Não são lindos?
São, realmente, mas, quem me garante que são saborosos? Quem já não comprou frutas assim (e pagou caro) e depois, ao chegar em casa, teve a impressão que comia uma massa básica vegetal, que podia ser feita para qualquer fruta? Quem não teve a impressão que pegou enganado uma fruta ornamental?
O resfriamento de frutas é cada vez mais comum e são louváveis as pesquisas na intenção de melhorar o tempo de duração de um alimento, tão rico quanto perecível. Porém, ah! porém... as técnicas estão longe de satisfazerem nossas papilas gustativas. Por enquanto, só satisfazem o bolso de quem produz e/ou comercializa. Fruta fresca tá cada vez mais difícil, e não quero nem lembrar aqui do tempo que a gente colhia peras, maçãs, goiabas, em terrenos baldios... é, não estranhem, onde eu morava era assim, mas acho que nem lá ainda é... mas o que importa mesmo é que estamos comprando gato por lebre (ou pêssego por isopor) descaradamente, e parece que quanto maior e mais elegante o mercado, mais fácil de cairmos nesta armadilha. Há tanta preocupação da ANVISA sobre o que vai nos rótulos dos alimentos, principalmente sobre o prazo de validade, o que é justo e necessário, no entanto, em relação à massa básica vegetal não se diz nada. Pelo menos eu, por aqui, não tenho ouvido ou lido nada a respeito.
Creio eu que o mínimo que poderia ser feito era se exigir que o comerciante final informasse, com uma singela tabuleta sobre a fruta, que ela não é fresca.
FRUTA RESFRIADA - não, isso não, muita gente ia pensar que a fruta está doente...
FRUTA ARMAZENADA EM CÂMARA DE RESFRIAMENTO - ou algo assim.
Daí já se pode imaginar que a compra iria diminuir; então se pode pensar que o preço teria que cair; se o preço caísse, talvez o produtor pensasse em investir mais em tecnologia, para que o sabor não se altere tanto... sabe lá... O que não podemos é continuar pagando caro, comendo frutas sem gosto, bonitinhas, mas ordinárias, e, além de tudo, cheias de agrotóxicos.
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