no dia 29/05 comprei uma bandeja de filé mignon (adaptações linguísticas à parte), lacrada com filme plástico, e um pacote com 700 g de linguado congelado, no supermecado BIG aqui perto. Coloquei no freezer quando cheguei em casa e, no dia 03/06 descongelei o mignon, incialmente (tirei 2 horas antes do freezer). Surpresa! Embora a cor vermelha por fora, podre por dentro, cheirando muito mal. Já desconfiado, descongelei (na água corrente da torneira) os filés de linguado. 700 g viraram 300 g. Comprei 400 g de gelo pelo preço de linguado. Já sem surpresa descobri que as bordas dos filés estavam se deteriorando.
Tudo bem, talvez o mais correto fosse voltar no big e exigir meus direitos, mas já era perto das 22 horas. Não fui. Mas procurei, via internet, um canal para contactar a vigilância sanitária. Descobri que não conseguiria fazer nenhuma denúncia diretamente na minha cidade, porém, encontrei a Ouvidoria da Secretaria de Estado da Saúde, onde fiz minha reclamação, relatando o ocorrido como fiz acima.
Tenho que reconhecer que o assunto foi adiante. A SES encaminhou devidamente a denúncia. Hoje recebi a resposta da SES, como segue:
Em atenção à sua solicitação ao Serviço de Ouvidoria desta Secretaria de Estado, realizada no dia 10/06/2010, registrada sob o nº 31082/10, encaminhamos a resposta no formulário abaixo.
Agradecemos a sua participação neste processo que visa a melhoria dos serviços públicos da saúde e colocamo-nos à sua disposição para quaisquer outros esclarecimentos, através da linha gratuita 0800 482 800, em dias úteis, das 07:00 às 19:00 horas.
Atenciosamente,
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE/SC
Coordenador do Serviço de Ouvidoria
Agradecemos a sua participação neste processo que visa a melhoria dos serviços públicos da saúde e colocamo-nos à sua disposição para quaisquer outros esclarecimentos, através da linha gratuita 0800 482 800, em dias úteis, das 07:00 às 19:00 horas.
Atenciosamente,
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE/SC
Coordenador do Serviço de Ouvidoria
DESCRIÇÃO
Recebemos da Ouvidoria Geral do Estado a seguinte manifestação: O cidadão relata que no dia 29 de maio de 2010 comprou uma bandeja de filé mingnom - que estava embalada com filme plástico - e um pacote com 700g de filé de linguado no Supermercado BIG de Balneário Camboriú. Ao chegar em sua residência colocou-os no freezer. No dia 03 de junho de 2010 descongelou a bandeja de filé mignon, de forma habitual, tirando do freezer duas horas antes de consumir. Quando foi abrir a bandeja, o cheiro da carne estava insuportável, e após verificá-la, observou que seu miolo estava deteriorado. Logo, descongelou o filé de linguada. Sua primeira surpresa foi que, das 700g que adquiriu, sobraram apenas 300g, pois o resto era gelo que se diluiu na água. A segunda surpresa é que as beiradas dos filés também estavam deterioradas, em decomposição. Solicita que uma fiscalização seja feita no local e que providências sejam tomadas.
RESPOSTA
Transcrevemos resposta do repsonsável: "Em 17 do corrente mês às 10h:30min, a equipe de fiscalização de alimentos esteve in loco no supracitado estabelecimento para realizar inspeção sanitária relativa à descrição do reclamante. Na ocasião da inspeção, contactamos com o gerente de plantão e a nutricionista do local e atestamos que o estabelecimento possui registro de reinspeção da CIDASC, inscrito sob SIE n° 680. Portanto, não foi possível inspecionar as instalações onde há a manipulação das carnes, para não encorrermos em duplicidade de fiscalização, pois o local é periodicamente inspecionado pelos profissionais da CIDASC. Assim sendo, vistoriamos somente a área de venda dos produtos cárneos, e atestamos que os produtos expostos estavam adequadamente rotulados e em temperatura apropriadam, em torno de 5°C. Vale ressaltar que a temperatura dos balcões é frequentemente aferida e anotada pelos funcionários (três vezes ao dia). Além disso, fomos informados que todas as carnes destinadas ao fracionamento e que se tornam suspeitas pelos funcionários de qualquer alteração, são devidamente analisadas sensorialmente pela médica veterinária responsável. Em seguida, a mesma emite um laudo sobre o ocorrido e, no caso de qualquer alteração e/ou condenação, a empresa fornecedora é informada e o produto substituído. Portanto, não foi possível constatar com exatidão a procedência da denúncia, pois a área de manipulação das carnes (entreposto) está sob competência de fiscalização da CIDASC. Com relação ao armazenamento e exposição das carnes, não foram averiguadas irregularidades na rotulagens e tampouco no armazenamento das mesmas. No caso do filé de linguado, também cabe à CIDASC a inspeção e verificação da veracidade do peso relacionado no produto. Atenciosamente,"
As conclusões são por conta dos leitores. Mas que é ruim passar por mentiroso, é.
14 comentários:
A competência ser da cidasc, TUDO BEM, para não haver uma ingerência de outro orgão fiscalizador, realizando uma duplicidade de fiscalizações, tudo bem; mas o correto seria então encaminhar esta demanda para o Orgão detentor da competência - CIDASC - pelo órgão que acolheu a denûncia. O que aparentemente não o fez...ou fez ?
Sugiro que, em situações semelhantes como esta, coleta provas das informações (fotos, laudos) - de orgãos oficiais de preferência, ou não, não havendo essa possibilidade. Outro Caminho muito eficaz é tasmbém encaminhar a denûncia a promotoria pública, que abre a demanda ou acompanha a execução da mesma.
correto. Eu reclamei de ausência de cidadania, mas também não soube exercê-la por completo. Pelo que sei, não foi passado o caso para a CIDASC. Apenas foi aceita a defesa do big. Obrigado pela dica.
Noosa, Camargo, que coisa hein! Quer dizer, fica a fiscalização pela metade... Na verdade, pra gente não importa quem vai inspecionar, se A ou B, se pode ou não haver duplicidade: o que a gente quer e precisa ter certeza, pra continuar comprando e comendo, é de que vai haver a inspeção, pelo órgão que for.
Você incluiu fotos? Acho que a imagem de um filet mignon podre poderia ajudar a convencer...
abraço,
Mônica
Outra dica é guardar as embalagens (se bem que às vezes a gente joga fora antes de acontecer qualquer coisa...). E pode ser legal também contactar grupos como o IDEC. Eles costumam gostar muito de histórias assim, principalmente quando a da gente é colocada em cheque...
Mônica
boa idéia... eu tenho passado no balcão de carnes deles esperando um furo, que acontece com alguma frequência. Daí vou comprar, fotografar, guardar etiquetas, pegar testemunhas... e denunciar novamente. Talvez fique mais difícil eu passar por mentiroso.
Mauro!
A técnica é assim:
COMPRE NO BIG
A CARNE É PODRE
PAGUE E NEM LIGUE
A CIDASC COBRE
BIG, BIG, BIG
SEMPRE HÁ UM PERTO DE VOCÊ
ONDE LHE ENGANAM E VOCÊ NEM VÊ!
É BIG!!
(Se couber num tuiter melhor)
(a dor no bolso melhora o controle de qualidade)
esta do enganam e vc nem vê é perfeita, pq o que rola de etiquetas de preços trocadas, mudadas de lugar... daí no caixa vc não fica cuidando... e lá vão centavos, reais... e a gente nem vê.
Oie! Olha, posso dar um pitaco de advogada? Normalmente, nestes casos, principalmente, pelo fato de eles tentarem tirar vantagem, como, vender carne podre e modificar o peso, é melhor denunciar junto ao Ministério Público Estadual, que normalmente tem uma área específica de proteção ao consumidor...
Normalmente, você denuncia por e-mail mesmo, ou até por petição escrita e protocolada no órgão...
O bom, é que, como o MP tem vários recursos ao seu dispor, ele vai tanto pedir explicações ao mercado, investigar, até apreender o material para realizar perícia, se for o caso, bem como, aos órgãos que tem obrigação de fiscalizar, para saber se há uma falha neste sistema... E, eles adoram, porque somente assim conseguem descobrir o que está acontecendo para poderem exercer seu trabalho...
Afinal, a função do MP é proteger os interesses da sociedade e ninguém tem interesse em comprar carne estragada, né?
E, olha, o BIG tem fama destas práticas... Pena que quase ninguém avisa o MP e eles continuam abusando, porque, infelizmente, no Brasil, os órgãos de fiscalização são bem precários...
um grande abraço
oi prima Bel
eu continuo passando no balcão de carnes e peixes deles, pra pegar mais um furo e tomar medidas mais contundentes. Essa do MP é ótima, obrigado pela dica e visite-me sempre.
Alô Mauro. Voltei a ler "Paris". Ando meio atribulado com o empresariado. Temos uma rádio FM grande, uma revista mensal chamada Radar e o blogspot que me deixa atarefado o tempo todo. O livro está muito bom. www.toninhomore.blogspot.com (toninho)
quando a gente tá sem tempo pra ler é pq a correria tá grande. Só que na área de comunicação tenho a impressão que a correria não pára nunca... mas se vc voltou pro livro, já um ótimo sinal.
A imagem que me vem à cabeça ao ler este texto é de um filme de comédia meio pastelão em que o "bandido" (que na verdade é o herói do filme) está correndo feito louco da polícia e quando os policiais estão a um passo de apanhá-lo... param de correr.
O "bandido", cansadíssimo, segue correndo feito louco mais alguns metros, até que não agüenta mais e pára, fecha os olhos e aguarda ser capturado. Só que ninguém toca nele. Então ele olha para trás e vê os policiais parados, olhando para ele.
O sujeito olha para um lado, olha para o outro... não tem mais ninguém à vista... ele não entende nada. Aí ele resolve voltar e perguntar aos policiais o que está acontecendo e os policiais apontam para uma linha desenhada no chão: a fronteira entre dois Estados! A polícia não pode atuar fora da sua jurisdição...
No filme eles conversam civilizadamente e se despedem numa boa, com acenos. Tudo para não ferir a lógica que permite que o sujeito escape sem entretanto caracterizar prevaricação por parte dos honestos e dignos policiais.
O caso que descreveste é a vida imitando a arte, meu caro! :-)
Meu amigo,faça como eu...tenho um trabalho danado,mas volto ao estabelecimento com notinha e tudo....e peço meu dinheiro de volta.
Não adianta reclamar...mas temos o PODER de resgatar
nosso vil metal.
correto. Sempre que posso faço isso também.
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