quarta-feira, 22 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
CUENTOS PEQUEÑOS... e os descaminhos da arte.
Ontem, quarta feira, 15 de junho, fui assistir a peça Cuentos Pequeños, de Hugo e Ines, um grupo peruano que está com esse trabalho há 20 anos encantando o público. Fui porque uma amiga atriz me avisou. Fantástico! Daqueles espetáculos que não tem nem como explicar, tamanha magia. A peça está participando do FITA, de Florianópolis (Festival Internacional de Teatro de Animação) e veio a Itajaí porque na programação há uma itinerância de trabalhos.
Cuentos Pequeños acontece no corpo dos artistas. Mãos, pés, boca,joelhos, testa, barriga... qualquer parte do corpo nos conta histórias alegres, delicadas, tomadas de extremos de criatividade, que faz com que, rapidamente, decolemos do chão comum do cotidiano para voos altos da alegria. Realmente, saímos do teatro alegres. Alegres pelo que vimos. Alegres por sabermos que ainda há tanta coisa boa pra ver no mundo artístico.
A nota triste, o que já é recorrente, foi a pequena presença de público. E a crítica, o que já é recorrente, é a falta de interesse da imprensa em noticiar o que eleva o ser humano. Tive a curiosidade de ver as manchetes dos jornais do dia e até me arrependi de pensar em mostrá-las aqui. Todos podem imaginar, é fácil. O pior é pensar que se fosse uma peça cata-níquel com qualquer global deslumbrada(o) e de carinha bonita (ou nem tanto), a imprensa daria foco e ocuparia grandes espaços da mídia. É claro que o público em geral carece de formação, mas isso não justifica a carência de informação.
O espetáculo CUENTOS PEQUEÑOS continua na sua itinerância por algumas cidades e Florianópolis. O FITA continua até sábado em Florianópolis, porém, veremos pouco sobre isso na mídia. Lamentavelmente.
o leitor interessado pode conferir a programação no site oficial do festival:
sexta-feira, 10 de junho de 2011
lançamento oficial do romance O MAGNETO
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o lançamento é oficial, mas a convite ainda é provisório
dia 08 de julho
na Casa de Cultura Dide Brandão, Rua Tubarão, 305, Itajai/SC
as 19:00 horas
com a apresentação das peças
LUISA
e
CONTOS NOTÍVAGOS
do grupo Experimentus Teatrais
apoio
Casa da Cultura Dide Brandão e SESC
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
em busca de um livro...
Essa postagem caberia melhor no blog da Mônica (http://cronicasurbanas.wordpress.com)...
Estou à procura do livro VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES. É fácil de encontrar na Estante Virtual, mas, como estava querendo ler neste final de semana, comecei a procurar aqui em Florianópolis. Para não ir de loja em loja (já que nos sebos daqui não tinha), liguei para uma das livrarias, das famosas, e rolou esse dialogo:
- Você pode ver se na loja tem o livro Vida e obra de Bezerra de Menezes?
- Como é mesmo o título?
- Vida e obra de Bezerra de Menezes...
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- O autor é Bezerra de Menezes?
(Raciocínio lógico: Vida e obra, de: Bezerra de Menezes... só que eu fiquei pensando no Bezerra de Menezes ter escrito um livro chamado Vida e Obra, somente. Vida e Obra, de quem? Fantástico!!!)
- Não, o autor é Sylvio Brito de Souza
- Ah...
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- É uma biografia?
(juro que tive vontade de dizer que era um livro sobre navegação, mas o atendente poderia confundir o Bezerra com o Amyr Klink e daí não teria mais volta)
- Sim... é uma biografia. A vida e a obra de Bezerra de Menezes... curioso, não é?
- O que é curioso?
- Ser uma biografia...
- O senhor acha?
- Um pouco...
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- Não temos na loja, senhor...
Estou à procura do livro VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES. É fácil de encontrar na Estante Virtual, mas, como estava querendo ler neste final de semana, comecei a procurar aqui em Florianópolis. Para não ir de loja em loja (já que nos sebos daqui não tinha), liguei para uma das livrarias, das famosas, e rolou esse dialogo:
- Você pode ver se na loja tem o livro Vida e obra de Bezerra de Menezes?
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
O magneto... um caso de amor, também com a homeopatia...
Trecho do livro:
(...)Mas Jolly estava me aguardando um pouco ansioso, com mais uma correspondência para entregar:
– Oh! Adrien... Que bom que voltou. Havia me esquecido de uma carta de Benoît. Há dias está comigo, mas, com tanta coisa para fazer, acabei esquecendo-me dela. Vá ao numero 1 da rua de Milan, por favor... Não é longe daqui...
Apanhei o envelope que Jolly me estendia e olhei o destinatário:
“Christian Friedrich Samuel Hahnemann”
– Hahnemann? O médico? Ele ainda vive? – perguntei a Jolly, espantado.
– Pois sim, vive e trabalha muito. Agora vá, não perca tempo. De preferência, entregue em mãos.
– Isso será um grande prazer.
Já era perto das seis horas quando cheguei ao numero 1 da rua de Milan e encontrei uma sala repleta de pessoas esperando para serem atendidas. Era uma casa grande e bonita, com um jardim bem cuidado e mobília rica, porém, os pacientes que esperavam eram, evidentemente, pobres. Como, no momento, não havia ninguém recebendo os pacientes que chegavam, sentei-me a uma cadeira num canto e fiquei esperando que alguém aparecesse. Esperava abordar o médico na hora que um paciente saísse da sala de atendimentos e isso aconteceu logo, porém, foi uma mulher que apareceu conduzindo um senhor bem vestido, de casaca nova e cartola, bem diferente dos pacientes que aguardavam. Quando ela se despediu, pude ouvir o nome: barão de Rotschild. O famoso banqueiro. Um contraste entre os pacientes que esperavam e o que acabara de sair.
Depois que o barão partiu, a mulher olhou para mim e falou:
– Você não estava aqui antes, não é?
Era uma mulher bonita e seus olhos pareciam faiscar. Não tinha mais que quarenta anos e vestia-se com elegância para ser apenas uma secretária.
– Vim trazer uma correspondência ao doutor.
– Vinda de quem?
– Benoît Jules Mure, do Brasil.
– Oh! Benoît! O doutor vai ficar feliz. E quem é você?
– Adrien de Rupetin, amigo de Benoît(...)
A Revolução Francesa marcou um período de esperanças libertárias único na humanidade. Depois de séculos atrelada ao poder religioso, a ciência estava livre. Cientistas e pensadores, sérios ou não, traziam inovações espetaculares para a sociedade, transformando conceitos de conforto doméstico, produção no trabalho, saúde e diversão. O pensamento social igualitário, mesmo que deturpado pelo poder no período pós-revolução, rompia definitivamente a barreira das castas humanas e, não fosse a força da indústria nascente, movida por um capitalismo selvagem desde o primórdio, poderia ter levado a civilização a um padrão de convivência equilibrado. Mesmo que isso não tenha acontecido, era irrefreável o impulso social e científico, literário e artístico, em todas as áreas da atividade humana. Charles Fourier, Saint-Simon, Volta, Faraday, Trevithick, Mesmer, Hahnemamm, Balzac, Victor Hugo, entre tantos, não permitiam retrocessos.
O livro O Magneto é uma viagem a este tempo. Personagens como Benoît Mure, Victor Hugo, Mesmer, Hahnemann, Lachatre, Kardec, participam de passagens fictícias, porém fiéis às suas memórias e engajadas com precisão dentro do contexto histórico, fruto de uma pesquisa séria e descompromissada.
No que diz respeito à homeopatia, esta precisão pode ser vista no texto acima extraído do livro, ou então neste outro, que vem na sequência do anterior:
(...)Quando fui recolhido à sala de consulta, quem me recebeu foi um senhor que não aparentava seus mais de oitenta anos, tamanha a energia que desprendia do seu olhar. Indicou-me uma confortável poltrona e sentou na sua, atrás de uma grande mesa de trabalho. Antes de falar comigo, acendeu seu cachimbo, depois perguntou:
– É mesmo amigo de Benoît?
– Sim.
– Tenho saudade dele... Nossas discussões afiavam meu pensamento. Na verdade, tenho inveja dele. Gostaria de ter idade para ir ao Brasil... Você vai?
– Creio que sim – respondi, sem convicção e mentido, por medo de que ele perdesse o pequeno interesse em mim.
– Crê? Ora, meu filho, não estou vendo segurança nisso! Mas não é de minha conta suas decisões. Vamos, me entregue essa correspondência.
Até havia me esquecido da carta. Ele a apanhou e leu-a com calma. Embora estivesse calor, vestia uma casaca grossa, o que achei natural para sua idade. Seus cabelos ralos e brancos eram um atestado para isso, embora a energia que emanava. Depois de ler por longo tempo, olhou-me e perguntou:
– Quando os colonos vão partir?
– Está marcado para o dia 30 deste mês, no Havre.
– Pouco tempo, pouco tempo... Benoît está curioso para saber da próxima edição do Organon. A sexta edição. Será a melhor de todas. Ele quer uma cópia. Sempre curioso o meu amigo. Mas ainda não posso mandar... tem muitos detalhes... dia 30, é pouco tempo...(...)
Ou então esta outra passagem:
(...)Namur preparara muitos vidros de homeopatia, para cada um, individualmente, e pediu-nos para tomar, preventivamente.
– A ideia é manter o corpo forte – dizia ele.
– Como sabe qual medicamento devemos tomar? – perguntei.
– Hahnemann nos brindou com a ideia do gênio epidêmico para combater epidemias. Muitos outros homeopatas já têm testado diversos medicamentos contra essa doença.
– Gênio epidêmico? O que é isso?
– Invenção de Hahnemann. É a identificação de um conjunto de sintomas apresentados por um grupo de doentes de uma referida doença. Com a análise destes sintomas, o homeopata consegue identificar o medicamento que mais se assemelha a essa manifestação da doença. Os resultados costumam ser surpreendentes. Tão surpreendentes que, dependendo da região, um medicamento pode agir melhor que outro. Porém, mesmo assim, a peste bubônica costuma ser um terror e espero que não tenhamos mais nenhum caso. Felizmente, eu tenho alguns destes medicamentos já analisados(...)
O romance ainda traz como personagem o médico Benoît Mure, que veio ao Brasil movido pelo sonho Fourierista de criar uma sociedade harmônica na região do Saí, então pertencente a São Francisco, província de Santa Catarina. Mesmo que não tenha alcançado seus objetivos neste projeto, Benoît Mure é reconhecido por ser o introdutor da homeopatia em nossa pátria, onde criou, em 1843, o Instituto Homeopático do Brasil.
1.a edição, 2011, 432 páginas, Editora 3 de outubro.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
sobre o ALEXANDRE ROCHA
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eu quis fazer um agradecimento no livro para o Alexandre, meu editor e ele encontrou uma maneira de fugir disso, alegando que todo o trabalho que estava tendo era apenas sua obrigação, e que, por norma da editora, isso não poderia acontecer. Bem, como eu poderia contestar? Porém, aqui no blog...
o agradecimento que levo a público não se refere apenas ao excelente trabalho que ele fez com O Magneto, ou com o Paris, setembro de 1793. Vai além disso. Mesmo que eu tenha tido um relacionamento muito honesto com as editoras Hemisfério Sul e Momento Atual, dos meus outros livros, a bagagem que trago da vida literária é composta muito mais de frustrações que alegrias. Não estou me referindo às reações dos leitores dos meus livros, que sempre me estimularam muito. Este fato, por sinal, fazia aumentar o abismo da insatisfação, porque não havia como não me perguntar: se tanta gente gosta dos livros, porque tanta dificuldade?
Os muito bons escritores que andam por aí, lutando para serem bem publicados, sabem do que estou falando. Sabem o que é entrar numa livraria e ver pilhas e pilhas de Segredos e autoajudas, livros de celebridades midiáticas ou apenas apelativos, e o seu bom trabalho sem espaço. Sabem o que é a velha e estigmatizada resposta copiada e colada das editoras: embora a qualidade do seu texto, estamos com a linha editorial esgotada para os próximos 200 anos...
O agradecimento que levo a público é pelo fato de o Alexandre ter me publicado bem. Sabemos, nós escritores, o quanto isso é difícil. Desde o nosso primeiro contato, fui tratado com um respeito pouco comum e tenho certeza que não é pelo fato de termos nos tornado amigos, que ele fez o que fez pelo magneto. Ele fez este trabalho porque trata seus escritores com respeito. Não nos deixa sem respostas. Não faz concorrência intelectual. Faz críticas construtivas e não tem pudores em elogiar, nem bajula para conquistar vantagens.
Devido a tudo isso, acho até melhor não agradecer, tenho certeza que ele não precisa disso. Melhor é só afirmar que é um grande prazer, uma imensa alegria, ser escritor da editora dele.
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sexta-feira, 29 de abril de 2011
O MAGNETO À VENDA
Uma descoberta inesperada no porão de uma residência rural do interior da França é o ponto de partida para um romance eletrizante.
Benoît Mure, Hahnemann e Fourier, espíritos que Kardec chamou de “precursores do espiritismo”, são os personagens desta obra, surpreendente pela precisão histórica, pela qualidade do texto e pela trama instigante que não nos permite largar o livro antes do final.
Nesta obra, você terá oportunidade de conhecer um dos mais insólitos empreendimentos, que uniu para a sua realização o Brasil e a França, envolvendo o socialismo, a homeopatia e o magnetismo animal, ciências precursoras do espiritismo.
(do site da editora)
Benoît Mure, Hahnemann e Fourier, espíritos que Kardec chamou de “precursores do espiritismo”, são os personagens desta obra, surpreendente pela precisão histórica, pela qualidade do texto e pela trama instigante que não nos permite largar o livro antes do final.
Nesta obra, você terá oportunidade de conhecer um dos mais insólitos empreendimentos, que uniu para a sua realização o Brasil e a França, envolvendo o socialismo, a homeopatia e o magnetismo animal, ciências precursoras do espiritismo.
(do site da editora)
O livro foi entregue pela gráfica hoje (sexta-feira, 29/04). A editora está começando a mandar para as livrarias. Para comprar, por enquanto, só no site da editora:
e eu ainda não vi como ficou...
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O MAGNETO
não posso dizer que estava ansioso pela espera... nem posso dizer que teve espera. A editora fez um trabalho fantástico desde que mandeio texto pra lá, no dia 26 de fevereiro (acho que foi isso), pra já estar com ele no forno. O que posso dizer, com toda certeza, é que estou profundamente emocionado.
aos amigos blogueiros que perceberam minha ausência nos últimos meses (e a muitos pacientes também), agora posso dar provas do motivo.
mais informações em
http://www.editora3deoutubro.com.br/livraria/index.php?option=com_content&view=article&id=118:lancamento-deste-mes&catid=44:destaque
sábado, 19 de março de 2011
O TEMPO E O VENTO, O VOTO E O EGITO.
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(...)Maria Valéria estava na cozinha a fazer um tacho de doce de coco. Da água-furtada vinham os acordes abafados da Heróica. De vez em quando Flora abria os olhos e via pela janela um pedaço do céu esbraseado do anoitecer. Sentia uma tristeza resignada e lânguida. Não. Aquela revolução não lhe dava medo... Sabia que Rodrigo estaria seguro dentro do trem do Presidente. A tristeza lhe vinha da compreensão a que chegara, da inutilidade de todos os gestos, da monotonia com que os fatos se repetiam. Os homens insistiam nos mesmos erros. Pronunciavam frases antigas com um entusiamo novo. Encontravam justificativas para matar e morrer, e estavam sempre dispostos a acreditar que "desta vez a coisa vai ser diferente" (...)
(...)São quase sete e meia da noite, as luzes da cidade já estão acesas, mas vêem-se ainda no firmamento vestígios do lento e rico crepúsculo que os dois amigos apreciaram através das janelas do Recreio Florentino, e que levou Tio Bicho a observar: "É uma sorte o pôr do sol não depender do governo e de nenhuma autarquia, porque, se dependesse, o trabalho cairia nas garras de funcionários incompetentes e desonestos, haveria negociata na compra do material, acabariam usando tintas ordinárias... e nós não teríamos espetáculos como este."
Bravo Veríssimo! O pai. Trechos tirados de "O tempo e o vento, O arquípélago". O primeiro, quando acontece a revolução de 1930 e Getúlio assume o poder. O segundo em 1945, no fim do Estado Novo. Alguém tem dúvida da modernidade do assunto?
(...)— No Brasil há uma quantidade impressionante de crianças abandonadas. Os projetos do governo são tacanhos e a cidadania por lá ainda engatinha. Educação e saúde são argumentos de campanhas antes de qualquer eleição, mas, raramente saem do papel. É um país em crescimento, onde o povo ainda está habituado com uma forma meio medieval de governo, onde os grandes cobram e a população apenas paga, sem entender que poderiam, e deveriam, exigir retorno(...)
Trecho do meu próximo livro, que não deve demorar a sair. Ei! Parem! Não há nenhuma pretensão de me comparar ao mestre. Longe disso. Estou colocando os textos para embasar uma pergunta: Alguém tem alguma idéia do que se pode fazer para mudarmos a situação?
Quem (que trabalha a sério) não está cansado de pagar pagar pagar pagar pagar impostos? Impostos diretos, indiretos, embutidos, justos, imorais, indecentes, sacanas, abusados, abusivos... impostos com todos os adjetivos imagináveis, e finalidades inimagináveis. Não estamos na idade média, pagando pela suntuosidade da corte?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria de pagar impostos justos?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria de ter o retorno pelos impostos que paga?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria de ver os senadores e deputados recebendo um ordenado que merecem?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria de ver policiais, trabalhadores da saúde e professores recebendo salários adequados à importância que têm?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria que tivéssemos bem menos (muito menos) vereadores, deputados e senadores?
Quem (que trabalha a sério) não gostaria de ter estradas melhores, transporte coletivo eficiente, escolas públicas de boa qualidade, saúde... deu!!!!
Tem muito mais coisa que todos gostariam (mesmo quem não trabalha a sério). Mas, o que fazer para termos tudo isso, já que ninguém tem dúvida que merecemos? Uma revolução popular? Enfrentar o exército (ao menos eles teriam o que fazer)? Pintar a cara e sair às ruas? Mas, se formos para a rua, quem paga as nossas contas? Quem trabalha, e tem que trabalhar muito para dar conta de pagar os impostos e tudo que não recebemos pelos impostos pagos, não tem tempo para isso. Então vamos continuar trabalhando, mas paramos de pagar impostos. Não pagamos mais nada até tudo mudar. Ah! Não pagar impostos no Brasil é virar "ladrão de galinha" rapidamente. Ou paga, ou se dá muito mal. Mas não os grandes, obviamente, estes nunca viram "ladrão de galinha".
Então? Ah! Já sei... Alguém vai me dizer que precisamos votar bem. Escolher melhor o candidato. Exercer o nosso "direito" democrático e votar em quem pode nos representar.
Tá bem. Então me digam, vocês eleitores que votaram: Em quem vocês votaram mesmo? O que os candidatos que receberam seu voto estão fazendo para mudar o quadro acima citado? Vocês viram mais alguma vez os seus candidatos depois da eleição? Se você quiser falar com o seu candidato para reclamar da situação, é possível?
Nem vou me alongar aqui falando da ineficiência da vontade popular batendo de frente com o muro alto das grandes corporações, e seu domínio sobre os políticos das nações que têm interesse. Vou tentar ser objetivo.
Brasileiros e brasileiras, nós temos uma saída. Podemos promover uma revolução limpa, sem danos materiais e sem morte, através do VOTO.
Isso mesmo, do voto. Qual o maior interesse que qualquer político com a população? Sem dúvida, o voto. A mente do povo é bombardeada "com frases antigas com um entusiasmo novo, na certeza que desta vez vai ser diferente", com uma única intensão: o voto.
O voto é a única coisa que temos de valor para o político. Então, se o político não faz nada para melhorar a nossa vida, não nos dá nada do que precisamos, por que vamos dar a ele o nosso voto?
O caminho da revolução limpa, sem danos materiais e morte, é o voto que precisamos, urgentemente, parar de dar a essa canalha, até que a vontade e as necessidades do povo sejam respeitadas.
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Em tempo: parabéns ao Egito e à tecnologia, que une as pessoas, ideias e ideais.
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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
IMPRENSA SEM CULHÃO
(foto: Tom Dib)
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mesmo que tenha sido por motivos políticos internos, chamou a atenção a ação dos torcedores do corinthians, invadindo CT e apedrejando o ônibus dos jogadores. Quanta disposição! Será que perderam um dia de trabalho pra isso?
O Marcão, goleiro do Palmeiras, após o jogo contra o corinthians, falou que gostaria de ver essa disposição usada contra políticos que desviam verbas públicas (e vamos emendar com os deputados e senadores que subiram os salários ao seu gosto). Certo. Todos gostaríamos e ele é um dos poucos do meio com culhão pra falar isso, e o motivo deste post é exatamente isso: O CULHÃO da imprensa.
A imprensa brasileira tem tido sua natural competência pra destacar por horas a atitude insanade uma ex-modelo bototizada. Horas de destaque à revolta popular no Egito (mas sem nunca vincular o exemplo deles à nossa alienação). Tanto tempo pra falar da Simone Richtofen (aja paciência!!). Porém, cadê o culhão pra atacar os problemas gravíssimos de infra estrutura que continuamos vivendo? O que há com a imprensa? Cansou de mostrar a podridão emergente do planalto central? Acha que não vale mais a pena, porque o povo continua achando que tá tudo certo e que compensa mais apedrejar ônibus de time que perde? Onde está a ação formativa decorrente da função informativa da imprensa? O aumento de salário de deputados e senadores mal coube em notas de rodapé da imprensa escrita, e rápidos comentários na falada. Mesmo quando a informação era dada com algum destaque, dava-se a impressão que o fato consumado do salário elevado era apenas mais um sapo a ser engolido pela população, e nada mais. Nada mais?
Historicamente, rios transbordam e morros deslizam. Caramba! Eu falei historicamente! Então não é novidade! E o que se faz pra evitar os danos? Na Austrália se faz e quase ninguém morre. Com dinheiro público, que aqui vai pra cueca. Aqui os políticos que deveriam ser responsáveis pela prevenção confirmam que os projetos nunca saíram do papel.
Estamos vivendo a era do congestionamento. O governo ganhou milhões com os impostos sobre a venda de carros. Veio a crise e o governo baixou o IPI. Fantástico! Todo mundo tem carro, mas não tem estrada, nem rua, nem viaduto, nem ponte, nem estacionamento. Daí veio o aumento do álcool. Um amigo meu me falou que o governo ganha pouco com os impostos sobre o álcool. Será possível que ninguém entende que é bem por isso que subiu? Assim os milhões de otários que entraram na onda do carro flex voltaram pra gasolina, por que é mais econômico para o bolso e, sobre a caríssima gasolina brasileira o governo ganha muito, muito! E NA IMPRENSA NINGUÉM FALA DISSO!!!! Como se fosse normal, coisas do capitalismo.
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mesmo que tenha sido por motivos políticos internos, chamou a atenção a ação dos torcedores do corinthians, invadindo CT e apedrejando o ônibus dos jogadores. Quanta disposição! Será que perderam um dia de trabalho pra isso?
O Marcão, goleiro do Palmeiras, após o jogo contra o corinthians, falou que gostaria de ver essa disposição usada contra políticos que desviam verbas públicas (e vamos emendar com os deputados e senadores que subiram os salários ao seu gosto). Certo. Todos gostaríamos e ele é um dos poucos do meio com culhão pra falar isso, e o motivo deste post é exatamente isso: O CULHÃO da imprensa.
A imprensa brasileira tem tido sua natural competência pra destacar por horas a atitude insanade uma ex-modelo bototizada. Horas de destaque à revolta popular no Egito (mas sem nunca vincular o exemplo deles à nossa alienação). Tanto tempo pra falar da Simone Richtofen (aja paciência!!). Porém, cadê o culhão pra atacar os problemas gravíssimos de infra estrutura que continuamos vivendo? O que há com a imprensa? Cansou de mostrar a podridão emergente do planalto central? Acha que não vale mais a pena, porque o povo continua achando que tá tudo certo e que compensa mais apedrejar ônibus de time que perde? Onde está a ação formativa decorrente da função informativa da imprensa? O aumento de salário de deputados e senadores mal coube em notas de rodapé da imprensa escrita, e rápidos comentários na falada. Mesmo quando a informação era dada com algum destaque, dava-se a impressão que o fato consumado do salário elevado era apenas mais um sapo a ser engolido pela população, e nada mais. Nada mais?
Historicamente, rios transbordam e morros deslizam. Caramba! Eu falei historicamente! Então não é novidade! E o que se faz pra evitar os danos? Na Austrália se faz e quase ninguém morre. Com dinheiro público, que aqui vai pra cueca. Aqui os políticos que deveriam ser responsáveis pela prevenção confirmam que os projetos nunca saíram do papel.
Estamos vivendo a era do congestionamento. O governo ganhou milhões com os impostos sobre a venda de carros. Veio a crise e o governo baixou o IPI. Fantástico! Todo mundo tem carro, mas não tem estrada, nem rua, nem viaduto, nem ponte, nem estacionamento. Daí veio o aumento do álcool. Um amigo meu me falou que o governo ganha pouco com os impostos sobre o álcool. Será possível que ninguém entende que é bem por isso que subiu? Assim os milhões de otários que entraram na onda do carro flex voltaram pra gasolina, por que é mais econômico para o bolso e, sobre a caríssima gasolina brasileira o governo ganha muito, muito! E NA IMPRENSA NINGUÉM FALA DISSO!!!! Como se fosse normal, coisas do capitalismo.
E nem me alongo entrando nos meandros do sistema de saúde, nem falo em educação e segurança.
Cadê o CULHÃO? Até a imprensa brasileira ficou alienada? Virou bigbrodista?
O problema toma proporções assustadoras quando pensamos na "solução de continuidade" do fato. Logo após uma eleição onde 30% do eleitorado não votou, essa negligência da imprensa é um atentado terrorista à formação política do povo brasileiro, produzindo cada vez mais alienados e banalizados. Ou melhor, deixando à rola esta formação, bem ao gosto de quem manda no topo da cadeia, e que sempre prefere os desmandos...
Que grande chance de fortalecimento da cidadania está se perdendo!
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Cadê o CULHÃO? Até a imprensa brasileira ficou alienada? Virou bigbrodista?
O problema toma proporções assustadoras quando pensamos na "solução de continuidade" do fato. Logo após uma eleição onde 30% do eleitorado não votou, essa negligência da imprensa é um atentado terrorista à formação política do povo brasileiro, produzindo cada vez mais alienados e banalizados. Ou melhor, deixando à rola esta formação, bem ao gosto de quem manda no topo da cadeia, e que sempre prefere os desmandos...
Que grande chance de fortalecimento da cidadania está se perdendo!
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