sexta-feira, 2 de março de 2012

Radar... o retorno.

(repeti a foto porque a achei ótima)

lá estava ele, o seu guarda, hoje de manhã, na BR 101, numa reta entre Tijucas e Governador Celso Ramos, um pouco escondido, com seu infalível radar mirando os apressados. Fico emocionado com a preocupação da PRF em nos proteger destes famigerados velozes e furiosos do trânsito, principalmente quando se postam em locais como este que citei acima. Em quase trinta anos creio que nunca vi, ou ouvi falar, de um acidente nesta área. Parabéns, bravo soldado, continue nos protegendo!

Vou copiar/colar aqui o comentário que Arthur, do Pensar Não Dói, fez sobre o assunto na minha postagem anterior sobre radares e multas:

Caríssimo, eu já fui multado em uma cidade na qual eu não estava. Entrei com um recurso e a junta avaliadora o indeferiu alegando que eu não provei que não estava lá. Pena que o documento sumiu numa mudança, ou eu digitalizaria a página e postaria a imagem num artigo hoje mesmo. 

Mas o problema não é apenas a avidez pelo nosso dinheiro, descaradamente assumida na forma de "pequenos" abusos. O Estado não paga o "ônus a sucumbência" e não pode ser acionado no juizado especial cível (vulgo "pequenas causas"). Ou seja: qualquer ação contra o Estado exige que paguemos um advogado. 

Pela tabela da OAB, nenhum advogado te diz "bom dia" por menos de oitocentos reais. Como a maioria absoluta das multas de trânsito fica abaixo deste valor, sai mais barato pagar a multa do que acionar o Estado para corrigir a injustiça. E os fiscais de trânsito sabem disso. 

Ou seja: basta tomar o cuidado de sentar à sombra de uma árvore em uma avenida movimentada e escolher placas ao acaso para aplicar multas pequenas e médiasque é garantido que nenhuma ação judicial será movida contra este abuso. 

Basta conferir para cada recurso quanto de multas o sujeito tem que pagar naquele exercício, indeferir todos os recursos de quem tiver que pagar menos de oitocentos reais em multas e levar a sério os poucos recursos de quem tem que pagar mais que isso - e forrar os cofres públicos sem medo.


O grande filão da arrecadação:multas! E pra onde vai esse dinheiro? Em hipótese alguma pretendo ser contra a disciplina no trânsito. Excesso de velocidade é perigo imediato, porém, ah! Porém... Na BR 470, a famigerada, foram instalados dezenas de radares no trecho que trafego, entre Balneário Camboriú e Rio do Sul. Certo, é preciso controlar a velocidade para reduzir situações de perigo, mas seria bom se fosse essa a intenção. Nesta estrada, pra quem não conhece, o trecho entre Gaspar e Indaial é como a avenida principal de uma grande cidade, só que com cerca de 50 km. Às vezes demora quase duas horas pra fazer esta distância e ouvi falar que o Governo Federal está avaliando, através do PAC, se realmente precisa ser duplicado. É claro, senadores, deputados e ministros, entre outros bandidos, não trafegam por ali, não têm seus filhos trafegando por ali, não dependem em nada de quem trafega por ali... opa! Dependem, mas vou falar disso no fim da postagem. Tenha paciência...

Nesta BR 470, o principal corredor de ligação entre o Oeste e Leste deste Estado riquíssimo em produtos diariamente transportados do interior para os portos do litoral, existem incontáveis trechos com o acostamento em situação precária. Se fossem construídas faixas adicionais em alguns pontos, não tão poucos assim, ficaria bem menos estressante viajar por ali, mas... o que vemos é o gasto com radares, e creio que não é pouco, só que isso tem retorno garantido. Então eu pergunto, mais uma vez, e parece que vou perguntar sempre: Cadê a cidadania?

Eu sei que estou falando de umas melhores estradas não pedagiadas do Brasil. É isso mesmo, isso não é uma piada. Considerando-se a situação da nossa malha viária, a BR 470 é um luxo, mesmo que monstruosamente horrível e indiscutivelmente uma produtora de óbitos. Mas os esforços do governo, este mesmo que nós colocamos lá, é em render com a situação.

O que acontece é que cada vez mais somos prisioneiros do Estado no Brasil. Abraham Lincoln definiu a democracia como o Governo do Povo, Pelo Povo e Para o Povo... isso faz até rir. Que eu saiba, ao menos no papel que aceita tudo, o Brasil é uma República Democrática (e que fica famosa mundialmente pelo exemplo de democracia na velocidade de apuração dos votos). É isso mesmo, uma República Democrática? Não, não é, porque a intenção monárquica que se dissolveu no coronelismo é manter o povo ignorante dos seus reais direitos, para assim impor deveres, regras que só interessam a quem está no poder. Vivemos uma imensa ditadura da esperteza política contra a ignorância popular. Tudo nos é imposto: o salário do três poderes, a carga tributária inumana, as multas, os radares, a falta de estradas, de transporte, de segurança, de saúde e escola. Isso é democracia ou ditadura? Democracia com voto obrigatório? 


Como escrevi acima, somos famosos pela velocidade da apuração das eleições. É que no alto da pirâmide da esperteza de um país em que é infinitamente mais vantajoso economicamente ser político do que professor, o voto é o que mais interessa a eles, os ditadores. Eles que estão lá em cima, e na verdade fazem parte de um só partido político, o Partidão (sim, todos, todos fazem parte de um partido só, o da ditadura civil, são todos amigos) esperam pelo nosso voto como uma criança espera o presente de aniversário. É o bem mais precioso que temos, e eles o querem muito. Logo após fechadas as urnas ficam como crianças roendo as unhas... e pra não demorar, que isto os deixa ansiosos, agilizaram o processo.

Mas, se vivemos oprimidos, sem direitos e com infinidades de deveres, qual a saída? Há mutias, mas a maioria depende demais da vontade do Partidão. No entanto, há uma que não depende, talvez a única. Você que pacientemente lê esta postagem, tem nas mãos esse objeto de desejo dos "ditadores": seu voto. É o bem que mais lhes interessa (por que o pagamento dos impostos é consequência). Você quer escola (a base primordial para a cidadania)? Quer impostos retornando em forma de qualidade de vida? Quer saúde de qualidade e todas essas coisas que logo virão vestidas de novidade quando começar a eleição? Então pense bem no que fazer com seu voto.

O meu eu sei o que fazer: não dou a eles. E se ninguém desse? E se ninguém desse de novo, e mais uma vez, até que fosse necessário eles mudarem o berço esplêndido onde se reproduzem como larvas? E se fosse preciso eles pararem para perguntar: Porra! Afinal de contas o que vocês querem? O que que a gente tem que fazer pra vocês nos darem esta M destes votos?

Eu não tenho tempo pra sair pras ruas e levantar bandeiras. Tenho que suar pra pagar os imposto e ter um mínimo de qualidade de vida. Como fazer então uma revolução? A minha revolução é essa. Sem gritos (ao menos num primeiro momento), sem violência. Uma revolução limpa. Não voto. E não venham me dizer que isso é comodismo, que é não é patriótico. Comodismo? Estou aqui escrevendo e pensando no assunto, e você, que por acaso possa me chamar de alienado político, o que realmente faz pra mudar a situação?


Não voto. Vou pra uma cidade vizinha e justifico minha ausência. Simples e escrito na lei.

Olhe ao redor. Olhe o que você ganha com o governo que tem e que vai continuar (no Partidão). Pense nas multas, nas estradas, nos dólares na cueca, nos superfaturamentos, nos apadrinhamentos e fisiologismos, nos mortos dos hospitais sem estrutura, na delinquência dos jovens que não tiveram escolas... tanta coisa, tanta coisa... Pense, por favor, pense, antes da próxima eleição.

Pense nisso.
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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tão lindo... tão perto...


às vezes a gente viaja pra longe e, literalmente, passa por cima de belezas tão próximas e acessíveis...
Este é o Salto das Águas, em São Martinho...
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

continue a votar... continue a votar...


passei pelo Crônicas Urbanas, desta eterna menina Mônica (nunca mais chamo de senhora) e andei roubando de lá algumas coisas. O leitor pode passar por lá e conferir a postagem:
http://cronicasurbanas.wordpress.com/2012/02/17/momo/

... fui atrás dos links e fiz minha colheita:

Carnaval já começou para vereadores, deputados e senadoresNão houve votação em Minas ou Brasília nessa quinta-feira. Os poucos parlamentares que apareceram se limitaram a fazer pronunciamentos

Publicação: 17/02/2012 07:08 

Senadores, deputados federais, estaduais e vereadores podem até não gostar de carnaval, mas a um feriado, poucos resistem. Se for possível dar uma esticada, então, é o paraíso. O chamado de Momo, ao menos oficialmente, está previsto para amanhã, mas no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na Câmara de Belo Horizonte o clamor da folia, ou melhor, do recesso, já fez efeito. Na capital, de três comissões especiais para análise de veto previstas para ontem, nenhuma foi aberta. Na Assembleia, a reunião de plenário foi aberta com 28 parlamentares, dois a mais que o necessário. Menos de duas horas depois foi encerrada com cerca de dez deputados, sem nenhuma votação. Em Brasília, o dia nos plenários da Câmara e do Senado foi apenas de pronunciamentos(...)
(...)Na Câmara dos Deputados em Brasilia repetiu-se o cenário de quarta-feira. A maioria dos parlamentares anotou presença, garantiu o salário e foi embora(...)

diante disso o que eu, blogueiro eleitor mais um, posso dizer?
continuem a votar... continuem a votar...
porque todos estes "foliões" sabem que nesta época pouca gente vai dar importância a estas notícias, ou mesmo ler... e mesmo se a maioria lesse, não teriam memória que alcançasse a própria eleição.  

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

greve da PM... QUEM VOCÊ ACHA QUE DEVE GANHAR "MELHOR"?
















tudo bem, é fundamental o respeito à Constituição, mas...

quem é  responsável pela SEGURANÇA NACIONAL?
quanto deveria ser o salário de um POLICIAL?
quanto o governo deveria investir na qualificação do POLICIAL?

SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO... vamos ouvir muito isso na campanha que se aproxima...

de quem é a CULPA por esta situação?

de quem? 

DE QUEM VOTA... de quem escolhe esta cambada que legisla em causa própria e só olha o próprio umbigo. De todos nós.
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domingo, 29 de janeiro de 2012

Mãos ao alto!!! O radar está ligado...


No início de dezembro do ano passado, numa das minhas idas rotineiras para Florianópolis pela BR 101, na descida antes da entrada principal de Itapema havia um carro da polícia rodoviária com um radar móvel. Ótimo! Com tantos malucos em excesso de velocidade, tem que monitorar mesmo! 

O excesso de velocidade é uma loucura sem conta. Já fiz isso e hoje me condeno. Há algum tempo atrás eu poderia achar impossível dirigir na velocidade permitida de 100 km/h da BR 101 aqui em Santa Catarina. Felizmente, descobri que conseguia. Nunca me meti em encrenca por dirigir dos 130 pra cima, mas tenho absoluta certeza que foi apenas por sorte. O único acidente grave que me envolvi estava no limite permitido quando um caminhão invadiu minha pista, logo depois que fiz uma curva (nesta mesma 101). O carro deu perda total, mas eu saí ileso. Considero que sempre tive sorte. Atualmente navego por aí na base dos 100 e descobri algo muito interessante: chego em qualquer destino muito menos cansado, muito menos estressado. Além de exigir um nível menor de atenção, tenho a sensação que fico dentro de um fluxo energético comum das estradas. Parece que excedendo a velocidade há um atrito com este fluxo energético que nos desgasta intensamente. Eu sei que não é fácil pra muita gente sentar num objeto de poder (que quase sempre não têm na vida social) e não se alucinar. Tantos cavalos malucos, loucos pra dispararem ao toque do pé direito... então vamos lá, direto para o corredor da(s) morte(s).

Por isso é ótimo vermos radares controlando os tresloucados. Mas seria ótimo mesmo se a intenção fosse somente educar o trânsito (e olha que considero que, pelo menos por enquanto, a melhor forma de educar é  pelo bolso). É totalmente contra a cidadania, imoral mesmo, usar os radares para melhorar os cofres do poder público. Um verdadeiro assalto. 

Nos quase 30 anos que trafego pela 101 aqui no estado, jamais vi algum acidente onde a polícia rodoviária colocou o radar na entrada de Itapema. Jamais vi uma situação de perigo. Acontece que ali é uma descida onde é preciso frear para manter o carro nos 100 km/h. Felizmente eu freio, por isso passei ileso, mas a maioria das pessoas que não correm, que se cuidam no trânsito, deixam o carro rolar um pouco numa situação como essa, e podem se ferrar. Por que não vão monitorar os locais com reincidência de acidentes? Qual a intenção de se colocar radares em locais assim, senão nos assaltar mais uma vez? Dirigir pelas nossas estradas já é uma afronta à cidadania, considerando a carga tributária que pagamos. As poucas estradas são de má qualidade e quando são boas, da-lhe pedágio! (quantas estradas novas estão sendo construídas no Brasil?)

Neste mesmo mês de dezembro de 2011 fomos até Blumenau num domingo e, perto das 11 horas, passando por Gaspar, vimos que a polícia tinha parado um carro com alguns jovens na pista contrária. Logo em seguida vimos um carro com radar. Fomos embora, dentro do limite permitido, pois consegui incorporar isso à rotina das estradas. Grande surpresa foi descobrir que fomos multados por excesso de velocidade neste trecho, naquele dia. Uma viagem de domingo tranquila, sem pressa nenhuma, sem nenhum risco, e os cofres do governo se abastecendo do pouco que temos de entretenimento. Que piada de mal gosto! 

Na semana passada a Grasiela foi levar a mãe na rodoviária em Florianópolis e parou o carro na área de embarque e desembarque. Deixou o pisca-alerta ligado e desceu com a mãe para ajudar levar a mala; viu o horário do ônibus e voltou para o carro, que já estava devidamente multado. Os policiais passam com frequência pelas inúmeras arapucas urbanas montadas na cidade com essa intenção (e haja arapuca assim em Florianópolis!). Enquanto ladrões explodem caixas eletrônicos, arrombam carros, invadem casas, os policiais circulam pelas arapucas da cidade, montadas para faturar em cima da nossa pressa e necessidade. 

Levantem as mãos, caros leitores, cada vez que saírem de casa, principalmente se estiverem com seus carros. O assalto vem de quem deveria nos proteger.

obs... (pós escrito) vale mais um tempinho e ler o comentário do Arthur nos comentários...
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

depois de um tempo

Não veio ninguém
Passou o dia
Solto a fita da janela
Corro os dedos na cortina
Fecho os olhos
e o ouvido vai buscar algum som
Uma esperança de pedra rolada
Na estrada
Por onde não veio ninguém
Recolho os pratos
Dobro a toalha
Espero
Respiro
O silêncio nos permite lembrar que respiramos
Guardo os doces
Amanhã?
Apago a luz da sala
e chego a pensar em apalpar o silêncio
de tão denso
parece um corpo estendido na escuridão
derramado sobre o tempo
sobre as imagens que se desvanecem
em retratos que vão perdendo a cor
memórias débeis
corro
fecho rapidamente a porta do quarto atrás de mim
é preciso
para que mais nenhuma solidão venha junto
já basta a dos outros retratos
colados na retina
que teimam em não perder a cor
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

silêncio




às vezes a alegria me visita
tardo em percebê-la
ainda mais em entendê-la
fora os desatinos do riso
não estou habituado a ela
mora em mim mais facilmente a tristeza
habita as horas longas do pensamento
segura e silenciosa
não gosta de palavras
corre nas minhas veias blindando brechas
por onde se infiltrar outras insanidades
às vezes a alegria me passeia
quase mais na pele, por fora
me estremece, arrepia
e se entra
é como um vento que passa e vai embora
pode até bater janelas
me fazer falar besteiras
ou só falar
voar papéis
quebrar cristais
mas a tristeza é hábil com as trancas
a casa é sua
me limpa rápido da desordem
coloca tudo em seu lugar
depois senta no sofá do canto
e brinca de arranjar as palavras mudas
no grande álbum das coisas
que eu não devo mais falar

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

CAOS NO TRÂNSITO


Queridos vereadores, prefeitos, deputados caseiros e nacionais, governadores, senadores, presidentes (é, no plural mesmo), gostaria de dizer que fiquei muito contente nestes dias de férias por vê-los em seus carros (normalmente humildes) parados nas filas dos infinitos congestionamentos da nossa IMENSA malha viária. Fiquei ainda mais feliz ao vê-los comportadamente nas filas, sem ultrapassar pelo acostamento, pagando os pedágios, cedendo passagem... que lindo!!! Senti minha cidadania recompensada a ponto de não me importar com as horas perdidas, afinal, não foram tão perdidas: os casais tiveram mais tempo para conversar; os filhos inventaram brincadeiras incríveis; novas amizades foram feitas por aqueles que não têm ar condicionado no carro e mantêm a janelas abertas... e muitos aprenderam que não há porque se estressar em cumprir horários, porque isso pode causar mal à saúde. Parabéns, queridos representantes públicos! Vou continuar votando em vocês com alegria no coração e certeza de que, se não podem contribuir para um Brasil melhor nas áreas básicas de transporte, educação, saúde e segurança, é porque o país é pobre, falta dinheiro para quase tudo. Temos que entender que somos apenas a sexta economia do mundo (passamos a Inglaterra... e olhem a quantidade de problemas semelhantes que a Inglaterra passa). Começo 2012 realmente emocionado com a galhardia dos nobres homens públicos, que dividiram conosco, de perto, no local, esta dificuldade.

imagem do blog http://www.mtaqui.com.br
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!!!




Mais calma! Acima de tudo, mais calma. Tem muita coisa para fazermos neste 2012 que dizem que vai ser o último. Que último, minha gente? A situação está tão drástica que parece mesmo que as pessoas estão preferindo que tudo acabe. Não vai acabar! Mesmo que um meteoro nos atinja e a praia vá parar na beira da casa do meu cunhado em Rio do Sul (ele mora num morro bem alto), não vai acabar. Mesmo que outro planeta passe alucinado pelo meio do sistema solar, não vai acabar. Simplesmente porque não acabamos. Num livro que li dizia assim, ou parecido com isso: a grandiosidade de Deus se mede também no fato de que, onde quer que estejamos, em qualquer plano da Criação, sempre haverá um chão aos seus pés e um céu sobre sua cabeça. Então não se aflijam em buscar preocupações mirabolantes (ao menos alguns que as têm), e olhem com cuidado os problemas reais mais próximos, que continuarão existindo em 2012, e mãos à obra. Tanta coisa, tanta coisa. Mas é muito importante, muito importante mesmo, que comecemos por nós. Um pouco mais de calma na avaliação dos outros, um pouco mais de franqueza nas nossas auto-avaliações. Um pouco mais de bom-dias, de boas-noites, de sorriso e paciência. Um pouco mais de bondade e verdade. Ah! Como a verdade tem feito falta no mundo! As pessoas vivem de pequenas mentiras para se protegerem, ou grandes para se darem bem. Como são infelizes os que têm facilidade em percebê-las! Então que se minta menos, mesmo que se tenha que dar a cara pra bater. A verdade dói, e faz ferida, mas cicatriza rápido. A mentira é purulenta e demooooora muito mais a cicatrizar. Um pouco mais de sonho, mas não o sonho de enriquecer rapidamente e sanar com dinheiro todos os problemas. O Jobs estava cheio da grana e garanto que não conseguiu fazer com ela tudo o que queria, fora tantos outros casos. Vamos sonhar com coisas possíveis de acontecerem e firmar pé neste sonho, sem “segredos” ou fórmulas mágicas. Vamos sonhar com a alegria, que é infinitamente particular a cada ser humano. Viagens, encontros, cursos, promoções, perdões, reencontros... vamos sonhar com aquilo que realmente nos fará bem. E vamos nos abraçar mais e comprar menos presentes. Ah! Que me desculpem os comerciantes, eles precisam viver de vendas, mas o consumismo faz a gente perder tanto tempo se preocupando com objetos e depois correndo atrás pra comprar esses objetos, que nem conseguimos conversar mais. Quem sabe também as pessoas possam ver menos novelas e conversar mais... tá bem, tá bem... gosto é regalo da vida, e se a ideia é ser feliz, cada um que seja feliz como gosta. Até porque, alguém pode dizer que é para ver menos futebol e conversarmos mais, então... mas vamos nos abraçar mais, e trocar pelo menos um pouco a necessidade de dar objetos pela necessidade de dar um abraço sincero e carinhoso. Isso faz tão bem, e não custa nada no bolso... tudo bem que muitos acham bem mais fácil passar o cartão, digitar a senha ou assinar o cheque do que abraçar, porém, quem disse que tudo tem que ser fácil na vida? É bem pra isso que ela serve: mudanças. Mudanças de hábitos, de estilos, de manias, de sapatos, de teimosias. Ano que vem, mais abraços e menos dívidas. Ano que vem um pouco mais atenção com quem não tem alegria, seja criança ou velho, em abrigos ou asilos, em hospitais ou em casas, mergulhados na solidão. Isso custa tão pouco e deixa a alma tão leve. E não nos esqueçamos da calma, o mundo está precisando muito dela. Também um pouco mais de cultura. Caramba! O que tem de livro rodando por aí sendo pouco lido (prometo que não falo de novo das novelas). No Brasil mesmo é um susto. O que tem de filme bom passando poucos dias na semana porque não tem público; e peças maravilhosas sendo vistas por pouquíssimos privilegiados (algumas vezes eu, graças a Deus!).  E tanta música, tanta gente fazendo música linda, cantando lindamente, compondo lindamente (não se preocupem, não vou falar de sertanejo, pagode e funk, entre outros...), mas que não conseguem ouvidos para ouvi-los. Um pouquinho mais de atenção aos talentos e menos conversa fiada quando alguém cantar pra caramba num bar, se possível. Tanta coisa pra mudar. Ah! É claro, essencial: um pouco, ou muito mais atenção na hora de votar (tem alguma eleição ano que vem, né?). Se o cara não apresentou um projeto verdadeiro de trabalho depois de eleito, não vote, mas não vote mesmo. Por favor, não vote em alguém por que é menos ruim, isso é o fim. Se for o caso, não vote. O não votar também é uma arma. Nas últimas eleições foram 30% de não votos. 30% é um índice grandemente revelador de insatisfação. Se você fizer parte dele, alguém vai querer saber os motivos. O ensino agradece, a saúde, o transporte, a segurança, a cidadania...  Ai, ai... não era pra falar em política, mas taí... falei, tá falado... O que mais? Sim, claro, o mais importante de tudo, que comecei a falar lá atrás e perdi o caminho: olhem pra dentro, descubram-se. Eu sei que não é fácil, mas pára aí, né? Até quando, eu pergunto, até quando vamos viver sem sabermos quem realmente somos, quais nossos principais defeitos e eventuais virtudes? Pra isso é preciso se recolher ao silêncio do coração, fechar suas portas por dentro, tirar o pano da frente do espelho da verdade que tem lá dentro e se olhar sem medo, sem medo, sem medo, sem medo. Jamais cresceremos se não tivermos coragem de nos olharmos como realmente somos. Façam, garanto que terão grandes surpresas. No mais... se abracem, se beijem, se amem, falem, viajem, sorriam, não furem filas, não queiram tirar vantagens, brinquem com seus filhos, escutem seus pais, lembrem com carinho de quem já foi... amem, amem com mais vontade, e um grande FELIZ ANO NOVO!!!