sexta-feira, 25 de novembro de 2011
a paz anda muito cara... mas ainda existe.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
a janela e o tempo

Tenho aberto muitas janelas
Com o tempo
Tantas
Elas mudam, é claro
E o que vejo por elas muda, é claro
Tanto
e tanto
Não vejo mais meu pai me acenando
Quando vinha do trabalho
minha mãe podando as roseiras
Nem escuto a cantoria do homenzinho que limpava o jardim
Faz tempo
Tantas janelas
Não vejo a vizinha me procurando
Escondida atrás da cortinas
15 anos, 16...
Faz tempo
A memória fica
As imagens se apagam
Tantas e tantas
Mudaram, eu mudei
Onde foram as nuvens rápidas e o azul?
Onde foram meus filhos
Que brincavam no jardim?
Quem ainda baterá leve na veneziana
Na hora de sair?
Onde estão os pássaros pendurados nos fios
tantos fios e pipas
e hoje até escuto que logo não existirão mais
os fios (e as pipas)
As paisagens são outras todo dia
Já vi gramados e hortênsias
Já houve mar, prédios
e solidão
Tantas vezes
Mas sempre muda
Sempre eu mudo
Folhas que caem, outros poentes
Vontades que vão ficando, ou passam
O tempo passa
E quando penso em olhar ao contrário
Lá de fora para dentro
Vejo tanta coisa tão igual
Com maquiagens diferentes
Vejo principalmente
E às vezes tão somente
O grande problema humano tatuado em mim
Com cores fortes e recorrência:
A vontade
Tão grande vontade de ter
Bem maior que a possibilidade de ter
E sinto-me repentinamente vazio
Descubro que o baú da vida tem espaço demais sobrando
Porque sobrou vontade... muita vontade...
Corro pensar em ser
Mas antes fecho a janela
Deixo pra abrir outro dia
Pra pensar outro dia
Porque outro dia vem
O tempo passa
outras janelas
A vontade muda
E a maquiagem dela também...
terça-feira, 8 de novembro de 2011
caminho...
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Lula e o SUS

terça-feira, 1 de novembro de 2011
AOS MORTOS... e seu dia...

Um dia seremos lembrança
Tomara
E que sejam a maioria boas
E que quando acharem pequenas coisas que foram nossas
Ou ouvirem palavras que costumávamos dizer
Ou relerem alguma coisa que deixamos escrito
Que possamos resgatar um sorriso perdido no tempo
talvez refletido numa lágrima...
(... que seja de saudade!)
E que falem das coisas que fizemos
Verdadeiras ou nem tanto
Que inventem
Mas falem
Tomara
Que pior seria o esquecimento
Um dia seremos lembrança
De risos e despedidas
E que os amigos verdadeiros nos lembrem
E também os não tão verdadeiros assim
Quando o sol avermelhar as tardes
Ou o vento cantar nossa saudade pelas madrugadas
Por que um dia seremos lembrança
Todos nós
Todos nós
Um dia seremos apenas lembrança