quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sandy, a Globo e suas cortinas de fumaça... sinistro.


to me sentindo meio bobo, quer dizer, um pouco além do normal... Em 2010 boa parte do vale do Itajaí ficou debaixo dágua, foi outra catástrofe enorme, que anda cada vez mais comum por aqui. Rio do Sul, entre outras cidades, no alto vale, foi quase devastada, com água passando pelo telhado do segundo andar das casas. Por coincidência, aconteceu esta tragédia bem na época dos 10 anos do 11 de setembro e a rede globo já babou ovo demais naquele episódio. Praticamente não foi mostrado o que estava acontecendo aqui, porque os holofotes da mediocridade (da rede do BBB), estavam voltados para as agruras do tio Sam. Não que não tivesse importância, mas entre as dores do país que é o imenso buraco negro da economia mundial e as nossas, é claro que temos que cuidar das nossas. Agora o que estamos vendo? A foto acima mostra Cuba, também atingida pelo Sandy, e o que se falou de Cuba, ou de outras regiões atingidas, na Globo? O tio Sam tem de sobra para reorganizar a vida de todos os envolvidos na tragédia, e têm enorme obrigação moral de fazer isso, pois de longe são os principais causadores dos distúrbios globais (sem trocadilhos) do clima. Só tá faltando a Globo lançar campanha humanitária para ajudar as vítimas. E o que tá rolando aqui, na terrinha? Alguém já viu alguma notícia nesta famigerada emissora sobre o que tá acontecendo com os índios Guarani-Kaiowás? Pelo menos eu não vi. Que puxassaquismo declarado é esse? Que cortina de fumaça estão mais uma vez levantando? Tentando esconder o quê? Resultados práticos do julgamento do mensalão? Será isso que se tenta esconder, agora que é o vamos-ver pra valer das condenações? Não sei... pode ser tanta coisa, neste amado país que virou cancro da corrupção em todos os níveis. Alguém que é mais esperto que eu, dá uma ajuda...

Ah! a foto eu peguei de uma postagem do Jean Neves no face, e o texto tá fazendo eco aos protestos do Norberto Presta, também no face... 
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Porque viajar é preciso

não gastem seu dinheiro com coisas tolas. Gastem com coisas necessárias em primeiro lugar, principalmente para manter sua consciência equilibrada e sua vida em sociedade ajustada. Mas, por favor, fechem os olhos para etiquetas, marcas, símbolos tolos de status... a vida não pede isso. Viajar é muito mais barato do que a maioria pensa...



sábado, 20 de outubro de 2012

As sementes da ignorância... de quem é a culpa?


Hoje, 20 de outubro, fui assistir a uma partida de futebol americano do meu filho na cidade de Itapema, vizinha de Balneário Camboriú. Parei o carro na rua ao lado do campo, num local alto e de boa visão e resolvi assistir ao jogo dali mesmo. Pouco tempo depois, estacionou a poucos metros de mim outro carro, do qual desembarcaram 4 pagodeiros (pelo menos era a música altíssima que estavam ouvindo). Abriram o porta malas e o som se espalhou ainda com mais vontade. Tudo bem, estávamos na rua, em local público e dentro de um horário permitido. Na tampa do porta malas havia uma garrada de vodka e outra garrafa pet, com algum líquido dentro, o qual foi logo consumido na mistura. Um dos pagodeiros, então, sem nenhum constrangimento, jogou a garrafa pet no barranco (sim, não era calçada, porque o campo era quase na área rural), sendo que, algum tempo depois, entraram no carro e se foram (para alívio dos meus ouvidos). A semente da educação do grupo ficou ali, fazendo conjunto com outras muitas sementes já antes jogadas, por  outros tantos ignorantes das regras normais de convivência e proteção ao meio ambiente. 
De quem é a culpa?
A culpa é de um sistema social onde a educação é precária, onde os professores são muito mal pagos e desrespeitados até como seres humanos. A culpa é de um sistema social onde não existe nenhum incentivo à cidadania; onde não há nenhuma obrigatoriedade real de crianças frequentarem escolas. Tudo isso acontecendo num círculo vicioso que vira moto-contínuo, onde mentes brilhantes se preocupam mais com novas regras gramaticais do que com a escolaridade voltada para a cidadania e bem estar social. 
A culpa é do sistema social vigente, que, por sua vez, é de responsabilidade do governo, que, por sua vez, é de responsabilidade dos políticos eleitos para exercer o governo, que, por sua vez, é de responsabilidade nossa os nomes que colocamos atrás do teclado deste imenso caixa eletrônico chamado Brasil, onde o saque é infinito e ininterrupto. 
Então, de quem é a culpa? 
Nossa.
A culpa é do nosso voto desorientado, que por sua vez... 

Em tempo: não tenho nada contra os pagodeiros, embora tenha muito contra o pagode.

Em tempo: eu queria começar a postar sobre minha viagem ao Pays Cathare, mas não consegui deixar passar o assunto...
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

voar com a TAP... ai, começou mal!!!


...os manos mais velhos do lado de lá do Atlântico não podem mesmo reclamar de fazermos piadas com suas trapalhadas. Estou tentando considerar piada o que a a TAP fez conosco, embora o assunto decaia fácil para o desrespeito ao consumidor. 
O problema é que compramos passagens de Florianópolis à Tolouse com a TAP. Não compramos passagens fracionadas por trechos. Fechamos a compra incluindo saída e chegada em Florianópolis, sabendo que o voo sobre o marzão sairia de Campinas (do dia 30/09 estes voos passarão a sair de Guarulhos, mas o nosso é para o dia 27/09). Acontece que o voo de Florianópolis vai para Guarulhos e, como nada havia explicado no site da TAP, imaginamos que haveria um translado de Guarulhos para Campinas. Pois é, não tem!
Na verdade, a TAM oferece translado do aeroporto de Guarulhos até o de Congonhas e deste até Campinas, porém, o ônibus que vai para Campinas sai as 18:40 e o nosso voo é 21:40. Em São Paulo, com esse mundaréu de carros e pencas de congestionamento, dá pra arriscar? 
O que vamos ter que fazer é comprar passagens de ônibus por conta própria, com outra empresa que faz este trajeto (Guarulhos/Campinas), para não corrermos riscos. 
Vá lá que eu não sou de ter muitas milhagens aéreas, mas tenho viajado um pouco por aí, então pergunto: alguém já viu isso? Comprar uma passagem de um trecho inteiro, e ter que se virar por conta própria pra que esse trecho seja mesmo inteiro?
Pior ainda que entramos em contato com a Anac e a atendente demonstrou nunca ter lido o manual básico de sobreviventes das companhias aéreas. Não sabia que pela lei da própria Anac a companhia aérea é responsável por eventuais translados entre aeroportos. 
Que sensação ruim de ser logrado.
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cultura... pra quê?






A gente é obrigado a ouvir um monte de balela durante a cada vez mais hipócrita campanha eleitoral. Carreatas, passeatas, buzinaço, alto-falantes ensurdecedores e foguetórios. Cartazes pra todo lado, panfletos embaixo da porta, no vidro do carro...  e é a hora da virada, a hora da mudança... é tanta mentira antiga que nem tem mais roupas novas para vesti-las... No fim de semana teve um comício pertinho da minha casa e ouvi (porque era impossível não ouvir) estas palavras do candidato a vice:

"faremos novas creches, porque é preciso, e também é necessário..."

Espaço físico e sonoro usado a favor ou contra nossa vontade... Porém, ah! porém... quando o assunto é cultura, quanto descaso!

Vejam abaixo o que li no VC REPÓRTER (terra)... Não é aqui da minha  cidade, mas é assim em todo lugar...

Uma ONG de São Paulo foi proibida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM-SP) de distribuir livros gratuitamente no Viaduto do Chá, região central de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Em nota, o órgão informou que a ocupação do espaço público da cidade requer autorização prévia da subprefeitura da região, e que estava cumprindo a lei.
Chamada de "Bienal Relâmpago", a ação foi idealizada pela organização não governamental Educa São Paulo, com o objetivo de protestar contra o "descaso com relação à situação das bibliotecas públicas da cidade". O ato, no entanto, foi coibido pela GCM ainda durante a madrugada.
De acordo com Devanir Amâncio, que preside a ONG, o grupo trazia, em um caminhão, caixas de livros, uma lousa e duas cadeiras - que seriam disponibilizadas para pessoas idosas. Por volta das 23h20 do domingo voluntários descarregaram a primeira caixa no local onde a distribuição aconteceria. Amâncio conta que quatro policiais da GCM abordaram a equipe e ordenaram que o material fosse colocado de volta no caminhão baú, que transportava mais 8 mil livros. Eles seriam organizados e distribuídos na manhã de segunda-feira pela ONG.
A ação dos guardas, de acordo com Amâncio, intimidou os voluntários. Um dos representantes da GCM teria dito, ainda segundo o presidente da ONG, que o material que não fosse devolvido ao caminhão seria retirado do local como entulho.
A nota da Guarda Civil Metropolitana diz também que " prefeitura apoia e estimula manifestações culturais e artísticas em todas as regiões da cidade, e por isso definiu regras claras para que os artistas possam se apresentar nas ruas da cidade". Entre estas regras, está a necessidade de se requerer autorização municipal para utilização do espaço público do município.
Para o presidente da ONG, a ação "não atrapalharia ninguém" e serviria de protesto pacífico; envolvia poucas pessoas, não tomaria grande parte do espaço público e teria finalidade social.
Iniciativa deve virar ação itinerante
Apesar da confusão, a ONG não desistiu de distribuir os livros. Segundo a Educa São Paulo, a "Bienal Relâmpago" será transformada em um projeto móvel, que pretende utilizar duas peruas que percorrerão locais movimentados da região central da cidade oferecendo livros, ainda nesta semana.
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Gavinhas




Ouvi os passos miúdos pelo quarto e a cortina balançou suave. Dez anos de uma solidão compartilhada. Todos que estamos ainda juntos ficamos solitários sem seu riso. Encosto o rosto no vidro da janela e a vejo vindo pela rua, trazendo seus livros, sonhos e soluções para nossas ansiedades. João casou e mora longe, mas vem sempre que pode. Tereza passou no vestibular e fica ainda mais 5 anos comigo, quem sabe? Tiago está com amigdalite. João foi o que mais sofreu. Tinha 16 anos. Onde coloquei a cartela de antiinflamatório? Tiago dorme e esquece de tomar. Por falar em esquecer, esqueci de levar o carro pra revisão e Tereza esqueceu que ando esquecido, não me lembrou que tinha que levar. Dez anos de uma solidão compartilhada, e esquecimentos, do que se pode esquecer. Dez anos de lembranças diárias, horárias, do que jamais vamos esquecer. Faz dois dias que está chovendo e tem uma pilha de roupas pra lavar. A manchinha da pele esta coçando muito, ela falou. Posso marcar o médico? Ah, não, esta semana não, tenho que preparar tantas aulas. Vamos marcar o médico? Esta semana também não posso meu querido, muitos alunos ficaram para recuperação. A ferida parou de coçar? Sim, quer dizer, não coça tanto... mas dói um pouco. Metástases. Ela sorriu ao apertar minha mão antes da última cirurgia. Eu vou voltar, meu querido, eu vou voltar... mesmo que este corpo não resista, eu vou voltar. Tereza esqueceu de levar o cachecol e a chuva trouxe o frio. A noite vai ser fria e Tiago ainda não melhorou da garganta, além do mais, agora está com tosse. João ligou dizendo que pretendem ter um filho, ou filha. Aline parou com o anticoncepcional. Dez anos de solidão compartilhada. Quantas vezes ela falou que não queria ser avó antes do tempo! O médico segurou meu ombro e seus olhos molhados dispensaram as palavras. Foi como uma flor que o ramo não conseguiu prender. O vento do destino soprou mais forte. O vento do destino arrancou as gavinhas que me prendiam ao sonho de amá-la para sempre, onde quer que estivéssemos. Fiquei balançando no tempo, sem sustentação. Parece que o destino não entende muito de amor. Meia noite. Tereza beijou o namorado e subiu, Tiago acordou com a tosse e João está embalando o sonho de multiplicar a vida. No meu colo o livro está pendente da mão espalmada, também perdida num carinho esquecido no tempo. Você trouxe água? Já escovou os dentes? Quer esse travesseiro que é mais alto? Esta temperatura está boa pra você... pego mais uma coberta? O sono bate, a mão escorrega e os passos miúdos percorrem o quarto. A cortina balança suavemente com o vento do passado. O raciocínio mistura fatos e possibilidades. Uma luz acende na sacada, esqueci a porta aberta. Que luz? A lâmpada da sacada está queimada faz tempo. Não é nada, só estou sonhando. A porta abre-se um pouco mais, mas não tem vento. Tiago tosse. Tereza beija minha testa e diz pra eu dormir na cama. Ela não viu a luz na sacada? Apagou a luz do quarto, mas está ainda mais claro. Fechou a porta, mas não viu que a da sacada está escancarada? Sonho? Quase nunca sonho com ela. Eu tento, peço, rezo... não consigo. A luz aumenta, como uma grande lâmpada que se movimenta. Entra pela porta largamente aberta e me domina, me aquece. Acordo. Levanto. Não, ainda estou sentado ali, no sofá de leitura. Mas estou de pé. Ela sorri, parada em minha frente. O coração dispara. Eu não disse, meu querido, que eu voltaria? Aquele corpo se foi na voragem do tempo, todos os corpos de carne e osso se vão, mas nós, que nos amamos, nunca vamos junto com eles. Venha meu querido, teu corpo ainda é forte e vai demorar a partir, mas precisa descansar. Venha meu querido, essa noite é um presente para nós... vamos caminhar um pouco, não temos muito tempo, logo já vem o dia... mas antes, deixa eu ver se o Tiago está com febre, não saia daí... 

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