segunda-feira, 4 de março de 2013

Saudade da ITAPEMA FM

Hoje eu voltei de Florianópolis ouvindo a Itapema FM. Fiz questão de não mudar de estação, o que tenho feito quase sempre e, de lá até aqui, nenhuma música brasileira. Até tocou Rita Lee, cantando em inglês. Tudo bem, eu sou um apaixonado pela nossa boa música, mas onde foi parar aquela rádio que nos surpreendia com preciosas pérolas tupiniquins? E não me venham dizer que sou saudosista não! Não tô falando de saudosismo, porque a produção musical brasileira é ampla e incessante.


Lembro de um dia ter ouvido a Mônica Salmaso cantando com Eduardo Gudin, que eu não conhecia, a música Rosa dos Tempos, que eu não conhecia, na Itapema. Lembro de ter ouvido pela primeira vez Nem o sol, nem a lua nem eu, do Lenine. A gente tinha surpresas deliciosas. Uma das melhores coisas de ir pra perto de Floripa era ouvir a Itapema, mas hoje a programação musical é mais de 90% internacional. Nada contra, se bem dosado, afinal, é um descaso com a nossa qualidade musical, que também inspira o mundo. É um descaso com nossos talentos e não os antigos apenas. Maria Rita, Marcelo Camelo, Roberta Sá, Gadu... fora os excelentes talentos daqui da terrinha, que bem podiam estar na programação, com todo o mérito, como a Giana Cervi, Mareike...

ah! Itapema FM... onde anda você??? Por que não me surpreende mais???

sexta-feira, 1 de março de 2013

DIREITOS HUMANOS(?????)


Bancada evangélica da Câmara deve presidir Comissão de Direitos Humanos

A lista do Partido Social Cristão para chefiar a Comissão é encabeçada pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC/SP).  Feliciano é homofóbico declarado:


o amor entre pessoas do mesmo sexo leva ao ódio, ao crime e à rejeição

descendentes de africanos são amaldiçoados

Feliciano afirma que a comissão hoje se tornou um espaço de defesa de privilégios de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais e defende o maior equilíbrio. Ele diz ter feito um cálculo: 90% do tempo da última gestão da comissão foi dedicado a assuntos relacionados à comunidade LGBT, deixando em segundo plano outras minorias, como índios, quilombolas e crianças. Imagino que ele deva pensar que índios devam ser capturados para trabalhar na lavoura dos brancos e quilombolas devam ir para o tronco.

Num Brasil tão tomado de absurdos políticos, é difícil ficarmos surpresos com mais um. No fundo parece ser mais um. A deputada Erika Kokay (PT/DF), ex vice presidente da comissão, ao mesmo tempo que diz que a escolha iniciará uma fase obscura da comissão, já que a conduta de Feliciano atenta contra os princípios básicos dos direitos humanos, afirma que a culpa deste fato cabe ao povo que o elegeu:

Tem que se responsabilizar quem o colocou lá (na Câmara)


Esta afirmação vem do fato do PT estar sendo acusado de mais um conchavo, que deixou aberta a porta da Comissão de Direitos Humanos. Ora, o que é a política sem conchavos? Seriedade, ética, dignidade, interesse popular, necessidade popular, só vêm à tona em discursos inflamados às vésperas de eleição. De resto, o que vale é o fisiologismo, o conchavo, o tráfico de influências, o corporativismo. O povo? Só tem de valor o voto.

O que a nobre deputada Erika Kokay não levou em conta é que o povo que colocou um Feliciano lá, é o mesmo povo que colocou o PT lá, para defendê-lo de absurdos como este.

Dê-nos escolas, senhores políticos, escolas boas, e aprenderemos a votar.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O ÚLTIMO ABRAÇO DO TEMPO


e quando o tempo me der

seu último abraço
e eu sentir seus braços frios me conduzindo os passos
vou lembrar do primeiro vento
que varre as folhas secas do outono
e deixarei que ele leve
solidões e lágrimas minhas
antes que a doce morte me beije a face
e as solidões e lágrimas umedeçam seu beijo

quero apenas lembrar da ternura de alguns abraços
e do riso distraído do meu filho
e das mãos que se soltaram das minhas, tantas
suaves como uma manhã que chega
com brisas cheirando terra e mato, e amor...
e foram, na estrada onde eu não podia andar...
e vou buscar, com alguma alucinação poética
mas com infalível calma
nos dias que rapidamente ficaram distantes
os recados, os bilhetes, as pequenas coisas do gostar
muitas fotos e acasos, tantos acasos
que derramaram estrelas distraídas em meu caminho
e direi a cada nome de mulher que vi partir nesta estrada
que a amei como nenhum homem amaria
amei como um poeta em desalinho
por minutos ou na eternidade das horas
e a todas pedirei que não me esqueçam
quando a tarde encostar no ombro da noite seu cansaço
que lembrem de mim que amei o dia e a noite
o vento e a chuva que duplicava cidades nas ruas
e seus beijos e seus sutis esquecimentos
e suas lágrimas... que me perdoem...
e vou partir, abrir no peito a porta do encantamento
e deixar que dele fujam os sonhos que não terminaram
ficaram pela metade
as vontades derramadas
as tristezas que escondi por serem só minhas
as estrelas que brilham no peito dos poetas
que nada valem
mas que me levarão em seu rastro de alegria
colorindo a morte com delicados tons de ironia
e me fazendo eterno
como tanto quis nos meus amores
sem nunca ter conseguido...

O que eu vi em São Paulo...

    

   

  

   

ninguém se olha... ninguém se vê... ninguém se encontra, consigo mesmo...
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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

resfriamento de frutas


Não são lindos?
São, realmente, mas, quem me garante que são saborosos? Quem já não comprou frutas assim (e pagou caro) e depois, ao chegar em casa, teve a impressão que comia uma massa básica vegetal, que podia ser feita para qualquer fruta? Quem não teve a impressão que pegou enganado uma fruta ornamental?

O resfriamento de frutas é cada vez mais comum e são louváveis as pesquisas na intenção de melhorar o tempo de duração de um alimento, tão rico quanto perecível. Porém, ah! porém... as técnicas estão longe de satisfazerem nossas papilas gustativas. Por enquanto, só satisfazem o bolso de quem produz e/ou comercializa. Fruta fresca tá cada vez mais difícil, e não quero nem lembrar aqui do tempo que a gente colhia peras, maçãs, goiabas, em terrenos baldios... é, não estranhem, onde eu morava era assim, mas acho que nem lá ainda é... mas o que importa mesmo é que estamos comprando gato por lebre (ou pêssego por isopor) descaradamente, e parece que quanto maior e mais elegante o mercado, mais fácil de cairmos nesta armadilha. Há tanta preocupação da ANVISA sobre o que vai nos rótulos dos alimentos, principalmente sobre o prazo de validade, o que é justo e necessário, no entanto, em relação à massa básica vegetal não se diz nada. Pelo menos eu, por aqui, não tenho ouvido ou lido nada a respeito. 

Creio eu que o mínimo que poderia ser feito era se exigir que o comerciante final informasse, com uma singela tabuleta sobre a fruta, que ela não é fresca. 

FRUTA RESFRIADA - não, isso não, muita gente ia pensar que a fruta está doente...
FRUTA ARMAZENADA EM CÂMARA DE RESFRIAMENTO - ou algo assim.

Daí já se pode imaginar que a compra iria diminuir; então se pode pensar que o preço teria que cair; se o preço caísse, talvez o produtor pensasse em investir mais em tecnologia, para que o sabor não se altere tanto... sabe lá... O que não podemos é continuar pagando caro, comendo frutas sem gosto, bonitinhas, mas ordinárias, e, além de tudo, cheias de agrotóxicos.
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013



já dei de mim tudo que tinha
minha amada
tanto
e tanto que não há mais nada
que lhe cause algum espanto
já me espalhei no caminho 
com o pó da sua estrada
e cada madrugada guardou meu pranto
você sabe
meu silêncio
silêncio de rio de água parada
ou que desce pelo destino bem devagarzinho
silêncio de canto que não mais se canta
porque nada mais encanta
silêncio de mata fechada
do tempo antes do temporal...
e agora que nada mais me resta
de novo ou diferente do que foi sempre
me apavora não ver mais o riso dos seus olhos
de repente
e não a sentir mais carente do meu beijo
vendaval que não arrasa, nem refresca
não ser mais que o desejo permanente
que sua alma voe loucamente
e volte deitar seus cansaços no meu peito
eternamente
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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013


o tempo passa
nos passamos pelo tempo
a todos que me acompanharam desde sempre
aos que me acompanham agora
e aos que, talvez, 
ainda caminharão comigo
obrigado pela paciência
e vamos todos juntos
para mais um ano de luta
e crescimento
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

aumentar o preço do combustível!


é curiosa a campanha da imprensa mostrando o deficit da Petrobrás e a necessidade urgente de elevar o preço do combustível. Mais uma vez o povo (que vota) sendo engrupido. Não vejo nenhum meio de comunicação mostrando que cerca de 55% do preço vai para a união, na infatigável saga governamental de estropiar o cidadão. Curiosamente a imprensa, principalmente a mais vista, a televisão, e a Globo, defensora por conchavos econômicos de qualquer governo que ela elege, somente aponta que é preciso subir os preços, tentando e conseguindo convencer o povo desta necessidade. Quando o aumento chegar, está feito, e que dia começa a copa das confederações mesmo?. Não há referências aos maus investimentos da Petrobrás; às obras superfaturadas em que a estatal se envolveu nos últimos anos (o próprio governo obstruiu as investigações pelo TCU). Ninguém mostra o motivo do álcool ter dobrado de preço nos últimos 3 anos (bem quando boa parte da frota nacional é flex). O álcool combustível deveria ser tratado como relíquia diante da situação ecológica do planeta, mas, o que temos visto ser feito? Ninguém fala do incrível aumento de arrecadação com cada décimo de centavo que subir o preço do combustível, devido ao incentivo na venda de veículos dos últimos anos. O governo justificou o incentivo às montadoras para aumentar o número de empregos. Que piada! Quer aumentar o número de empregos, dê incentivos á construção civil. Onde pode ter mais vagas? O que o brasileiro precisa mais: habitação ou carrinho na garagem? Por que não se incentiva a construção de rodovias, ferrovias e hidrovias, que geraria um número infinitamente maior de empregos. A resposta é tão simples que chega ser burra: carro e combustível aumentam a arrecadação e políticos precisam do nosso dinheiro para manterem seus status de neo nobreza. Os Luis XVI e a Marias Antonietas contemporâneos estão esperando que o povo coma brioches, já que a guilhotina moral da nossa justiça está emperrada pela corrupção e pelo corporativismo... e todos vão continuar votando nestes palhaços espertos. 
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