domingo, 19 de outubro de 2014

domingo, 21 de setembro de 2014

Surpresa de bacalhau...

Leve e sudável, além de muito fácil de fazer. Um prato elegante e saboroso e que pode ser feito com um bacalhau mais simples, como o gadus macrocephalus (do pacífico). Porém, tem alguns pequenos segredos. Este bacalhau é barato e se encontra quase dessalgado, em filés grandes, com preço em torno de R$ 20,00 o quilo. Bem, vamos à receita...

1- Descongele o grande filé de bacalhau gadus macrocephalus e corte em pedaços médios, depois deixe na água por meia hora (o filé vem com um pouco de sal). Em seguida aperte-os com as mãos, até tirar toda a água e coloque num recipiente separado. Depois de todos secos, encharque-os com um bom óleo de oliva e não coloque sal.

2- Coloque camarões limpos e lulas em anéis em tempero de limão, sal e ervas de provence (da boa) e deixe na geladeira, de preferência de um dia para o outro.


3- monte em uma folha de papel alumínio, colocando o bacalhau embaixo, depois 2 anéis de lula, 2 anéis de cebola, 1 anel de pimentão verde, fatias finas de alho, pimenta rosa, 4 camarões médios, 4 fatias de azeitona preta, 3 folhas de manjericão, um pouco de sal e uma colher de sopa de óleo de oliva extra virgem. Feche o papel alumínio e faça uma trouxa. Coloque as trouxas numa travessa e asse por 45 minutos em fogo alto.


          


4- O acompanhamento pode ser com batatas douradas, como eu fiz, mas também pode ser um cous-cous, arroz, ou o que a criatividade avisar que combina...

         


5- O vinho... ah! um riesling da Luiz Argenta foi nossa companhia. Simplesmente maravilhoso.


        

6- bon appétit...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Perdão...

Nas melhores livrarias, em breve, muito breve...



http://www.lachatre.com.br/loja/perdao.html

domingo, 31 de agosto de 2014

A revolução do silêncio, Marina e a nova política... era disso que eu estava falando!!!


Quando a eleição geral passada registrou cerca de 30% de votos inválidos, o meu incluso, ficou marcado nos anais históricos uma "violenta revolução silenciosa". Como um cavaleiro inexistente, uma ideia se espalhou por mentes e corações sofridos. Mentes e corações cansados de um mais do mesmo para sempre e todo o sempre, no período de suas existências e suas lembranças, chamado política nacional. Uma revolução silenciosa como esta não se constrói de improviso. Pelo tempo o desmando e o descaso martelou incansável na saga de quem acredita que é possível viver e crescer dependendo do seu trabalho e sua boa interação com a sociedade onde está inserido. Martelou e machucou, até que, por cansaço, veio a revolução. Veio a revolução do silêncio, manifestada em silêncio, nos 30% de inválidos do TSE (postado em 01/11/2010) .O silêncio foi quebrado em junho de 2013 e a revolução ganhou as ruas e noticiários, obviamente. Alimentou a mídia e chamou a atenção para o fato de que uma parcela significativa da população estava descontente. Aqueles que comandam, os governos, de uma maneira geral, mesmo entendendo o significado desta revolução, preferiram mais calá-la do que ouvi-la. Foi mais fácil transformar o movimento em vandalismo, plantando violência no seu âmago, e assustando os pacíficos, do que se preparar para qualquer tipo efetivo de mudança. Foi mais fácil fazer de conta que tudo estava bem. Que engano! Então foram feitas propostas e foram gritadas soluções, não efetivadas, no mesmo faz de conta de sempre. A politicagem regada ao velho e bom clientelismo continuou recheando de fisiologismo e corporativismo o pato que ninguém paga da política nacional. Quer dizer, nada mudou de concreto, só que tá na hora de se começar a pagar o pato.
Mas, o que estes 30% de inválidos do TSE querem? O que esta população que foi às ruas nos movimentos de junho/13 quer? Querem mais decência e, consequentemente, menos mentiras por parte dos governos, em todas as suas esferas. Querem cidadania e tudo o que esta palavra significa. Querem respeito. Porém, sem tardar um minuto na sua saga, começa a campanha para uma nova eleição, e o que o povo vê é a repetição de tudo. Lemas, palavras de ordem, mentiras e musiquinhas infinitamente pobres e irritantes. Educação, saúde, segurança, luta contra a corrupção, transporte, bolsas e tais. Repete-se a desavergonhada busca pelo ÚNICO bem que temos e que interessa Aos políticos: o voto. Todo o restante vem à galope para suas vidas regadas de riquezas tão distantes da população. 
Só que neste momento a ideia dos inválidos virou ideologia e provavelmente um bom marqueteiro de campanha conseguiu ler nas entrelinhas da revolução do silêncio. Sem perder tempo, armou sua heroína (que lhe paga bem) com a espada luminosa que desbravará um novo tempo e a fez decorar os principais itens do discurso que mais agradaria os tantos e tantos revolucionários silenciosos (além dos 30%, quantos foram votar porque o voto é democraticamente obrigatório?). E ela veio. E é provável que ela tenha vindo, e fique. Então ninguém se assuste se tivermos uma nova Presidente do Brasil, porque sua equipe (e talvez mesmo ela, porque é esperta) soube enxergar a ideia da revolução silenciosa dos inválidos do TSE. Soube entender os movimentos de junho. Tenho certeza que os outros também souberam, mas não quiseram arriscar mudar de postura, diante de tudo o que tinham a perder. 

E assim Marina Silva, sem nada a perder, brada pelos campos seu grito heroico: pela NOVA POLÍTICA NACIONAL!

Exatamente o que os revolucionários silenciosos querem como ponto de partida. Mas querem de verdade. Querem como realidade. Somente isso, pra começar. 

Em tempo. Não acredito em soluções milagrosas. Não estou declarando meu voto. Não acredito que a Marina Silva vai solucionar nossos problemas de maneira diferente de qualquer outro que aí está. A considero mais um degrau da escada da democracia. Entendam bem isso, por favor. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

ELITE DOMINANTE




TODA ELITE DOMINANTE SE VÊ TENTADA PELO PODER... e passa da conta.

A ELITE DOMINANTE DE ESQUERDA, tão nociva quanto qualquer elite dominante, opressora e intelectualmente arrogante, está disseminando a ideia do ódio entre classes, infelizmente. Remova-se da sociedade todos os políticos, e seremos apenas humanos, com nossas situações evolutivas particulares, dificuldades particulares, e não massas de manobra eleitoreira. Os políticos se colocam como defensores populares, e o deveriam ser, porque é a razão de existirem, mas, com o poder, também passam da conta e só defendem seus interesses. Também são humanos e não resistem a um meio fortemente embasado no egoísmo, e há que se considerar que muitos humanos são atraídos para este meio exatamente por isso. 

Por que todo rico tem que ser desonesto e opressor? Por que todo pobre tem que ser honesto e sofredor? A realidade nos mostra que generalizações são sofríveis. Gostaria que o trabalho daqueles que pensam sem fisiologismo, sem proselitismo, fosse o da união e não da separação, por que todo ser humano que está neste planeta precisa de ajuda e compreensão, e não é o quanto tem ou não de bens materiais que o fará melhor ou pior. Está na base do pensamento comunista a igualdade de oportunidades, e esse pensamente é lindo e justo, e é isso que todas as classes precisam aprender, principalmente a dos políticos, nossos semideuses inatingíveis. Que lástima ver o quanto este pensamento é distorcido!

Mais amor, mais paciência, mais compreensão, porém sem a passividade parcimoniosa com o erro, seja de que classe for. Se alguém se posta de um "lado, pensando que o outro está em lado oposto, está completamente enganado. 

Todos caminhamos para o mesmo ponto. 

domingo, 1 de junho de 2014

Vai dá tainha? Não não vai...

depois de quase um ano, ela está de volta... garanto que as imagens não chegam nem perto do sabor. Com o incremento do pinhão e da linguiça Blumenau na farofa, coube muito bem até um tinto pinotage sul africado, muito elegante....



a farofa

o filé da tainha pré assado

a farofa cobrindo os filés

pronto...






quinta-feira, 29 de maio de 2014

Respeito

Tenho visto o governo alardear com pompa de milagre benefícios que são apenas obrigação de governo, pois pagamos para isso. Também tenho visto a oposição alardear como tragédia os erros do governo que eles mesmos praticaram, quando foram governo, com o mesmo requinte de deboche ao cidadão. Números em estatísticas corrompidas explodem na mídia, dos dois lados, e pessoas que se julgam inteligentes e superiores enquanto pregam igualdade nas quais não se ajustam (porque só consideram iguais quem pensa igual) estimulam o ódio, quando deveriam trabalhar para a paz. O que fazer? Tanto a grande mídia, quanto a "pequena mídia", está corrompida por suas necessidades, sejam elas monetárias ou idealistas. Ambas vedam a visão ampla das necessidades humanas. Ambas tentam influenciar mais do que clarear. A desonestidade moral e intelectual está varrendo o país, e é uma pena ver alguns bem intencionados caindo na malha fina da massa de manobra. O que fazer? Bem, se eu posso dizer alguma coisa que considero útil, eu peço calma. Nada de pressa. Nada de raiva. Nada de precipitação. Nada de pensar que o menos ruim é bom. Nada de se deixar levar pela excitação de notícias bombásticas. Calma, mais amor, menos ódio. Mais igualdade, indiferente de partido, idealismo, condição social. Moramos todos na mesma casa, por isso a paz é indispensável. Se amor é complicado, vamos pelo caminho do respeito, que tem sido tanto pisoteado. Respeito sempre precede à compreensão. Compreensão sempre precede a igualdade de oportunidades. E por aí vai...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Por amor ao Brasil





No imenso tempo decorrido até o momento em que começo a escrever este texto, o Ser se construiu e, obviamente, continua se construindo. Tudo faz parte desta construção. Usando a ideia darwiniana, mesmo por ser mais aceita, não é difícil entender que, neste tempo decorrido, desenvolvemos intensamente as aptidões físicas, a intuição e o intelecto. Desenvolver o sentimento é um passo à frente da jornada. Equilibrar estes elementos pode significar um estado de felicidade, mas ainda é uma busca. A imensa disparidade humana, no presente, mostra o quanto é difícil este equilíbrio, a começar pelas próprias aptidões físicas. Sim, somos todos iguais. Temos todos os mesmos direitos e responsabilidades. Porém, não tem como viver dentro de um claustro de ingenuidade e pensar que todos vão se comportar da mesma maneira com o que têm nas mãos. Eu sei que muita gente pode pensar, e afirmar, que as pessoas se comportam de maneira diferente porque têm mais ou menos bens materiais, ou de condições propícias à felicidade. Não acredito que seja assim, e a prática tem mostrado isso. Ainda somos diferentes, embora sejamos iguais. No balanço entre aptidões físicas, instinto, intelecto, sentimento e consciência sobre as diferenças, reside a possibilidade do bem estar social coletivo.
O que vimos na Bahia recentemente, com a multiplicação impressionante da criminalidade quando a polícia não esteve nas ruas, mostra o quanto ainda o Ser não se compromete com o sentimento, principalmente o de bondade. Mostra que consegue se manter na linha por medo de ser castigado. Uma pena, mas é a realidade.
O que vemos no patamar do poder, político principalmente, e tão distante do patamar que a população em geral vive, tem muita semelhança. O uso particularizado do intelecto, sem o impulso natural do sentimento (principalmente o da bondade) leva o Ser a práticas egoísticas em primazia. O fisiologismo, o corporativismo, o domínio da construção e manipulação das leis, leva à corrupção, à drenagem dos bens públicos para fins escusos, ao não investimento em cidadania. Não há lei que os alcance e, como humanos do mesmo padrão evolutivo, se comprazem pelo fato de não serem punidos. Acabam sendo violentos, muito violentos.
Os pensadores de várias ideologias aplicam o intelecto em níveis elevados, e formulam doutrinas espetaculares em torno do bem coletivo, embora, na maioria das vezes, este coletivo não seja amplo. Porém, quando percebem que a teoria, tão brilhantemente concebida, não se desenvolve na prática, porque os seres humanos iguais são diferentes, forçam de baixo para cima a execução da ideia. Impõem-se leis. Impõe-se comportamento. Se a massa populacional não aceita, corre-se o risco de vários tipos de ditaduras, todas agressivas. Geralmente os pensadores não chegam a cargos de poder. Acredito que, se chegassem, poderia ser atenuado o mau uso de suas doutrinas. O que acontece na prática, é que os líderes que usam das ideologias formuladas, não têm mais que ninguém o equilíbrio entre os fatores evolutivos desenvolvidos: aptidão física, instinto, intelecto e sentimento. No patamar humano, são iguais nas diferenças, e, por isso mesmo, não sabem lidar com o poder. É histórico e facilmente detectado.
Chegará um dia em que estabeleceremos o padrão de igualdade. Mas engana-se muito quem pensa que a igualdade pode ser imposta de cima para baixo, ou mesmo de baixo para cima. Igualdade não se impõe de maneira nenhuma. Igualdade não existe enquanto os seres humanos não souberem respeitar profundamente as diferenças, os tempos e dificuldades de cada um. Igualdade só existe quando aptidão física, instinto, intelecto e sentimento estiverem equilibrados numa quantidade de pessoas tamanha, que a conseqüência seja líderes no mesmo patamar evolutivo.
Não estamos nesta situação? É evidente que não. Na verdade estamos longe, mas também é evidente que estamos no caminho. Basta ver as conquistas na atenção que se dá às diferenças de aptidão física no presente. Hoje temos jogos paraolímpicos. A maioria dos países está se preocupando com as limitações físicas nas ruas, no trabalho. Eu sei que é um pouco triste pensar que é uma atuação incipiente da humanidade, preocupando-se com o primeiro fator evolutivo da lista e deixando os outros ainda tão à deriva. Mas há que se reconhecer que esta preocupação advém do desenvolvimento do sentimento. Então virão outras. E outras.
E existe um caminho para que este equilíbrio seja alcançado mais rapidamente? Claro que existe. Precisamos pensar em coletividades mais avançadas no uso da cidadania e na aplicação dos direitos humanos para entender. Não foi apenas o desenvolvimento financeiro que levou alguns países a este avanço. Talvez o próprio desenvolvimento financeiro tenha vindo depois de se conseguir cidadania e equilíbrio de direitos. Quem veio realmente antes? E o que podemos copiar destes países e tentar implantar na nossa terrinha, que é tão grande? Justiça. O primeiro passo eficiente para o equilíbrio de uma nação é um código penal enxuto, justo, facilmente aplicável. Porque mesmo o Ser destes países ainda está no mesmo patamar evolutivo que o nosso, só que já aprendeu (e formou uma massa crítica significativa) a se comportar dentro da lei.
Exemplo prático: você pode andar de ônibus por Roma sem pagar passagem. Pode entrar em um ponto e sair em outros, e não pagar, porém, se for apanhado, a multa é altíssima. Se não pagar a multa, é processado. Se for processado, fica registrado na carteira de trabalho. Pouquíssimas pessoas arriscam, porque, de repente, 3 ou 4 fiscais entram no ônibus e verificam as passagens. O mesmo acontece nos trens. Simples, repetido, até se chegar na ordem, respeitando-se os direitos. Imagina se isso for implantado no Brasil!
As leis brasileiras são confusas. A justiça brasileira é cheia de brechas. A impunidade é notória. Os processos são lentos e nem ladrão de galinha tá ficando preso mais, porque não tem espaço nas cadeias. Países como a Holanda, por exemplo, estão transformando prisões em espaços públicos, pela falta de presos, tamanha é a conscientização popular em torno do cumprimento das leis.
A reforma no código penal brasileiro é fundamental, para que também se possa fazer uma reforma política coerente, em um segundo passo. E precisamos disso porque somos como filhos, que quando são deixados muito à vontade pelos pais se tornam infelizes e desajustados, porque não têm noção de limites, são inseguros e frágeis. Qualquer psicólogo pode confirmar isso. Somos ainda dependentes de controle, porque dentro do controle nos sentimos mais seguros e entendemos melhor os limites até aonde podemos ir, dentro do antigo e repetido conceito que diz que a minha liberdade vai até onde começa a liberdade do próximo.
Não adianta pensar que mudar os nomes de um governo, ou mudar de partido, vai significar alguma coisa segura no desenvolvimento do nosso país. Isso já aconteceu sem mudanças significativas. Não temos massa crítica equilibrada nos quatro fatores evolutivos que nos trouxeram até agora, para que possamos gerar naturalmente líderes comprometidos com a felicidade geral. E eu digo geral mesmo, não apenas do seu grupo ideológico.
Diante de tudo isso, não tenho nenhuma dúvida de que a palavra chave para chegarmos ao equilíbrio sócio econômico tão buscado, chama-se JUSTIÇA. Aptidão física, instinto, intelecto e sentimento, regido por leis simples e inteligíveis é o caminho mais curto para a estabilidade.
E o que tem isso a ver com o título do texto: por amor ao Brasil?

Tudo. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

e a coragem da decência?

duas trincheiras formadas e os soldados nem sabem bem na qual ficam mais tempo... com as mãos sujas de lama e merda, (com o perdão das palavra), as armas comuns,  os dois lados se sujam, mas não se indignam, nem se enraivecem, tampouco se ferem de qualquer forma, pois sabem que a vitória virá sempre. 

por quanto tempo ainda viveremos a era da hipocrisia?


entendam que não estou levando em conta qualquer veracidade ou tendência política das fontes abaixo, mesmo porque, o problema é exatamente este: falta de veracidade e tendências políticas desonestas.



onde está a coragem de ser decente?



segunda-feira, 24 de março de 2014

meu voto vai pra quem?

Devido às minhas postagens, algumas pessoas podem julgar que sou contra o PT e que faço campanha para que ele perca as eleições para presidente. Gostaria de deixar claro que não sou contra o PT, mas também não sou a favor. Só que isso se dá em relação a todos os outros partidos políticos brasileiros. Não faço questão que este ou aquele ganhe, porque já faz um bom tempo que podemos somar todos e colocar no mesmo balaio. Fazem parte do mesmo Partidão, como venho chamando há alguns anos. Votei no Lula e esperei mudanças, mas o Lula precisou se aliar a gente muito mais forte que ele e gostou da brincadeira, então não fez as mudanças prometidas.

O que eu gostaria que acontecesse mesmo deriva para a área das mudanças estruturais. Não temos partidos fundamentados em ideologias sólidas (nem líquidas). A única ideologia dos nossos partidos é o conchavo, além do fisiologismo, do corporativismo, da corrupção.. é claro. Basta esperarmos um pouco e veremos conchavos estapafúrdios para as eleições deste ano. Então, se é tudo a mesma coisa, por que mudar de partido? Que diferença real vai fazer se não acontecerem mudanças efetivas no Governo e na governabilidade? Mudar o partido que está segurando as rédeas aqui, na patriazinha, não significa quase nada.

Vivemos uma democracia fantasiosa, a começar pelo voto que é imposto. Voto obrigatório é cacoete de ditadura, por mais que ditadura e voto não combinem, mas, no Brasil, até no voto, baluarte da democracia, conseguiram colocar cabresto. De resto, a nossa democracia fantasiosa passa por um povo de índole maravilhosa, mas que prefere fazer piadinhas sobre delitos do que se indignar com eles. Um povo que sofreu com mãos pesadas que o conduziu por tanto tempo e que, numa época não queria mudanças devido aos pequenos favores que recebia dos coronéis, ou dos padrinhos: uma carradinha de barro, uma caixinha de remédio, um carro pra levar pro hospital na cidade maior. Não queria mudar porque achava que poderia piorar. Depois viu que mudou e não piorou e, pra muita gente, até melhorou, porque os pequenos favores se institucionalizaram, passaram a ser registrados e com conta em banco. Não estou aqui desmerecendo o bem que os programas de assistência trazem, mas não posso deixar de entender que o governo pensa mesmo nos votos que eles geram, e não no bem estar. Se pensasse diferente, já teria dado continuidade na inclusão social dos segmentos alcançados. As manifestações de junho são uma prova evidente disso e, talvez, uma réstia de esperança de que a nossa democracia fantasiosa ainda pode mudar. Uma esperança de que a população, mesmo que ainda pobre em escolaridade e educação de uma maneira geral, não se entregue tão docemente à ditadura da mídia, geral ou partidária, e pense por conta própria. Principalmente, que entenda que o Poder já procurou caminhos para que os protestos não tenham nenhum mérito.  

É claro que o Poder (como é pensado aqui, principalmente) não tem interesse em educar. Os currais eleitorais só mudaram de perspectiva. O aporte do estado em educação é ridículo, e sempre foi. Direita e esquerda vivem de promessas, com palavras de ordem que se repetem a cada eleição, não só na educação, mas em todos os setores básicos. Então eu não quero apenas que a esquerda perca e a direita ganhe. Vice versa é a mesma coisa. Temos visto bilhões escorrerem pelos desvãos de uma copa do mundo, ou de contratos que foram assinados sem ler todo o texto, como é caso da Petrobrás na compra de Pasadena. Quantas Pasadenas já não devem ter acontecido? Que incapacidade gestacional! Mas já vimos também bilhões se dissolverem na “privataria” tucana, na corrupção muito mais bem organizada do PSDB, com o refinamento que o PT não tem. Vejam que citei apenas dois partidos, mas é a mesma coisa citar outros. O político é de um hoje, de outro amanhã, tanto faz. Todos perdemos com isso. Promessas repetidas não vão mudar nada nossa vida. Mas, então, o que eu quero de verdade?
Mudanças. Não promessas de mudanças. O cenário político brasileiro já virou piada mundo afora. Precisamos mudanças exatamente onde os que podem mudar ditam as leis e debocham miseravelmente do povo, mesmo que dependam dele. O primeiro passo é a reforma política, mas não uma reforma tola, mudando cadeira de lá pra cá e colocando a mesa encostada na parede. Reforma profunda, desde o número de políticos até o que eles ganham de salário e benesses extras, que saem todos do nosso bolso, passando pela fidelidade partidária e definição de idealismos.  O Planalto é o grande ladrão da represa, por onde escoa nossa esperança. Se lá não mudar, nada mais muda. Não melhora segurança, educação, saúde, transporte, estradas, portos... nada.

E como mudar lá? Votando em pessoas melhores do que as que já estão lá? Que piada! Pensar assim é desconhecer a história política dos povos. Dizer que o voto é a revolução pacífica que pode mudar o mundo é profunda ignorância de todas as revoluções que nos trouxeram até aqui. Todos os que chegam ao poder se locupletam com ele, independente se foi com sangue ou com voto: Robespierres, Stalins, Chaves, Fideis, FHCs, Lulas, e por aí vai. (Perdoe-me Mujica, espero que sua exceção se concretize)

Só que assim vão dizer que eu não vejo saída nenhuma. Bem, se eu não visse, nem estaria me oferecendo de vitrine aos radicais para me espicaçarem. Então, qual a solução que eu proponho?

Nenhuma. Não sou cientista político. O máximo que sei fazer é apontar os erros. A finalidade deste texto é deixar bem claro minha posição política, porque os trolls de esquerda só querem desmerecer qualquer coisa que quem usa seus neurônios e não seja conivente a eles escreva. Assim como deixei claro que sou classe média em um texto anterior e não vejo nenhum demérito nisso, muito pelo contrário. Então minha posição está mais do que nunca colocada. E que venham as pedras.

Ah! Em tempo. Embora o voto não consiga provocar as mudanças estruturais que precisamos (não com a nossa democracia de mentirinha ou com o sistema político vigente), ele é o único, mas o único mesmo, bem sobre o qual o político tem algum interesse (porque dinheiro eles sabem que vão levar de qualquer maneira). Então, pensem muito, mas muito mesmo, em como vão usá-lo. Eu, de minha parte, só volto a votar quando algum candidato apresentar um programa sério e aplicável para melhorar a educação no Brasil. Até lá, continuo não votando. Não aceito imposições de obrigatoriedade.


foto de http://mercurymagazine.net/absolutismo-e-democracia/