terça-feira, 22 de maio de 2012

redução do IPI dos carros... alguém me explica isso?


A ideia é aumentar a oferta de empregos. Tudo bem, como vemos na foto, essa história de automação é balela. A indústria automobilística gera "milhões" de empregos diretos, de tal maneira que, com a redução do IPI dos carros, vai melhorar tanto a economia da população que não haverá riscos de inadimplência de quem  os financia (palavras do ministro). 

Alguém pode me dizer o que está acontecendo? Será possível que tá todo mundo engolindo isso só porque vai ficar mais fácil comprar ou trocar seu brinquedinho de estimação?

Se a ideia é gerar empregos, por que o governo não vai direto ao âmago da questão e investe pesado no desenvolvimento da construção civil? A quantidade de empregos diretos desta área é infinitamente maior  do que a da indústria automobilística e geraria bem estar social de amplo espectro. Baratearia a casa própria, baratearia o aluguel, e daí sim sobraria mais dinheiro para o empregado comprar seu brinquedinho de 4 rodas (ou 2 rodas), e ainda com mais dignidade. Mas sobraria para comprar muito mais coisas... já que tudo que existe hoje tem que ser comprado mesmo.

Por que o governo não facilita a construção de rodovias, para que as empreiteiras que realmente vivem do trabalho honesto possam construir estradas, para que os carros, que os empregados da construção civil passarão a comprar, tenham efetivamente onde rodar, onde estacionar... Isso não aumentaria sobremaneira o nível do emprego no país?

Então que balela é essa? Que engambelação é essa? Será que só eu que acho que mais carros geram mais IPVA, mais gasolina e alcool, mais multas? Será que sou só eu que acho que as montadoras internacionais (e todas são) veem no Brasil um filão inesgotável de renda, e por isso estão com a carteira aberta para financiar o corporativismo do poder público?

Será que só eu que acho que o protesto, que seria natural de quem pensa, não acontece porque mexe com o sonho de consumo da massa crítica?

Alguém que conheça mais do assunto que eu, este pobre cidadão que pensa que sabe pensar, por favor, me explica.
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7 comentários:

Romacof disse...

Caro cidadão! Permita-me explicar a dinâmica necessária ao crescimento à luz de um posicionamento neoclássico. Os princípios keynesianos colocam a auto regulação do mercado como utópica, e que ao Estado só cabe oferecer os benefícios sociais reguláveis que deem à população um padrão minimamente definível. E até há coerência quando afirmam que o sistema capitalista nunca conseguirá promover o pleno emprego. No entanto, nós, da corporação, que sabemos ser uma obrigação quase messiânica do Estado intervir na economia, temos, não só o direito, mas o dever, de criar balões de expectativa que apontem para um crescimento mesmo que não uniforme do tecido produtivo consumista. O rótulo de provedor do bem estar social que nos atribuem inclui esta ocasional tarefa. Para o cidadão comum a aquisição de um pequeno bem cria uma somatória psicológica positiva que se reflete no todo do corpo social (Ficou bonito isso, não?). Portanto, não veja chifre em cabeça de cavalo. O futuro mostrará que um incremento na venda de veículos nos levará ao aumento dos buracos nas estradas, e mais pneus furados, e mais trabalho para os borracheiros, e mais verba reservada para a compra de cerveja, e, consequentemente, mais felicidade nos dias da copa. Como vê, é simples!

mauro camargo disse...

como eu não tinha visto o que estava tão evidente!!!

obrigado, corporação, por tudo que tem feito pelo povo...

Romacof disse...

Disponha. Estamos aqui só para servir... aos nossos interesses!

mauro camargo disse...

e o que realmente temos que interessa?

o voto... e só.

mauro camargo disse...

ops... melhor corrigir.

o que realmente temos e que podemos dar?

o voto... e só.

porque o resto eles roubam... não damos.

Romacof disse...

Caro cidadão! O seu voto nós já temos! Ele nos é dado graciosamente pela sistemática imperativa de sua participação no processo eleitoral. Nada mais nos interessa. O resto é uma consequência das prerrogativas corporativistas no jogo político. Não é um roubo! É uma tomada de responsabilidade para que a aplicação do seu dinheiro seja feita de forma correta, madura, e experiente. Prova está que é exatamente nos anos eleitorais que mais crescimento há no país. Mas venha ser um de nós! Estamos sempre de braços abertos para receber novos companheiros. Venha participar desse boom da democracia.

mauro camargo disse...

baita democracia... com voto obrigatório e urna eletrônica...

ah! e com voto secreto lá na câmara...

vcs não vão me levar! vou perder, mas o meu voto não levam... nem me agrupam... não tenho tempo pra ir pra rua, pq é tanto imposto que tenho pra pagar que não sobra direito pras contas, quanto mais fazer protestos, mas aqui, no meu silêncio, o mais puro e lúdico silêncio democrático, se estabelece meu profundo desgosto.