quinta-feira, 17 de janeiro de 2013



já dei de mim tudo que tinha
minha amada
tanto
e tanto que não há mais nada
que lhe cause algum espanto
já me espalhei no caminho 
com o pó da sua estrada
e cada madrugada guardou meu pranto
você sabe
meu silêncio
silêncio de rio de água parada
ou que desce pelo destino bem devagarzinho
silêncio de canto que não mais se canta
porque nada mais encanta
silêncio de mata fechada
do tempo antes do temporal...
e agora que nada mais me resta
de novo ou diferente do que foi sempre
me apavora não ver mais o riso dos seus olhos
de repente
e não a sentir mais carente do meu beijo
vendaval que não arrasa, nem refresca
não ser mais que o desejo permanente
que sua alma voe loucamente
e volte deitar seus cansaços no meu peito
eternamente
.

2 comentários:

Ma. Antonieta de Castro Sá disse...

Entrei neste blog e fui recebida por este poema. Pelo visto, tudo que vem de Mauro Camargo traz sensibilidade, bom gosto e qualidade. Muita vontade de conhecê-lo pessoalmente e de trocar figurinhas sobre nossas paralelas trilhas de autores... Abração, Mauro! Mª Antonieta de Castro Sá.

mauro camargo disse...

obrigado Maria Antonieta, uma honra recebê-la aqui. Quando eu for a Bragança a gente combina um encontro, vai ser um prazer trocarmos figurinhas literárias