domingo, 24 de junho de 2012

ALOR... por Cristina Sarraf

           
matéria publicada no jornal Leitura Espírita, edição 02. 

           Um romance é um romance e não um estudo. Um romance de ficção científica, além da ficção que o caracteriza, traz informações ou supostas informações científicas.
           Mauro Camargo nos surpreendeu com o romance Paris, setembro de 1793 e muito mais com O magneto, revelando-se um grande romancista, inigualável nos dias atuais. Agora, mostrando flexibilidade e coragem de inovar em sua carreira, edita pelo Instituto Lachâtre, Alor, um romance de ficção científica.
           Mauro Camargo continua conseguindo com facilidade nos levar a "vermos" os locais e cenas que cria - ou capta? - sem prolixidade, num estilo fluente, forte, objetivo e contemporâneo, mas que nos remete aos grandes romancistas, pela qualidade de sua literatura e pelo inusitado dos temas e tramas. A impressão que fica é de que as palavras que formam as frases estão prontas para ele, que só as pega e transporta para a linguagem escrita, a fim de que possamos desfrutar do que elas compõem.
           Sendo espírita, o autor utiliza de informações de espiritismo para delinear a mentalidade e os raciocínios de alguns personagens. Mas não espere aulas de espiritismo. Não! Isso não acontece e, por ser um romance, uma ficção, também encontraremos as interpretações e opiniões espíritas destas pessoas. Ou seja, poderemos discordar, mas são a forma deles pensarem...
          Pessoas com suas vidas, suas dúvidas, problemas e virtudes, moram em uma cidade litorânea no sul do Brasil. Muitos são pescadores e Mauro Camargo nos dá uma grande quantidade de informações e termos próprios de quem vive da pesca, bem como das características de sua forma de viver. É bem interessante. 
          Um desses pescadores, o jovem Mino, descobre, em uma ilha de difícil acesso, seres que não consegue identificar se são espíritos ou extraterrestres. Sua morte súbita, deixando um herdeiro cuja existência a família não conhece, dispara uma série bem atraente de situações. Seu irmão mais novo, testemunha confidente de sua vida e aventuras, é agora depositário de uma parte da solução do mistério da Ilha. 
          Agora, adulto e médico, é esse irmão quem narra os fatos. Ele trabalha orientando e tratando jovens que se drogam. E é um deles, com capacidade  de desdobramento consciente, quem ajudará na solução do mistério, na medida em que, fora do corpo, contata com os seres que estão naquela ilha. 
         Surpresas e um interessante enredo abrem as portas para uma leitura que nos prende e deixa muitos questionamentos, sugestões de pesquisas e, sobretudo, chama para a utilização de potenciais humanos pouco valorizados nessa nossa sociedade pragmática e imediatista.
         E um ponto se destaca, tocando-nos fundo a alma: entender as necessidades que levam alguém às drogas, mas não perder de vista que essa pessoa não é um "drogado", como costumam ser classificados e rotulados. São pessoas, espíritos reencarnantes, que estão nessa situação por razões específicas, mas têm recursos, qualidades, sentimentos e potencialidades que, se forem acessados com amor e respeito, desvendam valores que abrem oportunidades de superação, renovação e qualificação social. E, nesse aspecto, Alor não é uma ficção científica. É a mais pura realidade psicológica, filosófica, científica e moral.

CRISTINA HELENA SARRAF  desenvolve atividades educacionais espíritas, é responsável pelo Curso de Princípios Doutrinários do Espiritismo e pelo jornal do CEM. www.jornaldocem.com.br 

mais informações sobre o livro em:

http://www.lachatre.com.br/loja/index.php/alor.html
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4 comentários:

Maria Antonieta de Castro Sá disse...

Então, Mauro. Sou autora da mesma editora que vc. Li 'Paris, 1873' e gostei imensamente. Seus romances agradam, por serem bem escritos e suas tramas muito bem elaboradas. Depois desta apreciação de Cristina Sarraf, quero ler 'Alor', com certeza. Gostaria de trocar um punhado de figurinhas... Parabéns, com meu abraço. Antonieta de Castro Sá.

mauro camargo disse...

Oi Antonieta... podemos trocar todas as figurinhas que quiser... pode até ser no face, onde já nos encontramos, ou por mail.
Nossa editora tá fazendo um ótimo trabalho e crescendo.

abraços

Anônimo disse...

Boa Tarde Mauro! Como te encontro no Face? Procurei Mauro Cmargo e não te vi.

Fernando Jr. - BH

mauro camargo disse...

oi Fernando... meu nome completo:

Mauro Cesar Bruginski Camargo...

assim vc deve achar.

abraço