sexta-feira, 23 de março de 2012
Ivo Cassol... que vergonha!!!
você pensou que era uma vergonha para o senador? Não, meu caro eleitor, você está errado. Que vergonha para você, que o elege, que elege esta corja que define o nosso futuro. Por que ele(s) têm vergonha nenhuma não. Este senhor andou falando que o 14º e 15º salário pago aos senadores é necessário por uma questão de valorização da cidadania e ainda citou que em apenas uma semana pagou passagens de avião e internações em hospitais para eleitores necessitados. Ainda afirmou que não fazia isso em troca de votos, mas apenas porque era essa sua função como político, e de todos os outros políticos que o repetem.
assim como ele, há uma fatia imensa da população que pensa (se pensa) que o salário dos políticos é pago por uma empresa supra brasileira com recursos infinitos. Senhor senador, senhores eleitores, sou eu, são vocês, que pagam esses valores exorbitantes em salários que se multiplicam por 15 e incorpora assessores infindáveis, todos com suas despesas imprescindíveis, é claro. Senhor senador, senhores eleitores, gerar cidadania é trabalhar por educação, transporte, saúde e segurança (todo o mais vem por consequência). Essa sim é a função de um político (e já to de saco cheio de falar isso).
gente, que vergonha!!!
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quarta-feira, 21 de março de 2012
ALOR... uma viagem ao futuro do espírito
Vista ao longe, a ilha do Padre não apresentava os mesmos atrativos daquela região tão privilegiada pela natureza. As dificuldades naturais de atracação tornavam-na pouco interessante até para os espíritos mais aventureiros. Mas, para aqueles que penetravam seus segredos, era a prova definitiva da suprema solidariedade que deve reger todos os seres do universo.
www.lachatre.com.br
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sexta-feira, 2 de março de 2012
Radar... o retorno.
(repeti a foto porque a achei ótima)
lá estava ele, o seu guarda, hoje de manhã, na BR 101, numa reta entre Tijucas e Governador Celso Ramos, um pouco escondido, com seu infalível radar mirando os apressados. Fico emocionado com a preocupação da PRF em nos proteger destes famigerados velozes e furiosos do trânsito, principalmente quando se postam em locais como este que citei acima. Em quase trinta anos creio que nunca vi, ou ouvi falar, de um acidente nesta área. Parabéns, bravo soldado, continue nos protegendo!
Vou copiar/colar aqui o comentário que Arthur, do Pensar Não Dói, fez sobre o assunto na minha postagem anterior sobre radares e multas:
Caríssimo, eu já fui multado em uma cidade na qual eu não estava. Entrei com um recurso e a junta avaliadora o indeferiu alegando que eu não provei que não estava lá. Pena que o documento sumiu numa mudança, ou eu digitalizaria a página e postaria a imagem num artigo hoje mesmo.
Mas o problema não é apenas a avidez pelo nosso dinheiro, descaradamente assumida na forma de "pequenos" abusos. O Estado não paga o "ônus a sucumbência" e não pode ser acionado no juizado especial cível (vulgo "pequenas causas"). Ou seja: qualquer ação contra o Estado exige que paguemos um advogado.
Pela tabela da OAB, nenhum advogado te diz "bom dia" por menos de oitocentos reais. Como a maioria absoluta das multas de trânsito fica abaixo deste valor, sai mais barato pagar a multa do que acionar o Estado para corrigir a injustiça. E os fiscais de trânsito sabem disso.
Ou seja: basta tomar o cuidado de sentar à sombra de uma árvore em uma avenida movimentada e escolher placas ao acaso para aplicar multas pequenas e médiasque é garantido que nenhuma ação judicial será movida contra este abuso.
Basta conferir para cada recurso quanto de multas o sujeito tem que pagar naquele exercício, indeferir todos os recursos de quem tiver que pagar menos de oitocentos reais em multas e levar a sério os poucos recursos de quem tem que pagar mais que isso - e forrar os cofres públicos sem medo.
O grande filão da arrecadação:multas! E pra onde vai esse dinheiro? Em hipótese alguma pretendo ser contra a disciplina no trânsito. Excesso de velocidade é perigo imediato, porém, ah! Porém... Na BR 470, a famigerada, foram instalados dezenas de radares no trecho que trafego, entre Balneário Camboriú e Rio do Sul. Certo, é preciso controlar a velocidade para reduzir situações de perigo, mas seria bom se fosse essa a intenção. Nesta estrada, pra quem não conhece, o trecho entre Gaspar e Indaial é como a avenida principal de uma grande cidade, só que com cerca de 50 km. Às vezes demora quase duas horas pra fazer esta distância e ouvi falar que o Governo Federal está avaliando, através do PAC, se realmente precisa ser duplicado. É claro, senadores, deputados e ministros, entre outros bandidos, não trafegam por ali, não têm seus filhos trafegando por ali, não dependem em nada de quem trafega por ali... opa! Dependem, mas vou falar disso no fim da postagem. Tenha paciência...
Nesta BR 470, o principal corredor de ligação entre o Oeste e Leste deste Estado riquíssimo em produtos diariamente transportados do interior para os portos do litoral, existem incontáveis trechos com o acostamento em situação precária. Se fossem construídas faixas adicionais em alguns pontos, não tão poucos assim, ficaria bem menos estressante viajar por ali, mas... o que vemos é o gasto com radares, e creio que não é pouco, só que isso tem retorno garantido. Então eu pergunto, mais uma vez, e parece que vou perguntar sempre: Cadê a cidadania?
Eu sei que estou falando de umas melhores estradas não pedagiadas do Brasil. É isso mesmo, isso não é uma piada. Considerando-se a situação da nossa malha viária, a BR 470 é um luxo, mesmo que monstruosamente horrível e indiscutivelmente uma produtora de óbitos. Mas os esforços do governo, este mesmo que nós colocamos lá, é em render com a situação.
O que acontece é que cada vez mais somos prisioneiros do Estado no Brasil. Abraham Lincoln definiu a democracia como o Governo do Povo, Pelo Povo e Para o Povo... isso faz até rir. Que eu saiba, ao menos no papel que aceita tudo, o Brasil é uma República Democrática (e que fica famosa mundialmente pelo exemplo de democracia na velocidade de apuração dos votos). É isso mesmo, uma República Democrática? Não, não é, porque a intenção monárquica que se dissolveu no coronelismo é manter o povo ignorante dos seus reais direitos, para assim impor deveres, regras que só interessam a quem está no poder. Vivemos uma imensa ditadura da esperteza política contra a ignorância popular. Tudo nos é imposto: o salário do três poderes, a carga tributária inumana, as multas, os radares, a falta de estradas, de transporte, de segurança, de saúde e escola. Isso é democracia ou ditadura? Democracia com voto obrigatório?
Como escrevi acima, somos famosos pela velocidade da apuração das eleições. É que no alto da pirâmide da esperteza de um país em que é infinitamente mais vantajoso economicamente ser político do que professor, o voto é o que mais interessa a eles, os ditadores. Eles que estão lá em cima, e na verdade fazem parte de um só partido político, o Partidão (sim, todos, todos fazem parte de um partido só, o da ditadura civil, são todos amigos) esperam pelo nosso voto como uma criança espera o presente de aniversário. É o bem mais precioso que temos, e eles o querem muito. Logo após fechadas as urnas ficam como crianças roendo as unhas... e pra não demorar, que isto os deixa ansiosos, agilizaram o processo.
Mas, se vivemos oprimidos, sem direitos e com infinidades de deveres, qual a saída? Há mutias, mas a maioria depende demais da vontade do Partidão. No entanto, há uma que não depende, talvez a única. Você que pacientemente lê esta postagem, tem nas mãos esse objeto de desejo dos "ditadores": seu voto. É o bem que mais lhes interessa (por que o pagamento dos impostos é consequência). Você quer escola (a base primordial para a cidadania)? Quer impostos retornando em forma de qualidade de vida? Quer saúde de qualidade e todas essas coisas que logo virão vestidas de novidade quando começar a eleição? Então pense bem no que fazer com seu voto.
O meu eu sei o que fazer: não dou a eles. E se ninguém desse? E se ninguém desse de novo, e mais uma vez, até que fosse necessário eles mudarem o berço esplêndido onde se reproduzem como larvas? E se fosse preciso eles pararem para perguntar: Porra! Afinal de contas o que vocês querem? O que que a gente tem que fazer pra vocês nos darem esta M destes votos?
Eu não tenho tempo pra sair pras ruas e levantar bandeiras. Tenho que suar pra pagar os imposto e ter um mínimo de qualidade de vida. Como fazer então uma revolução? A minha revolução é essa. Sem gritos (ao menos num primeiro momento), sem violência. Uma revolução limpa. Não voto. E não venham me dizer que isso é comodismo, que é não é patriótico. Comodismo? Estou aqui escrevendo e pensando no assunto, e você, que por acaso possa me chamar de alienado político, o que realmente faz pra mudar a situação?
Não voto. Vou pra uma cidade vizinha e justifico minha ausência. Simples e escrito na lei.
Olhe ao redor. Olhe o que você ganha com o governo que tem e que vai continuar (no Partidão). Pense nas multas, nas estradas, nos dólares na cueca, nos superfaturamentos, nos apadrinhamentos e fisiologismos, nos mortos dos hospitais sem estrutura, na delinquência dos jovens que não tiveram escolas... tanta coisa, tanta coisa... Pense, por favor, pense, antes da próxima eleição.
Pense nisso.
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domingo, 26 de fevereiro de 2012
Tão lindo... tão perto...
às vezes a gente viaja pra longe e, literalmente, passa por cima de belezas tão próximas e acessíveis...
Este é o Salto das Águas, em São Martinho...
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sábado, 18 de fevereiro de 2012
continue a votar... continue a votar...
passei pelo Crônicas Urbanas, desta eterna menina Mônica (nunca mais chamo de senhora) e andei roubando de lá algumas coisas. O leitor pode passar por lá e conferir a postagem:
http://cronicasurbanas.wordpress.com/2012/02/17/momo/
... fui atrás dos links e fiz minha colheita:
Carnaval já começou para vereadores, deputados e senadoresNão houve votação em Minas ou Brasília nessa quinta-feira. Os poucos parlamentares que apareceram se limitaram a fazer pronunciamentos
Publicação: 17/02/2012 07:08
Senadores, deputados federais, estaduais e vereadores podem até não gostar de carnaval, mas a um feriado, poucos resistem. Se for possível dar uma esticada, então, é o paraíso. O chamado de Momo, ao menos oficialmente, está previsto para amanhã, mas no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na Câmara de Belo Horizonte o clamor da folia, ou melhor, do recesso, já fez efeito. Na capital, de três comissões especiais para análise de veto previstas para ontem, nenhuma foi aberta. Na Assembleia, a reunião de plenário foi aberta com 28 parlamentares, dois a mais que o necessário. Menos de duas horas depois foi encerrada com cerca de dez deputados, sem nenhuma votação. Em Brasília, o dia nos plenários da Câmara e do Senado foi apenas de pronunciamentos(...)
(...)Na Câmara dos Deputados em Brasilia repetiu-se o cenário de quarta-feira. A maioria dos parlamentares anotou presença, garantiu o salário e foi embora(...)
diante disso o que eu, blogueiro eleitor mais um, posso dizer?
continuem a votar... continuem a votar...
porque todos estes "foliões" sabem que nesta época pouca gente vai dar importância a estas notícias, ou mesmo ler... e mesmo se a maioria lesse, não teriam memória que alcançasse a própria eleição.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
ALOR... uma viagem ao futuro do espírito...
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... vem aí mais um... em breve... tá indo pro forno.
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... vem aí mais um... em breve... tá indo pro forno.
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
greve da PM... QUEM VOCÊ ACHA QUE DEVE GANHAR "MELHOR"?
tudo bem, é fundamental o respeito à Constituição, mas...
quem é responsável pela SEGURANÇA NACIONAL?
quanto deveria ser o salário de um POLICIAL?
quanto o governo deveria investir na qualificação do POLICIAL?
SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO... vamos ouvir muito isso na campanha que se aproxima...
SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO... vamos ouvir muito isso na campanha que se aproxima...
de quem é a CULPA por esta situação?
de quem?
DE QUEM VOTA... de quem escolhe esta cambada que legisla em causa própria e só olha o próprio umbigo. De todos nós.
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domingo, 29 de janeiro de 2012
Mãos ao alto!!! O radar está ligado...
No início de dezembro do ano passado, numa das minhas idas rotineiras para Florianópolis pela BR 101, na descida antes da entrada principal de Itapema havia um carro da polícia rodoviária com um radar móvel. Ótimo! Com tantos malucos em excesso de velocidade, tem que monitorar mesmo!
O excesso de velocidade é uma loucura sem conta. Já fiz isso e hoje me condeno. Há algum tempo atrás eu poderia achar impossível dirigir na velocidade permitida de 100 km/h da BR 101 aqui em Santa Catarina. Felizmente, descobri que conseguia. Nunca me meti em encrenca por dirigir dos 130 pra cima, mas tenho absoluta certeza que foi apenas por sorte. O único acidente grave que me envolvi estava no limite permitido quando um caminhão invadiu minha pista, logo depois que fiz uma curva (nesta mesma 101). O carro deu perda total, mas eu saí ileso. Considero que sempre tive sorte. Atualmente navego por aí na base dos 100 e descobri algo muito interessante: chego em qualquer destino muito menos cansado, muito menos estressado. Além de exigir um nível menor de atenção, tenho a sensação que fico dentro de um fluxo energético comum das estradas. Parece que excedendo a velocidade há um atrito com este fluxo energético que nos desgasta intensamente. Eu sei que não é fácil pra muita gente sentar num objeto de poder (que quase sempre não têm na vida social) e não se alucinar. Tantos cavalos malucos, loucos pra dispararem ao toque do pé direito... então vamos lá, direto para o corredor da(s) morte(s).
Por isso é ótimo vermos radares controlando os tresloucados. Mas seria ótimo mesmo se a intenção fosse somente educar o trânsito (e olha que considero que, pelo menos por enquanto, a melhor forma de educar é pelo bolso). É totalmente contra a cidadania, imoral mesmo, usar os radares para melhorar os cofres do poder público. Um verdadeiro assalto.
Nos quase 30 anos que trafego pela 101 aqui no estado, jamais vi algum acidente onde a polícia rodoviária colocou o radar na entrada de Itapema. Jamais vi uma situação de perigo. Acontece que ali é uma descida onde é preciso frear para manter o carro nos 100 km/h. Felizmente eu freio, por isso passei ileso, mas a maioria das pessoas que não correm, que se cuidam no trânsito, deixam o carro rolar um pouco numa situação como essa, e podem se ferrar. Por que não vão monitorar os locais com reincidência de acidentes? Qual a intenção de se colocar radares em locais assim, senão nos assaltar mais uma vez? Dirigir pelas nossas estradas já é uma afronta à cidadania, considerando a carga tributária que pagamos. As poucas estradas são de má qualidade e quando são boas, da-lhe pedágio! (quantas estradas novas estão sendo construídas no Brasil?)
Neste mesmo mês de dezembro de 2011 fomos até Blumenau num domingo e, perto das 11 horas, passando por Gaspar, vimos que a polícia tinha parado um carro com alguns jovens na pista contrária. Logo em seguida vimos um carro com radar. Fomos embora, dentro do limite permitido, pois consegui incorporar isso à rotina das estradas. Grande surpresa foi descobrir que fomos multados por excesso de velocidade neste trecho, naquele dia. Uma viagem de domingo tranquila, sem pressa nenhuma, sem nenhum risco, e os cofres do governo se abastecendo do pouco que temos de entretenimento. Que piada de mal gosto!
Na semana passada a Grasiela foi levar a mãe na rodoviária em Florianópolis e parou o carro na área de embarque e desembarque. Deixou o pisca-alerta ligado e desceu com a mãe para ajudar levar a mala; viu o horário do ônibus e voltou para o carro, que já estava devidamente multado. Os policiais passam com frequência pelas inúmeras arapucas urbanas montadas na cidade com essa intenção (e haja arapuca assim em Florianópolis!). Enquanto ladrões explodem caixas eletrônicos, arrombam carros, invadem casas, os policiais circulam pelas arapucas da cidade, montadas para faturar em cima da nossa pressa e necessidade.
Levantem as mãos, caros leitores, cada vez que saírem de casa, principalmente se estiverem com seus carros. O assalto vem de quem deveria nos proteger.
obs... (pós escrito) vale mais um tempinho e ler o comentário do Arthur nos comentários...
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012
depois de um tempo
Passou o dia
Solto a fita da janela
Corro os dedos na cortina
Fecho os olhos
e o ouvido vai buscar algum som
Uma esperança de pedra rolada
Na estrada
Por onde não veio ninguém
Recolho os pratos
Dobro a toalha
Espero
Respiro
O silêncio nos permite lembrar que respiramos
Guardo os doces
Amanhã?
Apago a luz da sala
e chego a pensar em apalpar o silêncio
de tão denso
parece um corpo estendido na escuridão
derramado sobre o tempo
sobre as imagens que se desvanecem
em retratos que vão perdendo a cor
memórias débeis
corro
corro
fecho rapidamente a porta do quarto atrás de mim
é preciso
para que mais nenhuma solidão venha junto
já basta a dos outros retratos
colados na retina
que teimam em não perder a cor
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
silêncio
às vezes a alegria me visita
tardo em percebê-la
ainda mais em entendê-la
fora os desatinos do riso
não estou habituado a ela
mora em mim mais facilmente a
tristeza
habita as horas longas do
pensamento
segura e silenciosa
não gosta de palavras
corre nas minhas veias blindando
brechas
por onde se infiltrar outras
insanidades
às vezes a alegria me passeia
quase mais na pele, por fora
me estremece, arrepia
e se entra
é como um vento que passa e vai embora
pode até bater janelas
me fazer falar besteiras
ou só falar
voar papéis
quebrar cristais
quebrar cristais
mas a tristeza é hábil com as trancas
a casa é sua
me limpa rápido da desordem
coloca tudo em seu lugar
depois senta no sofá do canto
e brinca de arranjar as palavras
mudas
no grande álbum das coisas
que eu não devo mais falar
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