domingo, 4 de setembro de 2016



de fato, Temer não era o que eu queria, e creio que falo por muita gente, muita mesmo.
Porém, quem colocou o cara de vice foi o PT e agora, pela constituição (tão facilmente cuspida por aliados do PT, declarados ou não) ele é presidente. Então os que são contra o Temer, na sua imensa maioria são favoráveis à Dilma, e gritam FORA, e vociferam mazelas, como se aquela governanta fosse um exemplo de competência e ética, enquanto que este apenas um golpista aproveitador. Espalham ódio e gritam como se nada de errado existisse antes, ou dizem que o que estava errado sempre existiu. Bem, eu esperava que, no mínimo, em 13 anos de governo o PT pudesse fazer diferente. Não fez, e além de não fazer, piorou. O partido da ética abraçou Maluf e desmanchou a economia brasileira pela sua insaciável sede de poder, além de ser vítima de um sórdido jogo político que esteve em suas mão mudar. Não mudou, e além de não mudar, piorou. Não fez a prometida reforma política. O mensalão, copiado do PSDB, gerou uma cultura de trocas espúrias que acabou por afundar o que nos restava de cidadania, e coitados dos pobres que foram usados como marketing e agora voltam a naufragar nas suas desumanas misérias. Por sinal, talvez o maior mal deixado pelo PT seja exatamente a política feita por marketing, exatamente como está acontecendo agora, quando se intensifica a estratégia de repetir um grito, uma mentira, até que todos pensem que é verdade. Assim vemos "protestos" espalhados pelo país, na maioria das vezes, violentos, radicais. Que bom! Bom mesmo, porque o radicalismo afasta milhões de votos. É muito bom que a esquerda, magoada e sem moral para aceitar e reconhecer seus próprios erros (como sempre), esqueça que foi só quando Lula gritou que era o Lulinha paz e amor é que conseguiu enganar o povo e ganhar eleições.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Congresso Nacional, o câncer do Brasil.

 
 
o maior câncer moral do Brasil se chama CONGRESSO NACIONAL.

... é de lá que deriva a grande maioria dos males que nos assolam, porque foi tomado por uma corja de bandidos disfarçados de políticos.

quase nenhum representante do povo que lá está representa o povo. Representam apenas a si mesmos, porque nem se pode falar que representam um partido, ou uma ideologia. Vão para a política pensando em poder (principalmente poder de barganha), e, como consequência deste poder, dinheiro. Obviamente, dinheiro não lícito.

o discurso desta corja vai continuar o mesmo: saúde, educação, escola, transporte, segurança e sim, vão lutar em todos estes campos, mas procurando desvãos por onde vazar propina para suas contas.

qualquer governo que acampe no Executivo não sobreviverá jamais sem amaciar, adoçar, adular, a corja (do qual este mesmo governo veio). Esta situação ficou ainda mais estabelecida e imoral depois do governo Lula, que institucionalizou a compra destes marginais com o mensalão (e não me venham dizer que os fins justificam os meios, por que não, não justificam).

este bandido que aparece na sua tv como o melhor cidadão do mundo de tempos em tempos, só quer o seu voto, e nada, mas absolutamente nada mais. E ele sabe que se você confirmar seu voto nele, mais duas ou três pessoas perto de você também o farão, num efeito de massa que dá a ele tanto prazer. Então, não dê seu voto a ele, que destrói descaradamente a vida no Brasil.

no mínimo veja sua ficha pregressa, sua ficha criminal, seus projetos... de preferência, não reeleja NINGUÉM. Lamento que um ou outro tenha boas intenções, mas acima disso está o poder de transformação que o NÃO VOTO NELES possui, muito maior que o voto em quem já está lá. Não vote em quem já está lá e vamos reformular o Congresso a cada ciclo eleitoral. Você pode, eu posso.. comece a escrever sobre isso, a falar sobre isso, e o fator de multiplicação de sua ideia tomará conta, porque duvido que vc realmente acredite que algum bandido possa fazer alguma coisa de bom pelo Brasil.

se tem dúvida ainda, pense no desemprego, no feijão caro, na criminalidade desenfreada, no desmatamento, nas leis espezinhadas, no poder judiciário manipulado, nas leis feitas para protegê-los, na situação das escolas e dos professores, na situação das estradas (e a indecente falta delas), nos doentes empilhados em corredores de hospitais, na pobreza que é massa de manobra destes indecentes...

poucos países no mundo têm tanta riqueza como o Brasil... poucos países do mundo são tão roubados pelos políticos como o Brasil... faça alguma coisa, por favor.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Eu não sou santo...

é claro que não! Tenho meus deslizes, embora tenha tido uma boa formação escolar comparando-se com a média geral. Estudei em escola pública quase toda vida e vim de uma família classe média que sofreu para vencer e manter-se estável. Esta família me passou uma formação moral exemplar e, se ainda tenho meus deslizes, é por minha conta como indivíduo. Talvez se esta formação fosse mais frouxa, meus deslizes seriam maiores e entrariam na faixa da criminalidade. Quem sabe? Mas eu cumpro o máximo possível meus deveres familiares, profissionais e sociais, o que cria ao me redor um ambiente estável, desde que não seja invadido por pessoas sem o mesmo padrão de comportamento. É claro que este tipo de invasão é comum, faz parte da evolução individual e coletiva. Evoluímos por atrito e crescemos sabendo conviver com as diferenças. Quando alguém de padrão de comportamento diferente causa algum abalo no meu meio é preciso que, rapidamente, eu consiga restabelecer o equilíbrio, para mitigar as consequências. Quanto maior a diferença de padrão, mas difícil restabelecer o equilíbrio.
           Devo causar abalos em ambientes mais equilibrados que o meu, certamente. Estar atento a isso e procurar evitar abalos em ambientes "dos outros" faz parte também da evolução. Além de evitar causar abalos, melhor ainda é se eu souber copiar modelos de equilíbrio que possam ser úteis para melhorar o meu ambiente.
         Contudo, vivemos uma sociedade opressiva. Como brasileiros, o atrito é intenso. Violência e falta de cidadania são gritantes e produz um efeito terrível na construção de barreiras ao redor do nosso ambiente. Uma construção tão intensa que abala o próprio crescimento do indivíduo dentro destes ambiente, por que acabamos nos isolando, ficando desconfiados, irritados e até agressivos com invasões que poderiam até ser naturais ou benéficas. A construção de muros é um fator de estagnação em vários quesitos evolutivos, porque, com muros de proteção altos, fico mais à vontade com meus "pequenos deslizes". Torno-me conivente com meus erros e, porque não, me comparo com mais facilidade com um turbilhão de erros evidentes maiores que o meu. Acabo me achando "o cara". Que desastre!
          A situação social, política e econômica no Brasil está desastrosa. Quando vemos a lei ser burlada com escracho por quem tem algum poder; quando vemos o desleixo com nossos direitos e dinheiro por parte da classe política; quando vemos que a falta de investimento em saneamento básico nos ameaça de morte dentro das nossas casas; quando vemos que professores lutam insanamente pela sobrevivência enquanto que um mísero vereador iletrado consegue ganhar o suficiente para viver como rei; quando vemos que escolaridade é palavra nobre só em campanha eleitoral; quando vemos que segurança é confundida com truculência por uma polícia mal formada e que não há investimentos dos governos para termos uma polícia adequada; quando vemos que a imoral quantidade de impostos que pagamos não retorna em nada além de corrupção e deboche; quando vemos famílias mortas, pessoas mortas, por bandidos que não têm a mínima noção de respeito à vida; quando vemos machismo, feminismo, homofobia, xenofobia, racismo, sendo usadas por interesses de ideologias sem traços de humanidade; quando vemos homens públicos fazendo dinheiro com merenda escolar (meu Deus!!!); quando vemos o grande bordel que virou Brasília, ou bordéis, porque cada poder tem suas putas próprias, com todo respeito às profissionais do sexo. Quando vemos tanta coisa que faz este caldo de amarguras que se tornou o doce e maravilhoso Brasil, nos sentimos acuados em nosso pequeno ambiente de equilíbrio.
         Eu me sinto assim, acuado. Eu, com meus deslizes e meu padrão de comportamento. Imagine os que têm um padrão de comportamento melhor. E pensem no que acontece com os que têm um padrão pior... não vão se sentir estimulados a expandirem seus ambientes próprios? É... a expansão do mal na nossa sociedade é inevitável , enquanto tudo se mantiver assim, e não há como implantar modelos sociais ou aplicar ideologias de esquerda, direita ou centro, ou seja lá que ideologia for, se esta sociedade não for amparada pela lei. Lei é proteção. Lei é o valor máximo da sociedade, principalmente quando o padrão de comportamento dos diversos ambientes comportam tamanhas disparidades. Infelizmente estamos muito longe de qualquer padrão de igualdade humana, tamanha nossas disparidades. Porém, somos iguais perante a lei. Somente a lei é capaz, no momento, de produzir igualdade. Se a lei não for refletida, contemporizada e, acima de tudo, respeitada, caminharemos rapidamente para a bancarrota social que poderá nos levar à ditaduras mais perversas do que a que estamos vivendo. Quem é mais velho sabe do que estou falando.
         Eu não sou santo, tenho meus erros, mas estes erros, em hipótese alguma podem justificar erros dos que estão no ápice da hierarquia social e política. Pensar assim é cometer uma monstruosidade intencional com o entendimento. A lei que me regula precisa ser a lei que regula todos os níveis sociais, sem exceções. 
         Por não ser santo é que preciso de leis. Ninguém que vive por estas paragens é santo, então...
        



sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Tudo por um abraço



           
            A tarde começava a encostar na noite quando José encontrou Maria. Ele a havia deixado aos cuidados de outros instrutores no dia de Natal, para que ela aprendesse com mais pessoas além dele, mas agora estava curioso para saber o que ela havia aprendido.
- Então, como foi o dia? – perguntou.
- Kara, de boa, fiquei @ com o que Ὢ, vc n imagina o q ta ᾥ... nunca ♥ que ia passar um ☼ assim...
- Hã???
- KKKKK... kikikiki... heheheh ... clap clap clap...
- Maria, você endoidou?
- Calma, José.  É que passei o dia cuidando de meninos e meninas que ficam o tempo todo grudados no celular... eles ganharam aparelhos novos de presente de Natal.
- Ora, mas precisa cuidar deles, se só fazem uma coisa? – perguntou José, mais para testar o que Maria havia aprendido.
- Precisa, e muito! Aprendi isso hoje. O maior problema é esse, por estarem em silêncio quase sempre em um só lugar,  os pais pensam que não tem perigo. Como tem perigo! Muito!
- Como assim? – insistiu José, incentivando a sua tutelada.
- A ligação mental destes jovens é intensa e nada precavida. A imensa maioria fica horas e horas apenas trocando futilidades... são os eternos kikiki, kakaka e clap clap clap. A mente entra num monoideísmo precursor de várias catástrofes psicológicas. É como um corpo sedentário, com o tempo adquire infindáveis doenças até chegar nos derrames, infartos... desenvolve diabetes, atrofias. A mente aprisionada pelo monoideísmo, mesmo que seja tecnológico e aparentemente muito ativo, se predispõe à indolência, à preguiça, ao vício... muitos tipos de vícios. Sem contar tantas amizades fúteis, tantas paixões equivocadas que acabam dificultando tanto o futuro...
- Vejo que aprendeu bastante. Então a mente precisa correr, se exercitar?
- No mínimo caminhar... ver outras paisagens, estabelecer novas conexões, e que sejam mais duradouras, e não as conexões fugazes, instantâneas da mistura celular/internet. Você bem sabe meu amigo, e bem melhor do que eu, que as sombras estão atentas e acompanham aqueles que se escondem da luz. Hoje meu novo instrutor precisou intervir afastando muitos irmãos mal intencionados de jovens que não eram ruins, apenas indisciplinados. Agora imagina os jovens que tenham ainda algumas sementes de maldade ou fraqueza querendo germinar em si, como o instrutor falou.
- E os pais pensam que tecnologia é insubstituível. No fundo estão fazendo de conta que geram segurança, mas só estão pensando no conforto pessoal. Dão presentes caros para compensar a má vontade quanto à dedicação do seu próprio tempo... mas, nossa!, você esta mesmo muito abatida. Vejo que aprendeu bastante, mas, ficar perto de você é como cair num abismo energético...
- ... me desculpe, José, não consigo chegar perto deles e não me envolver emocionalmente... acabo trazendo muitas energias... ainda estou aprendendo como se faz.
- Ora, não se desculpe. Tenho certeza de que fez um lindo trabalho. Mas, venha, vamos nos movimentar um pouco antes de descansarmos, já que a mente tem ao menos que caminhar.
- E aonde vai me levar?
- Ainda não terminei todos os meus compromissos. Preciso visitar uma família conhecida que passou por alguns problemas recentemente. Quero ver como está sendo o Natal deles... – respondeu José, abrindo os braços e projetando ao redor de Maria uma luminosidade azulada que a fez rapidamente levitar.
- Ah! Que boa essa sensação de ser levada... obrigada, José! – falou Maria.
- Minha amiga Maria, você está cansada, então o que me custa a envolver nestas energias que estão sobrando e carregá-la um pouco... mas veja, é aqui a casa da família. Olhe ali no quintal, que lindos os dois irmãos!
José havia entrado pelos fundos de uma casa modesta e passado por uma garagem, que não era mais do que dois pilares segurando um telhado de amianto projetando-se da casa. Não havia carro na garagem e a casa demonstrava a situação financeira difícil pela qual passava a família. No degrau da porta da entrada da casa havia duas crianças sentadas, em aparente desânimo.
- Quem são? São lindos mesmo, mas, não parecem estar muito animados com o Natal. – falou Maria.
- O mais velho se chama Pedro, tem 10 anos... o mais novo é Mateus, 7 anos...  a família sofreu um baque há dois anos. Eles estavam bem inseridos dentro da sociedade, o pai era um pedreiro que virou construtor e a mãe cuidava dos filhos. Iam muito bem financeiramente e nada de material lhes faltava. Mateus e Pedro tinham quase tudo que queriam. Se não fosse a tragédia, talvez hoje eles estivessem na sua lista de alienados do celular...
- Mas... qual foi a tragédia?
- O pai, Tiago, juntou muito dinheiro e resolveu construir um edifício para vender os apartamentos. Trabalhou muito, muito, muito. Ele e a esposa sempre foram muito honestos, mas, como a grande maioria das pessoas, usavam o trabalho como escudo para justificar o doce vício de ganhar dinheiro. Bem, isso é ainda melhor do que ganhar dinheiro sem trabalhar, mas, não deixa de ser um vício. Inclua-se neste vício um pouco de avareza e tudo se complica...
- Ainda não me contou da tragédia, José... fiquei curiosa...
- Por ter que trabalhar demais, Tiago não percebeu que a esposa estava doente. Uma doença quase silenciosa, que ela esperava tratar depois que o edifício ficasse pronto. Não queria atrapalhar o marido, não queria desviar o dinheiro da construção para a saúde, então esperou. Quando o marido soube, era tarde, o câncer já tinha espalhado metástases.
- Não sei como, mas já imaginava que o caminho era esse... – falou Maria, entristecendo.
- Você demonstra ser muito dedutiva, mas a tragédia não foi só isso. Uma grande enchente, como nunca tinha acontecido antes, tomou conta da construção e toda a fundação do edifício ficou comprometida. Muitos apartamentos já estavam vendidos e, depois da água baixar, Tiago trabalhou ainda mais para honrar seus compromissos, só que, em área de inundação, ninguém quer comprar imóvel. Nem conseguiu vender novos apartamentos, nem entregar os já pagos. A ruína financeira foi inevitável, assim como a morte da esposa. Tarde demais para tratar, ainda mais sem dinheiro.
- Ainda tem mais? Estou sofrendo com isso...
- Desculpe, minha querida... se quiser a levo e volto depois...
- Como assim? Agora que você me envolveu? Conta tudo...
- A mãe partiu numa manhã fria de inverno, tão fria quanto o coração de Tiago. Somente a responsabilidade pelos filhos não permitiu que ele também partisse, porém voluntariamente, atrás da esposa. Não conseguiu pagar todas as suas contas. O restante da família não tinha muitas posses, e também não simpatiza muito com ele. Os irmãos sempre foram chamados por ele de preguiçosos... sabe como é... Então não teve apoio e, diante de tamanha dívida, se escondeu. Ele gostaria de pagar tudo, mas, falido, pelos seus critérios, não teve outra saída.
- Então ele não é desta cidade onde estamos?
- Não... tudo o que lhe contei aconteceu distante daqui. Tiago veio para cá com os filhos, para uma cidade bem menor, e alugou esta casa humilde. Colocou os filhos em escola pública e tem trabalhado desesperadamente, agora pensando em recuperar-se financeiramente, pagar as dívidas, limpar a honra, garantir o futuro dos filhos, ganhar dinheiro...
- Sempre o doce vício do dinheiro, não é?
- Sim... mas não podemos condená-lo. Está fazendo o que acha mais certo. Quanto era criança não teve uma educação muito diferente disso e, como diz uma amiga minha que sempre erra os trocadilhos: a árvore nunca cai longe do pé...
- Mas tem alguma chance dele mudar e fazer diferente, para que um dia os filhos não repitam o mesmo erro?
- Claro, mas, lembre-se, a evolução é lenta. Ele já tem méritos em muita coisa, mesmo tendo fugido dos seus compromissos. Veja, os meninos estão bem vestidos, embora com roupas simples, e até comprou presentes para eles, mesmo que sejam os mais baratos que pode comprar.
- Presentes? Onde estão?
- Não está vendo, ali, na calçada...
- O que é isso?
- Ora, Maria... é uma bola  e um peão... vai me dizer que nunca jogou peão? Vai me dizer que nunca brincou de bola?
- ehhh... bem, você sabe, desde que voltei tenho trabalhado muito para me recuperar...  me colocaram para trabalhar com você, que já me ensinou muito, mas não consigo lembrar de quase nada do passado... Dizem que meu desenlace foi muito traumático e eu mesma criei barreiras para a minha memória. Então, peão, bola, lembro disso, claro, porém, acho que também sou de outra geração, não sei... mas vejo que os meninos também não sabem como brincar...
- Não sabem mesmo, mas é por isso que viemos... vamos ensinar. Afinal, foi o presente que o pai pode comprar, e com muito custo...
- Ensinar? Como dois espíritos vão ensinar dois meninos encarnados a brincar de peão e bola?
- Vamos gerar alegria, venha comigo...
José tomou Maria pela mão e a levou para dentro de casa, onde encontraram Tiago sentado em um sofá velho, assistindo televisão, Era fácil ver que seus olhos estavam na tela, mas seu pensamento divagava no passado, enquanto o coração se enchia de tristeza e saudade.
- Nossa! É triste ver uma família assim, no Natal – falou Maria, tocada pela energia do ambiente.
- Só que não viemos aqui para sentir tristeza, minha amiga. Preciso que me ajude. Vá até os brinquedos e fique muito feliz ao tocá-los? Sabe como fazer, não é? Sei que já a ensinaram como magnetizar objetos do plano material.
- Sim, eu sei. Vou me alegrar como posso, me encher de amor, pensar em Jesus, pensar em amigos, risos, paz, e tocar os brinquedos... e você, o que vai fazer?
- Vou tentar mudar um pouco os pensamentos de Tiago. Vou fazê-lo lembrar de quando era criança e brincava com o pai de peão e bola, vou tocar suas emoções... o pai era uma pessoa difícil, mas ficaram algumas boas lembranças a serem exploradas.
            Maria precisou ser rápida, porque José era muito eficiente em influenciar as pessoas. Em poucos minutos Tiago passava por cima dos filhos e pegava os brinquedos, que logo no primeiro toque já começaram a se iluminar aos olhos sensíveis do espírito.
- Ei... pai... como é que você fez isso? – perguntou o pequeno Mateus, que até aquele momento estava desinteressado e distante, mas que, ao ver o peão girar e formar desenhos diferentes, ficou muito surpreso.
- Isso o quê? – Perguntou Tiago - nunca viu um peão rodar? E você aí, ô pé de vírgula... o fundo da garagem é a trave... gooooollll...
- Ei! Você chutou antes do goleiro estar na trave... este gol não vale...- gritou Pedro, correndo para o fundo da garagem e se preparando rapidamente para a próxima defesa. Um pênalti na final do campeonato!
- Pai... pai... faz de novo... enrola o fio e joga o peão... – gritou Mateus.
- Veja Maria – falou José - preste atenção... veja o que acontece com a energia que você colocou nos brinquedos...
- Nooossa! Que lindo! Parece que sai luz deles cada vez que são tocados... veja, quando a bola bate na parede é como se fogos de artifícios explodissem... e o peão rodando joga centelhas de luz colorida para todo lado...
- Esta luz é alegria... veja como se espalha e se junta novamente, cada vez em maior quantidade. Veja como vai grudando no corpo espiritual deles e se infiltrando para os centros de energia. Veja como se acumulam no coração... daqui a pouco vão ter uma crise incontrolável de riso por qualquer trapalhada boba que façam... a alegria limpa a alma, desintoxica o coração...
- Eu nunca imaginei que podia ser assim... isso é fantástico, como estão felizes agora! Que mudança!
- Eles estão e nós também. Perceba que seu mal estar sumiu... Mas venha, vamos deixar que se fartem de alegria, depois, quando dormirem, vamos encontrá-los do lado de cá...
- Ah, é? Que legal! Mas, aonde vamos agora?
- Descansar, minha querida, espíritos também descansam. A casa já se encheu de novas energias, o ambiente está limpo e creio que Tiago e os filhos não vão se incomodar que usemos um pouco a pequena sala – falou José, mais uma vez levando a amiga pela mão. Assim que Maria sentou no velho sofá, perguntou:
- Nós podemos fazer alguma coisa também em relação à situação financeira deles? Não sei ainda até onde vai nossos limites...
- Não, nós não... ao menos não mais do que já fizemos. A alegria contagia. Tiago fez uma conexão mental com o passado, com o pai, que também trabalhou muito e não deu a ele toda a atenção que merecia, perdido nos mesmos doces vícios do dinheiro. Entendeu que não pode repetir os mesmos erros. Agora vai remoer novos pensamentos em relação a isso e, dependendo de como começar a agir, a Providência, se assim podemos chamar o planejamento cármico das nossas vidas, também agirá a seu favor...
- Sério? Então é assim que acontece? Um toma-lá-dá-cá?
- A vida é feita de ação e reação, causa e efeito. Quanto mais amor e honestidade colocarmos na ação, mais colheremos amor e honestidade na reação. A tão falada justiça Divina vai bem além de simples prêmios e castigos. Tudo depende exclusivamente de nós, minha amiga. Coloque ainda nas ações o carinho, o respeito, o perdão, a paciência, a persistência... e imagine que reação a vida nos dará... Tiago, com a experiência de hoje, começou a entender que um abraço vale realmente bem mais que uma moeda. Que um presente caro não substitui o tempo que doa aos filhos, aos amigos, a quem veio para conviver com ele. Pelo que sei, há um comprador interessado no terreno onde ficou o edifício semiconstruído. Ele tem um grande projeto de derrubar tudo, fazer um grande aterro e construir um shopping no local. Com o dinheiro da venda do terreno ele já paga todas as contas...
- Então o problema está resolvido... – falou Maria, eufórica.
- Não... não está, ainda não... a não ser que você também ache que tudo se resume a dinheiro.
- Não... não foi isso que quis dizer... – respondeu Maria, um pouco envergonhada.
- Vai depender dele se comprometer com os novos ideais que está vislumbrando. É uma nova chance, não é? Mas, quem sabe como ele vai se comportar no futuro, quando estiver com tudo pago? Fazer o certo exige muita persistência...
- Ei! Você me enrolou – falou Maria, ao ver que pai e filhos já estavam deitados em suas camas - pensei que íamos descansar... eles já foram dormir e estão se desdobrando. Como o tempo passa rápido aqui!
- Eu enrolei você com as energias dos bons pensamentos, minha amiga. Quer descanso melhor do que o equilíbrio que isso nos trás? Mas agora é hora de encontrá-los do lado de cá... está preparada?
- Eu teria que estar preparada?
- Acho que sim – falou José, apanhando o duplo etéreo de um porta-retratos de cima de uma mesa e entregando-o a Maria, no exato momento que pai e filhos entravam na pequena sala e ficavam boquiabertos com o que viam.
- Ei! O que está acontecendo? – perguntou Maria, ainda sem olhar para a foto do porta-retratos – nossa! Até parece que vocês me conhecem! Eu brinquei com vocês hoje... mas estava do lado de cá e vocês no lado de lá... não acredito que vocês me viram...
- Mãe... mãezinha... não lembra mais da gente? – perguntou Mateus, correndo para ela e a abraçando.
- Mãe... mãe... eu? Ai, meu Deus! – falou Maria, agora olhando para a foto dela abraçada ao marido que tinha nas mãos. Seu coração teve um descompasso e seus olhos se encheram de lágrimas. Foi como se uma porta se abrisse de repente e todo o passado que estava escondido atrás dela entrasse por aquela sala.
- Maria... Maria... que saudade! Que saudade... você voltou... – falou Tiago, ajoelhando-se no meio da sala, tamanha a emoção.
O instrutor José deu um passo para trás e seu coração se encheu de alegria quando todos se abraçaram. Um raio de luz rasgou o ambiente e os envolveu a tal ponto que José quase não mais os via. Seus olhos, também inundados, fazia a luz se espalhar e se perder no meio de tanta alegria. Então, no meio da luz ele viu que Maria lhe estendia a mão e o chamava. Percebeu pelo sorriso dela que também havia se lembrado dele. Aproximou-se lentamente e abraçou a todos. Tiago, ao perceber que havia outra pessoa junto com eles, separou-se um pouco da esposa que retornava da morte para encher-lhe a vida de esperança, e olhou para José. Mais uma vez a emoção fez bambearem suas pernas e se ajoelhou. Entre soluços, falou:
- Pai! Meu pai... você também veio...
            - Sim, meu filho... vim lhe desejar um Natal de paz...




domingo, 29 de novembro de 2015

O Brasil da semântica espetacular

Ou o Brasil onde mais se brinca com a semântica? Ou o Brasil onde a semântica é uma sacanagem? Não sei. O que sei, e que vejo, escuto e leio, é que as palavras podem ser interpretadas das maneiras mais inventivas, passionais e desonestas possíveis, sem que nada mude efetivamente. Destruir pode significar desconstruir, e quem diz isso o afirma com plena segurança de sua honestidade; assim como o que se viu, não viu. O que se leu, não leu e o que se falou, não falou. O que tenho visto, escutado e lido, é que amigos não são tão amigos assim e mesmo amigos que um dia foram de confiança, era um engano, mas nunca um engodo. Alguns que eram para ser amigos, na verdade, nem se conhecem, talvez até tenham se visto por aí, nada mais. Porém, tudo o que se falou sobre isso foi mal interpretado.

Pelo que nos querem fazer acreditar é que tudo é questão de interpretação. Então tentar mandar para fora do país um acusado que pode ser uma bomba de informações era apenas uma ação humanitária. Como ninguém entendeu isso? Então não saber de uma mutreta milionária é muito perto de saber e não entender o que era, mesmo que fosse obrigação saber o que era. Ter aceitado um contrato fraudulento pode ser substituído por não ter lido um contrato fraudulento, ou lido só uma parte. Então ter conta em nome da esposa, ou da família, na Suíça, não é o mesmo que ter conta na Suíça.Outros têm conta mas não lembram. É tudo questão de interpretação. E temos que acreditar nisso, porque quem decide se isso é verdade ou mentira, não pode dizer se isso é verdade ou mentira, porque podem ter que, a qualquer momento, usar da mesma semântica. Então se decide se um voto é secreto ou aberto não pelo medo da opinião pública saber sua posição, mas porque é constitucional. Tão justo! Tão justo como termos que acreditar que a crise não existe, é propaganda, ou, se existe, é por culpa da irresponsabilidade de outros governos, tão somente. Tão justo como termos que acreditar que bandidos não são bandidos, mas heróis do povo brasileiro. Que semântica! Por que tem uns que batem e quebram porque são libertários e, por isso, podem bater e quebrar. Outros são apenas reacionários perigosos, mesmo que não batam, nem quebrem.


Que semântica espetacular e inovadora, que não consegue ser entendida, interpretada, nem pelo doutor, nem pelo aluno! Nem pelo intelectual, nem por aquele que não passou por escola nenhuma, ou que passou, mas foi arrebanhado pela profusão de informações levianas e sem sentido da frivolidade cotidiana.

Uma semântica que só é entendida por aqueles que não possuem formação moral, nem comprometimento ético com o país. Apenas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Ombra e Lutz... um trecho da "entrometença" (introdução em occitano)

    (...)Segurei meu cavalo até que Mathieu e Bonnet me alcançassem, o que fizeram com a maior cautela e silêncio. Apenas eu, um reles soldado que foi elevado à condição de cavaleiro pelo conde de Tolosa, os guardava. Eu, Sebah, conhecido como le Roc, que agora olhava para além da pequena clareira coberta de neve, onde os troncos de pinheiros estavam envoltos pela bruma e nada além se via, assim como o caminho que acabávamos de passar. A neve caíra durante a noite, muito mais cedo que o previsto e, embora em pouca quantidade, foi o suficiente para cobrir o solo com uma fina camada de gelo. 
    – Temos que arriscar – falei, sabendo que cada minuto perdido significava mais perigo, já que as patrulhas do exército cruzado varriam a região durante o dia e havíamos demorado mais tempo do que o previsto na descida. 
    – Então vamos – falou Bonnet, já dando o primeiro passo. 
    – Parece que vejo vultos – comentou Mathieu. 
   – O nevoeiro produz seus próprios fantasmas – falei, montando meu cavalo, assim como eles, porque não precisávamos mais puxá-los por caminhos tão estreitos costeando a rocha, que era difícil acreditar que havíamos passado. Adiantei-me pela neve rala e as patas do cavalo começaram a quebrar a fina superfície de gelo sobre ela, fazendo um barulho que nos causava arrepios, como se todo o exército inimigo fosse acordar com aquilo.  
     Quando estávamos no meio da clareira, os fantasmas do nevoeiro apareceram, um a um, e paramos estarrecidos. Da direita para a esquerda, por entre grossos troncos, cinco cavaleiros surgiram, montados em animais enormes e cobertos com mantos, onde eram desenhados os estandartes de cada casa. Não eram soldados, nem routiers6 e parece que sabiam que iríamos passar por ali, o que me levou novamente a crer que havia traidores entre nós. Seus paramentos e estandartes desenhados nos mantos mostravam que eram da nobreza, embora um deles se destacasse como comandante dos outros. 
     Nossos cavalos pareciam pôneis diante daqueles portentos que soltavam vapores pelas ventas e estavam irrequietos, como se já pressentissem cheiro de sangue e morte. (...)


   (...)Aproveitando da estupefação do momento, enquanto o nobre cavaleiro começava a despencar do cavalo, tentando tapar a grande ferida com a mão esquerda, disparamos nossos cavalos na direção da floresta. 
    Demorou poucos segundos para os demais cavaleiros se recobrarem do susto e partirem em nossa perseguição. Era o que eu queria. Posicionando meu cavalo adequadamente atrás dos troncos maiores, esperei que os três primeiros passassem e, num giro rápido da montaria, derrubei o último, batendo com minha espada em seu peito. O som da lâmina explodindo na cota de malha alertou seus companheiros, que logo viraram na minha direção, mas viram apenas meu vulto sumindo na bruma. Com isso já conseguira livrar meus companheiros da perseguição mais próxima. Eu estava tomado pela luta. Jamais eu teria coragem de sequer ferir uma pessoa no meu estado normal, porém, a batalha faz com que sejamos rapidamente tomados por uma febre de invencibilidade, até nos tornarmos vencíveis. Naquele momento eu não era vencível, e em poucos minutos todos estavam caídos em meio à floresta. Não estavam mortos, mas alguns deles estavam bastante feridos. Meu cavalo era um corcel pequeno e ágil, enquanto que os deles eram gigantescos, mas lentos. Minha obrigação era seguir atrás de Mathieu e Bonnet, mas eu sabia que a poucos passos dali havia um nobre caído na neve, talvez morto, se não fosse rapidamente socorrido. Era o que estava ferido mais perigosamente.                              
         Cutuquei meu cavalo, que respondia com rapidez, e em poucos segundos eu pulava para a neve, ao lado do cavaleiro. Usando de toda minha força, sempre descomunal, levantei-o, embora estivesse coberto de placas de metal e cota de malha, e levei-o para uma pedra um pouco mais alta. Removi o manto de seu cavalo e o envolvi, depois apanhei grandes punhados de neve, que se acumulava mais nas beiradas da pedra, e cobri a ferida sangrenta, causando ainda mais gemidos de dor. Ele só não morrera de hemorragia porque mantivera a ferida virada para baixo, em contato com o gelo, o que demonstrava sua experiência. Porém, se ficasse ali estendido na neve, morreria congelado, por isso eu o estava ajudando. Não queria carregar minha memória com o peso de mais uma morte. Meus bons amigos Anne Crestan e Pierre de Guilles passaram muitos anos me pregando o amor e a não violência, então, mesmo que eu me justificasse com a ideia de que havia apenas me defendido, sabia que não tinha agido certo segundo os preceitos do Cristo. Mais uma vez não havia conseguido dar a outra face. Como diria o bom abade Amadeu: uma espada nunca poderá fazer totalmente o bem! 
      Quando eu virei as costas para ir embora, sabendo que os cavaleiros que deixara caídos na floresta logo nos alcançariam, ou mesmo alguma outra patrulha do exército cruzado, o cavaleiro, com um fio de voz, me chamou:
      – Sebah...
      Sebah! Então ele sabia meu nome? Não demonstrou que me conhecia antes, quando me atacou.
      – Sim, meu nome é Sebah. Pensei que não me conhecia. 
    – Vamos... antes de partir... remova meu elmo... 
     Obedeci. Agora sua voz rouca estava quase inaudível. Com cuidado soltei as plaquetas metálicas e abri o elmo, depois o retirei. No mesmo instante ele sorriu e pousou sobre mim a luminosidade de seus olhos, profundamente azuis. O choque emocional que senti fez com que minhas pernas se dobrassem e eu caísse de joelhos. Como podia ser ele? Não era possível! (...)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

QUANTO CUSTA?


QUANTO CUSTA?
quanto custa silenciar a Mídia Golpista às vésperas de uma manifestação popular que tomaria o Brasil, para esvaziá-la?

quanto custa manter juízes do Supremo emparelhados com as necessidades políticas do executivo?
quanto custa manter juízes no TSE destinados embaralhar a lei e jogar pela janela os fiapos de ética que ainda imaginamos que possa existir por lá?

quanto custa distribuir ministérios para se segurar no cargo?

quanto custa comprar o presidente do senado para, da noite para o dia, ele tornar-se fiel aliado do governo?

quanto custa comprar o presidente da câmara com barganhas toma lá dá cá, um livrando a cara (pra não dizer outra coisa) do outro?

quanto custa uma palestra do Lula?

quanto custa uma suíte de luxo em Nova Iorque? Ou em Lisboa?

quanto custa ao Brasil o rio caudaloso da corrupção que acaba com nossas maiores empresas e instituições?

Sabem quanto custa? Custa os filhos do Brasil sem escolaridade, os doentes do Brasil sem tratamento, os trabalhadores sem emprego. Custa as estradas destruídas e milhares de mortos em acidentes por isso. Custa policiais sem salário e sem preparo, morrendo e matando desatinadamente. Custa delegacias sem gasolina pra abastecer as viaturas. Custa uma imundice espalhada por rios e cidades por falta de saneamento básico. Custa nossos portos sucateados. Custa nossas vidas. Custa nossa já quase inexistente cidadania.

Acima de tudo, custa nossa dignidade.

imagem tirada de:
https://liberdadeexpressao.wordpress.com/2010/07/28/censurar-humor-e-inconstitucional/

sábado, 10 de outubro de 2015

GOLPE... segunda parte

ou, o síndico, segunda parte...

eu coloquei como foi minha reeleição no post abaixo.

bem, vou contar como está a situação agora:

acabaram descobrindo o esquema com a empresa de jardinagem e dizem que estão investigando a troca da caixa d'água e o contrato com a empresa de segurança. Felizmente ainda não chegaram no contrato com a empresa que fez a reforma geral ano passado.

então resolveram reunir o conselho para decidir minha situação. Isso me tranquilizou bastante. Marcaram uma reunião inicial para depois pedir uma assembleia extraordinária. Como é linda a democracia! Bem, a maioria dos conselheiros foi escolhida por mim e, obviamente, pesquisei bem cada um deles antes de manipular para montar a equipe que me fiscalizaria. É claro que os que coloquei lá também participaram dos desvios nos contratos e levaram sua parte, afinal estamos numa democracia!  Acabei descobrindo que os que não coloquei também topavam participar. São poucos os que não tive acesso. O único problema é que um dos que topou, que nunca foi muito com minha cara, acabou descobrindo que enrolei ele no contrato com a empresa de segurança, que é dele, e levou bem menos do que esperava. Ficou furioso e acabou vazando informações para o candidato que perdeu, que também está furioso porque tinha sua própria equipe e queria mamar nesta teta. Este cara que vazou as informações é um grande canalha que não está nem aí para o estado democrático em que vivemos. Só que não sabia que eu já estava prevenido. Tenho informações sobre ele que podem destruir sua carreira, até mesmo sua vida. Já consegui fazer chegar nos ouvidos dos moradores algumas de suas falcatruas...

o movimento pelo meu afastamento, este GOLPE PARAGUAIO antidemocrático, um grande absurdo destes oportunistas, continua empolgando os moradores, que cada vez mais pedem minha cabeça. É claro que isso preocupa um pouco, mas vamos para a primeira reunião do conselho. Estou curioso pra ver o que vai acontecer.

logo conto mais...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

GOLPE... o mundo está infestado de golpistas.

VIVA A DEMOCRACIA!

eu fui reeleito síndico por uma margem muito apertada. Na campanha acirrada eu fiz obras no prédio sem mostrar o orçamento, mas os moradores acharam lindas no momento. Também prometi que baixaria os gastos de cada morador, além de prometer aos funcionários aumento de salário e benefícios extras, já que eles têm contato diário com todos os moradores e acabaram por fazer uma campanha de empatia que me foi muito favorável. Para demonstrar que o caixa estava bom eu mascarei números, deixei de lançar despesas, entre outras tantas coisas saudáveis durante uma campanha, afinal, todos sabem que pra ganhar uma eleição vale tudo e as pessoas nunca sabem do que a gente é capaz! Não é?

agora vejam só, o condomínio está falido e tive que aumentar as despesas de cada morador para cobrir o rombo do caixa. Também vai ser preciso despedir funcionários além de baixar o salário de outros, dentro de uma inevitável negociação democrática dentro de um mundo em crise. O problema é que o candidato que perdeu está esbravejando que eu menti, cometi estelionato eleitoral, para poder me eleger, entre outras tantas acusações. Os moradores estão indignados e saem pelos corredores e áreas comuns me criticando...

Pode isso?O resultado da urna do condomínio, democraticamente usada na eleição, foi claro, como podem querer me tirar do cargo? Afinal, isso não é uma democracia?
Isso é GOLPE! Estou cercado por golpistas...

GOLPE... GOLPE... GOLPE... VIVA A DEMOCRACIA...