terça-feira, 22 de janeiro de 2013

resfriamento de frutas


Não são lindos?
São, realmente, mas, quem me garante que são saborosos? Quem já não comprou frutas assim (e pagou caro) e depois, ao chegar em casa, teve a impressão que comia uma massa básica vegetal, que podia ser feita para qualquer fruta? Quem não teve a impressão que pegou enganado uma fruta ornamental?

O resfriamento de frutas é cada vez mais comum e são louváveis as pesquisas na intenção de melhorar o tempo de duração de um alimento, tão rico quanto perecível. Porém, ah! porém... as técnicas estão longe de satisfazerem nossas papilas gustativas. Por enquanto, só satisfazem o bolso de quem produz e/ou comercializa. Fruta fresca tá cada vez mais difícil, e não quero nem lembrar aqui do tempo que a gente colhia peras, maçãs, goiabas, em terrenos baldios... é, não estranhem, onde eu morava era assim, mas acho que nem lá ainda é... mas o que importa mesmo é que estamos comprando gato por lebre (ou pêssego por isopor) descaradamente, e parece que quanto maior e mais elegante o mercado, mais fácil de cairmos nesta armadilha. Há tanta preocupação da ANVISA sobre o que vai nos rótulos dos alimentos, principalmente sobre o prazo de validade, o que é justo e necessário, no entanto, em relação à massa básica vegetal não se diz nada. Pelo menos eu, por aqui, não tenho ouvido ou lido nada a respeito. 

Creio eu que o mínimo que poderia ser feito era se exigir que o comerciante final informasse, com uma singela tabuleta sobre a fruta, que ela não é fresca. 

FRUTA RESFRIADA - não, isso não, muita gente ia pensar que a fruta está doente...
FRUTA ARMAZENADA EM CÂMARA DE RESFRIAMENTO - ou algo assim.

Daí já se pode imaginar que a compra iria diminuir; então se pode pensar que o preço teria que cair; se o preço caísse, talvez o produtor pensasse em investir mais em tecnologia, para que o sabor não se altere tanto... sabe lá... O que não podemos é continuar pagando caro, comendo frutas sem gosto, bonitinhas, mas ordinárias, e, além de tudo, cheias de agrotóxicos.
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013



já dei de mim tudo que tinha
minha amada
tanto
e tanto que não há mais nada
que lhe cause algum espanto
já me espalhei no caminho 
com o pó da sua estrada
e cada madrugada guardou meu pranto
você sabe
meu silêncio
silêncio de rio de água parada
ou que desce pelo destino bem devagarzinho
silêncio de canto que não mais se canta
porque nada mais encanta
silêncio de mata fechada
do tempo antes do temporal...
e agora que nada mais me resta
de novo ou diferente do que foi sempre
me apavora não ver mais o riso dos seus olhos
de repente
e não a sentir mais carente do meu beijo
vendaval que não arrasa, nem refresca
não ser mais que o desejo permanente
que sua alma voe loucamente
e volte deitar seus cansaços no meu peito
eternamente
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