A organização do espiritismo como doutrina, foi motivada por três perguntas: de onde viemos? O que estamos fazendo aqui? Para onde vamos? Para explicar essas três perguntas, precisamos nos apoiar em três fundamentos: a ciência, que nos explica racionalmente as relações de causa e efeito dos nossos atos; a filosofia, que nos propõe uma análise de perspectivas sobre estes atos; e a religião, que nos insere num contexto universal, como criaturas, e não criadores.
Algumas pessoas podem pensar que a doutrina espírita é baseada na mediunidade, na crença na reencarnação e na vida após a morte. Esses assuntos fazem parte da doutrina, sem nenhuma dúvida, e desempenham um papel importante no cabedal de conhecimentos necessários para entender a vida através do seu ponto de vista. Porém, a importância maior sempre será oferecer instrumentos ao ser humano para conquistar melhorias éticas e morais na sociedade em que se insere.
Os céticos costumam achar absurdo acreditar em espíritos, ou teorias que não podem ser provadas na prática, através dos instrumentos da ciência acadêmica. Os céticos não acreditam em Deus, normalmente, e, se fosse pelos obstáculos que colocaram até hoje no desenvolvimento humano, talvez ainda estivéssemos curando doenças com sangrias, afinal, as sanguessugas podiam ser vistas com nossos próprios olhos. (sei que é um exagero, mas a linha de pensamento é coerente).
Não tenho a intenção de levantar bandeiras proselitistas, muito pelo contrário, sou totalmente favorável ao pensamento de Paulo de Tarso: tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. Por isso, essa postagem não tem interesse de abrir uma nova linha de discussão com os céticos, ou contrários a esse pensamento, como aconteceu na postagem e comentários do blog pensar não dói (linkado ao lado). No entanto, de alguma maneira me senti na obrigação de revelar aqui minhas “crenças”. Falo crença, na falta de uma palavra melhor, assim como não há instrumentos melhores, ou eficientes, segundo os céticos, para provar alguns fenômenos psíquicos, ou paranormais. O instrumento que temos são as pessoas. São as pessoas sérias, que trabalham sem interesse maior que não o próprio desenvolvimento como ser humano, e daqueles a quem possam influenciar. Pessoas que não vão se interessar em ganhar um milhão de dólares pra provar que mediunidade é fato, por que já aprenderam que a moeda humana não é um bom indexador evolutivo. Pessoas que não fazem sensacionalismo, nem transformam o espiritismo em meio de vida, nem se aproveitam das pessoas sugestionáveis. Que trabalham quase no anonimato pelo bem. Pessoas que têm algo mais a fazer do que se preocuparem em provar alguma coisa para os que têm a tendência a enxergarem apenas o que lhes convém. Ou de provar fenômenos para os que se colocam acima. Acima do quê? Acima, basta.
É claro que sempre vai existir os que fazem tudo ao contrário e, desta forma, fornecem lenha aos eternos inquisidores em seus pedestais de sabedoria. Faz parte da evolução coletiva. É bom deixar bem claro que não devemos apoiar nossas convicções apenas no que presenciamos ou ouvimos, bem como é preciso saber o que se lê. Há uma imensa literatura séria e de qualidade, e muitos bons exemplos de trabalho no campo espírita, desde que essa doutrina foi organizada, tanto aqui, como fora, embora, às vezes, usando outros rótulos, e talvez até outros métodos. Mas também há muita gente se aproveitando para ganhar dinheiro com isso, infelizmente. Com certeza, esses não são espíritas, ou são espíritas superficiais.
Eu trabalho com mediunidade. Trabalho com um grupo mediúnico há 23 anos, que se reúne toda semana e não é aberto ao público, embora não seja fechado a novos participantes. Não vem ao caso citar as quase inumeráveis provas da reencarnação, mediunidade, e, óbvio, vida após a morte física, que tive neste tempo. Tampouco listar a quantidade de pessoas que foram ajudadas através do trabalho anímico/mediúnico que desempenhamos, sendo que, na imensa maioria dos casos, sem saberem que estavam sendo ajudadas (para que não venham dizer que o efeito foi movido pela sugestão do pensamento). Os participantes do nosso grupo não são loucos, nem são aproveitadores da fé alheia. Somos poucos em atividade sempre, porque nossa estrutura não comporta uma quantidade maior de pessoas, mas, nesse tempo, muitas pessoas passaram pelo grupo. Pessoas normais, de todos os graus de instrução e situação social. Humanos em evolução, aprendendo a transformar suas vidas para melhor, através, principalmente, do conhecimento de si mesmos que a doutrina espírita propicia.
Quando assisti, recentemente, o filme do Chico Xavier, fiquei bastante emocionado, não por rever os fatos marcantes da sua vida, mas por ver vir a público, com bastante seriedade, o que fazemos no anonimato por todos esses anos, guardadas as devidas proporções evolutivas.
Eu tenho 4 romances publicados (ao lado). Um policial, um infanto juvenil e dois embasados diretamente no conhecimento espírita. O último deles, Paris, setembro de 1793, foi publicado pela Editora Lachâtre, uma editora bastante respeitada no meio espírita, que conta com autores como Hermínio Miranda, Luciano dos Anjos, Lígia Barbiere Amaral, Paulo Henrique de Figueiredo, entre tantos (e são muitos), autores sérios, e normais. A Editora Lachâtre tem uma característica interessante, a de ser contestadora no próprio meio espírita, principalmente diante dessa corrente literária exploradora e monetarista que assomou o público nos últimos anos, com tanta auto ajuda camuflada de obra mediúnica, ou mesmo espírita, mas que só visa interesses financeiros. Se alguém tiver interesse em constatar isso, basta acessar: http://www.lachatre.com.br/editora.php.
Atualmente estou escrevendo mais um, com enfoque em determinados aspectos do século XIX, como as profundas transformações sociais, principalmente originadas dos movimentos socialistas, assim como os efeitos de novas ciências médicas que começaram a ser aplicadas na época, como o Mesmerismo e a Homeopatia, tão ricamente atacadas pelos céticos de todos os tempos.
Quando penso muito nos céticos da ciência e da relação de soberba que alguns têm diante do espiritismo, não consigo deixar de lembrar de uma piada antiga, sobre a conversa de dois loucos num hospício:
- Cara, descobri quem eu sou...
- E quem você é?
- Sou Jesus Cristo!!
- O quê? É louco mesmo... de onde tirou essa idéia. Quem foi que falou isso?
- Foi Deus...
- O quê? EU não falei nada disso....
Algumas pessoas podem pensar que a doutrina espírita é baseada na mediunidade, na crença na reencarnação e na vida após a morte. Esses assuntos fazem parte da doutrina, sem nenhuma dúvida, e desempenham um papel importante no cabedal de conhecimentos necessários para entender a vida através do seu ponto de vista. Porém, a importância maior sempre será oferecer instrumentos ao ser humano para conquistar melhorias éticas e morais na sociedade em que se insere.
Os céticos costumam achar absurdo acreditar em espíritos, ou teorias que não podem ser provadas na prática, através dos instrumentos da ciência acadêmica. Os céticos não acreditam em Deus, normalmente, e, se fosse pelos obstáculos que colocaram até hoje no desenvolvimento humano, talvez ainda estivéssemos curando doenças com sangrias, afinal, as sanguessugas podiam ser vistas com nossos próprios olhos. (sei que é um exagero, mas a linha de pensamento é coerente).
Não tenho a intenção de levantar bandeiras proselitistas, muito pelo contrário, sou totalmente favorável ao pensamento de Paulo de Tarso: tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. Por isso, essa postagem não tem interesse de abrir uma nova linha de discussão com os céticos, ou contrários a esse pensamento, como aconteceu na postagem e comentários do blog pensar não dói (linkado ao lado). No entanto, de alguma maneira me senti na obrigação de revelar aqui minhas “crenças”. Falo crença, na falta de uma palavra melhor, assim como não há instrumentos melhores, ou eficientes, segundo os céticos, para provar alguns fenômenos psíquicos, ou paranormais. O instrumento que temos são as pessoas. São as pessoas sérias, que trabalham sem interesse maior que não o próprio desenvolvimento como ser humano, e daqueles a quem possam influenciar. Pessoas que não vão se interessar em ganhar um milhão de dólares pra provar que mediunidade é fato, por que já aprenderam que a moeda humana não é um bom indexador evolutivo. Pessoas que não fazem sensacionalismo, nem transformam o espiritismo em meio de vida, nem se aproveitam das pessoas sugestionáveis. Que trabalham quase no anonimato pelo bem. Pessoas que têm algo mais a fazer do que se preocuparem em provar alguma coisa para os que têm a tendência a enxergarem apenas o que lhes convém. Ou de provar fenômenos para os que se colocam acima. Acima do quê? Acima, basta.
É claro que sempre vai existir os que fazem tudo ao contrário e, desta forma, fornecem lenha aos eternos inquisidores em seus pedestais de sabedoria. Faz parte da evolução coletiva. É bom deixar bem claro que não devemos apoiar nossas convicções apenas no que presenciamos ou ouvimos, bem como é preciso saber o que se lê. Há uma imensa literatura séria e de qualidade, e muitos bons exemplos de trabalho no campo espírita, desde que essa doutrina foi organizada, tanto aqui, como fora, embora, às vezes, usando outros rótulos, e talvez até outros métodos. Mas também há muita gente se aproveitando para ganhar dinheiro com isso, infelizmente. Com certeza, esses não são espíritas, ou são espíritas superficiais.
Eu trabalho com mediunidade. Trabalho com um grupo mediúnico há 23 anos, que se reúne toda semana e não é aberto ao público, embora não seja fechado a novos participantes. Não vem ao caso citar as quase inumeráveis provas da reencarnação, mediunidade, e, óbvio, vida após a morte física, que tive neste tempo. Tampouco listar a quantidade de pessoas que foram ajudadas através do trabalho anímico/mediúnico que desempenhamos, sendo que, na imensa maioria dos casos, sem saberem que estavam sendo ajudadas (para que não venham dizer que o efeito foi movido pela sugestão do pensamento). Os participantes do nosso grupo não são loucos, nem são aproveitadores da fé alheia. Somos poucos em atividade sempre, porque nossa estrutura não comporta uma quantidade maior de pessoas, mas, nesse tempo, muitas pessoas passaram pelo grupo. Pessoas normais, de todos os graus de instrução e situação social. Humanos em evolução, aprendendo a transformar suas vidas para melhor, através, principalmente, do conhecimento de si mesmos que a doutrina espírita propicia.
Quando assisti, recentemente, o filme do Chico Xavier, fiquei bastante emocionado, não por rever os fatos marcantes da sua vida, mas por ver vir a público, com bastante seriedade, o que fazemos no anonimato por todos esses anos, guardadas as devidas proporções evolutivas.
Eu tenho 4 romances publicados (ao lado). Um policial, um infanto juvenil e dois embasados diretamente no conhecimento espírita. O último deles, Paris, setembro de 1793, foi publicado pela Editora Lachâtre, uma editora bastante respeitada no meio espírita, que conta com autores como Hermínio Miranda, Luciano dos Anjos, Lígia Barbiere Amaral, Paulo Henrique de Figueiredo, entre tantos (e são muitos), autores sérios, e normais. A Editora Lachâtre tem uma característica interessante, a de ser contestadora no próprio meio espírita, principalmente diante dessa corrente literária exploradora e monetarista que assomou o público nos últimos anos, com tanta auto ajuda camuflada de obra mediúnica, ou mesmo espírita, mas que só visa interesses financeiros. Se alguém tiver interesse em constatar isso, basta acessar: http://www.lachatre.com.br/editora.php.
Atualmente estou escrevendo mais um, com enfoque em determinados aspectos do século XIX, como as profundas transformações sociais, principalmente originadas dos movimentos socialistas, assim como os efeitos de novas ciências médicas que começaram a ser aplicadas na época, como o Mesmerismo e a Homeopatia, tão ricamente atacadas pelos céticos de todos os tempos.
Quando penso muito nos céticos da ciência e da relação de soberba que alguns têm diante do espiritismo, não consigo deixar de lembrar de uma piada antiga, sobre a conversa de dois loucos num hospício:
- Cara, descobri quem eu sou...
- E quem você é?
- Sou Jesus Cristo!!
- O quê? É louco mesmo... de onde tirou essa idéia. Quem foi que falou isso?
- Foi Deus...
- O quê? EU não falei nada disso....
18 comentários:
Parabéns por abrir seu posicionamento! Embora nos meios "néticos" isto equivalha a dar a cara ao tapa dos anônimos, ou dos nem tanto mas que se aproveitam da distância que a coragem alimenta (quem sabe até eu! – mas isto só quando o assunto é política). Achei muito bom seu post, e, jogando limpo, quero dizer que além de usar batina por quatro anos, fui um leitor assíduo e total de Allan Kardec, depois passei por uma longa fase que qualquer psiquiatra chamaria de alucinada, onde descobri que apenas o presente se enquadra na dimensão temporal, onde não há culpas nem planos, dancei como um budista não praticante com rasgos rashinishianos, e acabei com minha “religião” só minha, agnóstica, pragmática, em que o bem, ou fazê-lo, É a sanidade natural, independente da existência divina, de seu prêmio ou de seu castigo. Os esquemas arquitetônicos deste pensar até os faço, e são lógicos, mesmo que vivamos numa simulação matrixial. O dualismo eu enxergo todas as vezes que fecho os olhos... mas, como diz o Arthur, “uma loucura compartilhada é apenas uma loucura”. Que “deus” o conserve assim até que venha o “diabo” com o buçal.
a validade do conhecimento é alicerçar a evolução. Suas experiências, em vários campos, estão posicionando seu pensamento num patamar evolutivo adequado ao momento. O importante é não fechar as portas ao que não se conhece.
olà, Mauro. Muito bom este teu post. Como disse o romacof, deste a cara pra bater, nêgo. Ótimo. Coragem com convicção do que quer e sabe escrever.
Quanto ao que penso, bem, eu não sei nada de mim, nem muito menos dos outros, assim, fico os observando para pode melhor saber quem sou eu.
Longo caminho, meu amigo. às vezes, nem chegamos perto para, realmente, entender o grande manicômio!
abração
Hélio
valeu Hélio. O interessante é que eu sou espírita assumido a tanto tempo que não tenho a impressão de ter dado a cara pra bater. Já virou normal, e quando batem, não fere.
abraço
Aplaudo vc pelo que escreveu e da forma como o fez. Foi um desabafo muito oportuno, as pessoas fazem uma idéia muito incorreta e mistificada do espiritismo. Tem muita gente séria e dedicada à esta ciência.
foi um desabafo? Acho que foi. Como eu disse pro Helio, quando batem, não fere. Mas é engraçado que tem muita gente que ainda bate.
corrigindo erro feio na resposta pro Helio... sou espírita "há" tanto tempo...
Ótimo post, Camargo, parabéns! Acho que as pessoas seriam bem mais felizinhas se não fossem tão cheias de certezas e verdades únicas. E se, ao invés de ficarem debatendo na base do 'eu estou certo, você está errado', fossem mais abertas a tudo o que nos faz tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão semelhantes.
abraço,
Mônica
obrigado Monica. Acertou em cheio, semelhanças e diferenças: o grande laboratório natural do nosso aprendizado. Quando aprendemos a respeitar isso, a vida fica melhor.
Meu amigo Mauro, revirando alguns e-mails encontrei esta mensagem escrita por Wagner Borges do IPPB e tomo a liberdade de coloca-la aqui, acredito ser muitissimo pertinente.
"NA SENDA DO CORAÇÃO – COM AMOR, FÉ E GRATIDÃO
Há muitas coisas feias nos bastidores do mundo, que fazem com que muitas pessoas se desviem do caminho. Muitas coisas que machucam o coração e que fazem o estudante espiritual perder a fé e o brilho de seu coração.
É preciso ter a persistência nessa caminhada espiritual. Porque, muitas pedras são lançadas para bloquear a senda e, até mesmo aquele que está do seu lado hoje, poderá ser amanhã a pessoa que deixará mais uma pedra...
Siga o seu coração, siga a luz de dentro, sem jamais perder a esperança.
Não importa o materialismo exacerbado do mundo, mas o mundo que está dentro de você e o que faz com ele, nesse caminho que acontece dentro do seu coração.
Não é pelo fato de você estar encarnado, nesse momento, que está separado da Existência Maior. Porque, agora mesmo, o seu sentimento está conectado ao Todo*.
A busca do sentimento é estar conectado com Ele.
Algumas situações aconteceram em seu caminho (como acontece com todos), e lhe trouxeram tristeza, e isso machucou sua fé e abalou sua esperança e bondade.
No entanto, a Luz continua em seu coração.
Por isso, perdoe. Não carregue sombras em seus propósitos.
Persistência e vontade firme são fatores essenciais na senda espiritual.
Você é um espírito!
E acender a Luz no coração é amar. É sentir-se pleno e sintonizado na estação do Bem. Portanto, não deixe que nada faça você sair dessa sintonia.
O amor é como um rio... E muitos querem mergulhar em suas águas.
Mas, bem poucos sabem nadar bem nos sentimentos e, por isso, acabam se afogando nos redemoinhos das emoções turbulentas.
Não se engane: você terá que enfrentar muitas coisas que estão dentro de si mesmo. E em cada trabalho espiritual, feito de coração, em espírito e verdade, muitas vezes são libertadas cargas deletérias, ligações escuras do passado, muitas vezes entranhadas nos chacras**.
É isso: em cada trabalho de amor, você liberta o seu próprio coração.
Então, por favor, não faça por menos. Fique na Luz***."
Deixe que os céticos fiquem a beira deste "rio" com suas mãos cheias de "pedras". Um grande abraço, Jean
valeu Jean, obrigado pela visita e comentário.
Bom, eu queria dizer algumas coisinhas sobre este post. Acho que muitos já disseram coisas lindas e respeito do que é ser espírita convicto. Acho mesmo que o Mauro não está dando a cara tapa, não! Eu já vi mais exposição dele e no "ao vivo". Queria ser assim, convicta o tempo todo de tantas coisas, queria não ter medo de tantas outras. E como disse o Irmão Joaquim..."o medo é a falta de fé". mas não quero falar de mim. Só quero dizer que pra mim o que o Mauro escreveu não é novidade apesar de sempre precisar ouvir(ler)isso como que diariamente...assim como homeopatia, sabe? Mas se foi um desabafo, ótimo! Espaço bom esse pra desabafar.Também o faço as vezes no meu blog. Aliás, anda pouco visitado.Sim, por mim mesma.
Mauro, achei genial o Gasparzinho...acertou em cheio na foto. Pura inspiração.
Beijos
o gasparzinho é pra lembrar que o espiritismo considera os fantasminhas camaradas... embora não todos.
Concordo com o irmão Joaquim. Temos pouca fé, mas também temos pouco conhecimento das coisas. Ainda temos muito pra aprender. Isso também ajuda a perder o medo.
Oi, Mauro.
Estou com a "leve impressão" que esse post foi motivado pelo que escrevi em "A boa ciência é e tem que ser radical". Desconfio ligeiramente. :)
Sabe, eu não duvido que existam coisas ainda não explicadas pela ciência. Pelo contrário, eu acho muito provável que a ciência venha a nos surpreender muito, ainda. Mais até do que gostaríamos.
Daí a acreditar que haja algo a nosso redor que se manifesta somente quando não tem nenhum cientista olhando... HOHOHO!!!
Eu gostaria de acreditar que é possível ajudar uma pessoa à distância, sem contato físico de espécie alguma, sem que ela saiba que está sendo ajudada. Seria imensamente reconfortante acreditar nisso. Eu já tentei acreditar nisso. Só que eu nunca desligo a mente inquiridora, então os espíritos, os ectoplasmas, os anjos, os demônios, os exús, as pombas-giras, os orixás, os eguns, as fadas, os gnomos, os elfos e todos os demais elementais - exceto os trolls - se negam a aparecer na minha frente todas as vezes. Se eles não me boicotassem tanto, talvez eu acreditasse na existência deles.
Ah, claro... tem gente que diz que "pra ver, primeiro tem que acreditar". O problema é que isso funciona com qualquer tipo de alucinação.
A parte distorcida dos argumentos que apresentaste, entretanto, não foi sobre tuas crenças religiosas, mas uma falácia do espantalho sobre "os céticos". Foi graças aos céticos que deixamos de fazer medicina com base em "fluidos astrais" e é graças aos céticos que cada vez mais se pratica medicina de resultados.
Também não me senti convencido pela parte em que dizes que pessoas que conhecem este mundo espiritual não vão se interessar por um milhão de dólares. Isso parece birrinha de gente orgulhosa: "sou evoluído demais para ajudar os outros através do dinheiro". Enquanto isso, muita gente poderia ter seu sofrimento aliviado por um milhão de dólares bem aplicado em uma causa digna. Esta me parece uma atitude de gente espiritualmente desenvolvida e sim de quem sofre de orgulho espiritual, que segundo o budismo é um dos maiores obstáculos à iluminação.
"Hein?" - quase posso te ouvir - "Como assim 'segundo o budismo'? Tu não és um cético, Arthur?"
Hehehehe... eu não me prendo a rótulos. Declaro tranqüilamente em que acredito e em que não acredito, só não me dei aindo o trabalho de fazer uma compilação.
Eu acredito - e estou usando o verbo correto, porque não sei se é assim - que o universo possua lógica. Isso me basta. Isso fornece orientação suficiente para que eu defina meu modo de agir no mundo e que eu persevere no caminho da ética, da justiça e da compaixão, embora estas três costumem ter um relacionamento conturbado.
Existe um sutra em que o Buda explica como eu penso. É o KALAMA SUTRA, que pode ser encontrado em várias versões na internet e para o qual eu mesmo estou preparando uma versão que publicarei em breve.
Suponho que essas informações devam remover de mim o manto de "cético empedernido" que sobre mim lançaste. Assim espero. Mas continuo afirmando que não sou um discípulo muito empenhado de São Tomé... ele é fichinha perto de Karl Popper. :)
Arthur, como eu disse no post, não tenho a intenção de fazer isso virar um debate, mas vou estender ainda um pouco mais o assunto.
A impressão que fica no teu comentário é que tá uma grande salada na tua cabeça.
A evolução não se incomoda com um milhão de dólares, e os médiuns, espiritas ou espiritualistas que entendem isso tb não. A aplicação desse dinheiro pode ajudar muitas pessoas momentaneamente, mas não significa que vai causar a evolução das mesma, e o eixo ordenador da vida é a evolução. Espíritos não vão aparecer na tua frente para que vc acredite, não só pq eles têm mais o que fazer, mas tb pq a percepção de elementos não comuns à materialidade é uma condição de um sentido que ainda está começando a aparecer no ser humano e, naturalmente, nem todos têm. Ainda é chamado de mediunidade, percepção extra sensorial, sexto sentido, títulos talvez confusos, mas que definem um sentido que vai se incorporar aos outros 5 que temos, que apareceram e cresceram naturalmente durante a evolução animal. Mesmo assim este sentido vem sendo bastante estudado, mesmo fora do abiente espíritualista.
Os chamados céticos de hj, e de todos os tempos, tiveram a oportunidade histórica de abrir a ciência democraticamente quando romperam com o poder religioso durante o iluminismo, porém, tão logo tiveram o poder, tornaram-se novos inquisidores, de uma maneira semelhante a que Mikhail Bakunin se refere às classes operárias chegando ao poder.
Vc diz que nenhum cientista ainda viu acontecer uma manifestação. Caramba! Foram tantos e tantos os que viram, e tantos que eram céticos e deixaram de ser, no entanto, basta que passem a acreditar para serem taxados de lunáticos. Kapra, Aksakof, Flamarion... é uma lista imensa meu caro, nem cabe aqui).
Tenho a impressão que o que vc ainda não enquadrou na tua mente lógica é uma idéia mais precisa sobre evolução. Para entender a evolução de um ponto de vista espiritual não é necessário acreditar em espíritos, mas é preciso estar aberto a uma realidade não material. Enquanto isso não acontece, e nem é nessário que aconteça, continuamos por aqui tentando ajudar os outros com esses conhecimentos
"A evolução não se incomoda com um milhão de dólares, e os médiuns, espiritas ou espiritualistas que entendem isso tb não."
Ah, tá... então os caras jogam fora todo o benefício que um milhão de dólares poderia trazer para quem necessita muito "porque a evolução não se incomoda com dinheiro"? :-P
Só vale fazer o bem se for sem dinheiro?
Mas então por que aceitam doações?
"Espíritos não vão aparecer na tua frente para que vc acredite, não só pq eles têm mais o que fazer, mas tb pq a percepção de elementos não comuns à materialidade é uma condição de um sentido que ainda está começando a aparecer no ser humano e, naturalmente, nem todos têm."
Onde se localiza este "sentido"? Que órgão ou que estrutura é responsável por ele?
"Caramba! Foram tantos e tantos os que viram, e tantos que eram céticos e deixaram de ser, no entanto, basta que passem a acreditar para serem taxados de lunáticos."
Dizer que viu muita gente diz que viu. Entretanto, como é que ninguém até agora conseguiu levantar uma única prova cientificamente válida de qualquer dos fenômenos alegados? Como é que nenhum destes fenômenos jamais se repetiu em um ambiente controlado para eliminar possibilidade de fraudes? Isso só pode ser ou um complô de espíritos, ou um sinal de que tem algo mal explicado.
nada a responder... ou a argumentar.
Tá, Leão da Montanha. :)
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