Devido às minhas
postagens, algumas pessoas podem julgar que sou contra o PT e que faço campanha
para que ele perca as eleições para presidente. Gostaria de deixar claro que
não sou contra o PT, mas também não sou a favor. Só que isso se dá em relação a
todos os outros partidos políticos brasileiros. Não faço questão que este ou aquele
ganhe, porque já faz um bom tempo que podemos somar todos e colocar no mesmo
balaio. Fazem parte do mesmo Partidão, como venho chamando há alguns anos. Votei
no Lula e esperei mudanças, mas o Lula precisou se aliar a gente muito mais
forte que ele e gostou da brincadeira, então não fez as mudanças prometidas.
O que eu gostaria que
acontecesse mesmo deriva para a área das mudanças estruturais. Não temos
partidos fundamentados em ideologias sólidas (nem líquidas). A única ideologia
dos nossos partidos é o conchavo, além do fisiologismo, do corporativismo, da corrupção.. é claro. Basta esperarmos um pouco e veremos conchavos
estapafúrdios para as eleições deste ano. Então, se é tudo a mesma coisa, por
que mudar de partido? Que diferença real vai fazer se não acontecerem mudanças
efetivas no Governo e na governabilidade? Mudar o partido que está segurando as rédeas aqui, na
patriazinha, não significa quase nada.
Vivemos uma democracia
fantasiosa, a começar pelo voto que é imposto. Voto obrigatório é cacoete de
ditadura, por mais que ditadura e voto não combinem, mas, no Brasil, até no voto,
baluarte da democracia, conseguiram colocar cabresto. De resto, a nossa
democracia fantasiosa passa por um povo de índole maravilhosa, mas que prefere
fazer piadinhas sobre delitos do que se indignar com eles. Um povo que sofreu
com mãos pesadas que o conduziu por tanto tempo e que, numa época não queria
mudanças devido aos pequenos favores que recebia dos coronéis, ou dos
padrinhos: uma carradinha de barro, uma caixinha de remédio, um carro pra levar
pro hospital na cidade maior. Não queria mudar porque achava que poderia
piorar. Depois viu que mudou e não piorou e, pra muita gente, até melhorou,
porque os pequenos favores se institucionalizaram, passaram a ser registrados e
com conta em banco. Não estou aqui desmerecendo o bem que os programas de
assistência trazem, mas não posso deixar de entender que o governo pensa mesmo
nos votos que eles geram, e não no bem estar. Se pensasse diferente, já teria
dado continuidade na inclusão social dos segmentos alcançados. As manifestações
de junho são uma prova evidente disso e, talvez, uma réstia de esperança de que
a nossa democracia fantasiosa ainda pode mudar. Uma esperança de que a
população, mesmo que ainda pobre em escolaridade e educação de uma maneira
geral, não se entregue tão docemente à ditadura da mídia, geral ou partidária,
e pense por conta própria. Principalmente, que entenda que o Poder já procurou
caminhos para que os protestos não tenham nenhum mérito.
É claro que o Poder (como
é pensado aqui, principalmente) não tem interesse em educar. Os currais
eleitorais só mudaram de perspectiva. O aporte do estado em educação é
ridículo, e sempre foi. Direita e esquerda vivem de promessas, com palavras de
ordem que se repetem a cada eleição, não só na educação, mas em todos os
setores básicos. Então eu não quero apenas que a esquerda perca e a direita
ganhe. Vice versa é a mesma coisa. Temos visto bilhões escorrerem pelos desvãos
de uma copa do mundo, ou de contratos que foram assinados sem ler todo o texto,
como é caso da Petrobrás na compra de Pasadena. Quantas Pasadenas já não devem
ter acontecido? Que incapacidade gestacional! Mas já vimos também bilhões se
dissolverem na “privataria” tucana, na corrupção muito mais bem organizada do
PSDB, com o refinamento que o PT não tem. Vejam que citei apenas dois partidos,
mas é a mesma coisa citar outros. O político é de um hoje, de outro amanhã,
tanto faz. Todos perdemos com isso. Promessas repetidas não vão mudar nada
nossa vida. Mas, então, o que eu quero de verdade?
Mudanças. Não promessas
de mudanças. O cenário político brasileiro já virou piada mundo afora.
Precisamos mudanças exatamente onde os que podem mudar ditam as leis e debocham
miseravelmente do povo, mesmo que dependam dele. O primeiro passo é a reforma
política, mas não uma reforma tola, mudando cadeira de lá pra cá e colocando a
mesa encostada na parede. Reforma profunda, desde o número de políticos até o
que eles ganham de salário e benesses extras, que saem todos do nosso bolso, passando
pela fidelidade partidária e definição de idealismos. O Planalto é o grande ladrão da represa, por
onde escoa nossa esperança. Se lá não mudar, nada mais muda. Não melhora
segurança, educação, saúde, transporte, estradas, portos... nada.
E como mudar lá? Votando
em pessoas melhores do que as que já estão lá? Que piada! Pensar assim é desconhecer a
história política dos povos. Dizer que o voto é a revolução pacífica que pode
mudar o mundo é profunda ignorância de todas as revoluções que nos trouxeram
até aqui. Todos os que chegam ao poder se locupletam com ele, independente se
foi com sangue ou com voto: Robespierres, Stalins, Chaves, Fideis, FHCs, Lulas,
e por aí vai. (Perdoe-me Mujica, espero que sua exceção se concretize)
Só que assim vão dizer
que eu não vejo saída nenhuma. Bem, se eu não visse, nem estaria me oferecendo
de vitrine aos radicais para me espicaçarem. Então, qual a solução que eu
proponho?
Nenhuma. Não sou
cientista político. O máximo que sei fazer é apontar os erros. A finalidade
deste texto é deixar bem claro minha posição política, porque os trolls de
esquerda só querem desmerecer qualquer coisa que quem usa seus neurônios e não
seja conivente a eles escreva. Assim como deixei claro que sou classe média em
um texto anterior e não vejo nenhum demérito nisso, muito pelo contrário. Então
minha posição está mais do que nunca colocada. E que venham as pedras.
Ah! Em tempo. Embora o
voto não consiga provocar as mudanças estruturais que precisamos (não com a
nossa democracia de mentirinha ou com o sistema político vigente), ele é o
único, mas o único mesmo, bem sobre o qual o político tem algum interesse
(porque dinheiro eles sabem que vão levar de qualquer maneira). Então, pensem
muito, mas muito mesmo, em como vão usá-lo. Eu, de minha parte, só volto a
votar quando algum candidato apresentar um programa sério e aplicável para
melhorar a educação no Brasil. Até lá, continuo não votando. Não aceito
imposições de obrigatoriedade.
foto de http://mercurymagazine.net/absolutismo-e-democracia/
3 comentários:
É isso aí Mauro. Se bem que, em minha opinião, tudo isso foi criado por nós mesmos. É a soma do que somos que possibilita a existência de tudo isso que você descreveu tão bem. Então não há saída? Há! À medida que cada vez mais pessoas se tornem mais conscientes e cresçam individualmente o todo se tornará cada vez melhor. Não há outro caminho! Esse caminho é impossível? É demorado? Nem tanto! A partir do momento em que uma massa crítica de pessoas consiga melhorar, o todo – instantaneamente, quanticamente - mudará. E quando mudar não haverá mais possibilidade de a política ser como ela é hoje. Utópico? Não! Matemático, matematicamente matemático!
Um grande abraço,
Paulo
é o que penso... lutar para estabelecer uma massa crítica no caminho do bem coletivo no menor tempo possível, mesmo que não possamos saber qual é esse tempo... mas é como uma viagem, ela começa quando começamos a pensar em viajar...
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*Chemical trails produce ill effects on human health
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Astoria, NY 11103, USA
http://pedromillan.blogspot.com/
PS
PUTUGAL IS A SHIT COUNTRY WHO'S ECONOMY IS IN THE TOILET AND FULL OF RACISTS! you are anti-Spanish, anti-Brazilian, anti-Angolan, anti-Mozambique and anti-cabo verde RACISTS! You are a "has been" country who is now living in 3rd world conditions and Brazil has surpassed you jajajaja!
e azores e uma merda frita em palito! Paletos Pacos!! a politica do mundo entero e uma merda amigos!!!
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