(repeti a foto porque a achei ótima)
lá estava ele, o seu guarda, hoje de manhã, na BR 101, numa reta entre Tijucas e Governador Celso Ramos, um pouco escondido, com seu infalível radar mirando os apressados. Fico emocionado com a preocupação da PRF em nos proteger destes famigerados velozes e furiosos do trânsito, principalmente quando se postam em locais como este que citei acima. Em quase trinta anos creio que nunca vi, ou ouvi falar, de um acidente nesta área. Parabéns, bravo soldado, continue nos protegendo!
Vou copiar/colar aqui o comentário que Arthur, do Pensar Não Dói, fez sobre o assunto na minha postagem anterior sobre radares e multas:
Caríssimo, eu já fui multado em uma cidade na qual eu não estava. Entrei com um recurso e a junta avaliadora o indeferiu alegando que eu não provei que não estava lá. Pena que o documento sumiu numa mudança, ou eu digitalizaria a página e postaria a imagem num artigo hoje mesmo.
Mas o problema não é apenas a avidez pelo nosso dinheiro, descaradamente assumida na forma de "pequenos" abusos. O Estado não paga o "ônus a sucumbência" e não pode ser acionado no juizado especial cível (vulgo "pequenas causas"). Ou seja: qualquer ação contra o Estado exige que paguemos um advogado.
Pela tabela da OAB, nenhum advogado te diz "bom dia" por menos de oitocentos reais. Como a maioria absoluta das multas de trânsito fica abaixo deste valor, sai mais barato pagar a multa do que acionar o Estado para corrigir a injustiça. E os fiscais de trânsito sabem disso.
Ou seja: basta tomar o cuidado de sentar à sombra de uma árvore em uma avenida movimentada e escolher placas ao acaso para aplicar multas pequenas e médiasque é garantido que nenhuma ação judicial será movida contra este abuso.
Basta conferir para cada recurso quanto de multas o sujeito tem que pagar naquele exercício, indeferir todos os recursos de quem tiver que pagar menos de oitocentos reais em multas e levar a sério os poucos recursos de quem tem que pagar mais que isso - e forrar os cofres públicos sem medo.
O grande filão da arrecadação:multas! E pra onde vai esse dinheiro? Em hipótese alguma pretendo ser contra a disciplina no trânsito. Excesso de velocidade é perigo imediato, porém, ah! Porém... Na BR 470, a famigerada, foram instalados dezenas de radares no trecho que trafego, entre Balneário Camboriú e Rio do Sul. Certo, é preciso controlar a velocidade para reduzir situações de perigo, mas seria bom se fosse essa a intenção. Nesta estrada, pra quem não conhece, o trecho entre Gaspar e Indaial é como a avenida principal de uma grande cidade, só que com cerca de 50 km. Às vezes demora quase duas horas pra fazer esta distância e ouvi falar que o Governo Federal está avaliando, através do PAC, se realmente precisa ser duplicado. É claro, senadores, deputados e ministros, entre outros bandidos, não trafegam por ali, não têm seus filhos trafegando por ali, não dependem em nada de quem trafega por ali... opa! Dependem, mas vou falar disso no fim da postagem. Tenha paciência...
Nesta BR 470, o principal corredor de ligação entre o Oeste e Leste deste Estado riquíssimo em produtos diariamente transportados do interior para os portos do litoral, existem incontáveis trechos com o acostamento em situação precária. Se fossem construídas faixas adicionais em alguns pontos, não tão poucos assim, ficaria bem menos estressante viajar por ali, mas... o que vemos é o gasto com radares, e creio que não é pouco, só que isso tem retorno garantido. Então eu pergunto, mais uma vez, e parece que vou perguntar sempre: Cadê a cidadania?
Eu sei que estou falando de umas melhores estradas não pedagiadas do Brasil. É isso mesmo, isso não é uma piada. Considerando-se a situação da nossa malha viária, a BR 470 é um luxo, mesmo que monstruosamente horrível e indiscutivelmente uma produtora de óbitos. Mas os esforços do governo, este mesmo que nós colocamos lá, é em render com a situação.
O que acontece é que cada vez mais somos prisioneiros do Estado no Brasil. Abraham Lincoln definiu a democracia como o Governo do Povo, Pelo Povo e Para o Povo... isso faz até rir. Que eu saiba, ao menos no papel que aceita tudo, o Brasil é uma República Democrática (e que fica famosa mundialmente pelo exemplo de democracia na velocidade de apuração dos votos). É isso mesmo, uma República Democrática? Não, não é, porque a intenção monárquica que se dissolveu no coronelismo é manter o povo ignorante dos seus reais direitos, para assim impor deveres, regras que só interessam a quem está no poder. Vivemos uma imensa ditadura da esperteza política contra a ignorância popular. Tudo nos é imposto: o salário do três poderes, a carga tributária inumana, as multas, os radares, a falta de estradas, de transporte, de segurança, de saúde e escola. Isso é democracia ou ditadura? Democracia com voto obrigatório?
Como escrevi acima, somos famosos pela velocidade da apuração das eleições. É que no alto da pirâmide da esperteza de um país em que é infinitamente mais vantajoso economicamente ser político do que professor, o voto é o que mais interessa a eles, os ditadores. Eles que estão lá em cima, e na verdade fazem parte de um só partido político, o Partidão (sim, todos, todos fazem parte de um partido só, o da ditadura civil, são todos amigos) esperam pelo nosso voto como uma criança espera o presente de aniversário. É o bem mais precioso que temos, e eles o querem muito. Logo após fechadas as urnas ficam como crianças roendo as unhas... e pra não demorar, que isto os deixa ansiosos, agilizaram o processo.
Mas, se vivemos oprimidos, sem direitos e com infinidades de deveres, qual a saída? Há mutias, mas a maioria depende demais da vontade do Partidão. No entanto, há uma que não depende, talvez a única. Você que pacientemente lê esta postagem, tem nas mãos esse objeto de desejo dos "ditadores": seu voto. É o bem que mais lhes interessa (por que o pagamento dos impostos é consequência). Você quer escola (a base primordial para a cidadania)? Quer impostos retornando em forma de qualidade de vida? Quer saúde de qualidade e todas essas coisas que logo virão vestidas de novidade quando começar a eleição? Então pense bem no que fazer com seu voto.
O meu eu sei o que fazer: não dou a eles. E se ninguém desse? E se ninguém desse de novo, e mais uma vez, até que fosse necessário eles mudarem o berço esplêndido onde se reproduzem como larvas? E se fosse preciso eles pararem para perguntar: Porra! Afinal de contas o que vocês querem? O que que a gente tem que fazer pra vocês nos darem esta M destes votos?
Eu não tenho tempo pra sair pras ruas e levantar bandeiras. Tenho que suar pra pagar os imposto e ter um mínimo de qualidade de vida. Como fazer então uma revolução? A minha revolução é essa. Sem gritos (ao menos num primeiro momento), sem violência. Uma revolução limpa. Não voto. E não venham me dizer que isso é comodismo, que é não é patriótico. Comodismo? Estou aqui escrevendo e pensando no assunto, e você, que por acaso possa me chamar de alienado político, o que realmente faz pra mudar a situação?
Não voto. Vou pra uma cidade vizinha e justifico minha ausência. Simples e escrito na lei.
Olhe ao redor. Olhe o que você ganha com o governo que tem e que vai continuar (no Partidão). Pense nas multas, nas estradas, nos dólares na cueca, nos superfaturamentos, nos apadrinhamentos e fisiologismos, nos mortos dos hospitais sem estrutura, na delinquência dos jovens que não tiveram escolas... tanta coisa, tanta coisa... Pense, por favor, pense, antes da próxima eleição.
Pense nisso.
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