bem mais do que deveria.

Quem manteve o povo sem educação está pagando o preço de ver esse povo identificado com um governante carismático (alguém ousa dizer que ele não é?) e que também não teve acesso à educação. Que faz parte do seu meio cultural. Antes que os petistas com cacoetes xiitas venham jogar pedras intelectuais, quero lembrar que estou falando em massa popular votante. Leiam bem, quantidade de votos. Entendido?

A discussão num nível mais elevado antes de uma votação só vai acontecer quando tivermos acesso fácil à educação de qualidade. Educação de qualidade vai levar a melhoria da cidadania (leia-se aplicação dos impostos em saúde, transporte, segurança... escola) e, obviamente, uma outra identificação cultural, sem coronelismo democrático, ou coronelismo puro das antigas mesmo. Sem ver o povo votando como se fosse um big brother, ou esperando o resultado da eleição como quem espera os números da mega sena.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E JESUS? PRA QUE TIME TORCE?

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Depois da Ponte Preta ganhar seu jogo por 2 x 0, um jogador foi entrevistado (coisa sempre perigosa), e rolou uma pérola. Quando o repórter elegiou o desempenho do atleta (de Cristo), ele respondeu:


- Graças ao Senhor Jesus que tem nos iluminado e nos dado a alegria das vitórias...

Ele devia ter completado:

- ... e dado a tristeza das derrotas para os irmãos do outro time.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

kIKITOS

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O filme O ÚLTIMO ROMANCE DE BALZAC, que comentei abaixo, levou 2 kikitos:

- prêmio especial o juri;
- melhor direção de arte.

é pena que vai ser difícil ver no circuíto, ou mesmo impossível. Pra quem gosta de afiar o intelecto, é uma ótima pedida.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

notícia urgente

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Urgente e importante. Informação imprescindível, divulgada na página incial da Editora Lachatre. Convido os visitantes a acessarem a página:

http://www.lachatre.com.br/

antes que modifiquem a página e não possam mais ler.

obrigado

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lachatre no cinema e no palco.


A Lachatre, editora que publicou o Paris, setembro de 1793, tá mandando muito bem. Vejam a notícia que copiei e colei do site:

No dia 8 de agosto proximo, o Festival de Cinema de Gramado, o mais importante do país, exibira o filme O ultimo romance de Balzac, dirigido por Geraldo Sarno e baseado na obra O avesso de um Balzac contemporaneo, de Osmar Ramos Filho. O filme foi um dos oito longas-metragens selecionados para exibição no Festival. Detalhes sobre o

Melhor ainda que eu vou estar por lá para conferir.
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Na mesma balada cênica, embora por outro veículo, o Paris tá indo para o teatro. Hoje recebi o texto adaptado para o palco pela Silvana Cirino, do grupo de teatro Nova Geração de São João da Boa Vista/SP. Já estou em contato há algum tempo, tanto com a Silvana como com outros membros do grupo, e to botando fé no que eles vão fazer, pelo que vi até agora. Já vou tomando a liberdade e mostrando aqui o primeiro cartaz da peça, embora tenham me dito que ainda vai ser modificado.


Muito, mas muito emocionante mesmo, ver a cria da gente bater asas em universos paralelos. Logo publico mais notícias sobre o andamento da peça.

domingo, 25 de julho de 2010




O tempo passa
A vida passa
O som do tempo é um dedilhar de cordas de violão
Numa manhã distante
Uma canção que não ouvimos
Mas sentimos
Um verso que não falamos
Nem calamos
A vida passa
E parece que envelhecemos
Tentando descobrir o som do tempo
E seus avisos
Uma lembrança de chuva no telhado
O riso de alguém que já foi
O sol colorindo as gotas de orvalho
Como se as lembranças fossem alertas
Sirenes disparadas
Para nos avisar
Que o tempo passa
A vida passa
E apenas envelhecemos

quarta-feira, 7 de julho de 2010

despertar



a brisa mansa da manhã acariciou meu rosto
nascia o sol atrás da montanha delicada do teu seio
e teus cabelos
como uma relva debruçada pelo vento
se espalhavam no meu peito
e deixavam no ar de orvalho
o cheiro manso do teu desejo
quis parar o tempo
um segundo que fosse
para eternizar a luz
que acendia pequenas chamas em teus pêlos
e queimava em mim o tempo de tristeza
passado longe do teu beijo
mas a manhã veio, finalmente
dobrar o orgulho da noite
e nela encerrar nosso sonho eterno de alegria
teu corpo nu movimentou-se leve e a brisa parou
como se fosse uma reverência
e permitiu, gentilmente
que teu cheiro não se espalhasse
além das minhas mãos
toquei-o no ar com carícias delicadas
rocei teu lábio no meu
e me vi perdido no deserto da paixão
encontrando alguma umidade
na areia fina e seca da saudade
ah! não te acordei
não foi apenas um acordar
ressuscitei-a do passado
que viesse o dia
e te levasse caminhar longe dos meus passos
sempre incertos
todas as madrugadas orvalhadas te ressuscitariam
em meu peito
nos sonhos das manhãs inacabadas