sábado, 3 de novembro de 2012

anjo


meus dedos deslizam leves
na pele imaginada
e sinto a delicadeza do arrepio contido dentro da alma
meus lábios tocam os lábios 
o sonho se reparte em espera e vontade
desejo e solidão
e penso haver alguma loucura calculada
nos olhos desta mulher
silenciosos como a madrugada

AnJo DupLo 

beijo seus seios
seu peito se apressa, descompassa
corro meu sonho no seu corpo
e sua vontade pensa fugir
correr para alguma distante primavera
não a prendo
tampouco aprendo
não se pode prender um anjo do silêncio
e a vejo debater-se
como se meus braços fossem a prisão 
de todas seus desejos não revelados
então, aflita
entende que tenho já as mãos amarradas
presas na cabeceira da ilusão
não mais a toco
e o que a prende
a sufoca
é a  saudade
das noites de amor 
que aos poucos substituiu por solidão...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sandy, a Globo e suas cortinas de fumaça... sinistro.


to me sentindo meio bobo, quer dizer, um pouco além do normal... Em 2010 boa parte do vale do Itajaí ficou debaixo dágua, foi outra catástrofe enorme, que anda cada vez mais comum por aqui. Rio do Sul, entre outras cidades, no alto vale, foi quase devastada, com água passando pelo telhado do segundo andar das casas. Por coincidência, aconteceu esta tragédia bem na época dos 10 anos do 11 de setembro e a rede globo já babou ovo demais naquele episódio. Praticamente não foi mostrado o que estava acontecendo aqui, porque os holofotes da mediocridade (da rede do BBB), estavam voltados para as agruras do tio Sam. Não que não tivesse importância, mas entre as dores do país que é o imenso buraco negro da economia mundial e as nossas, é claro que temos que cuidar das nossas. Agora o que estamos vendo? A foto acima mostra Cuba, também atingida pelo Sandy, e o que se falou de Cuba, ou de outras regiões atingidas, na Globo? O tio Sam tem de sobra para reorganizar a vida de todos os envolvidos na tragédia, e têm enorme obrigação moral de fazer isso, pois de longe são os principais causadores dos distúrbios globais (sem trocadilhos) do clima. Só tá faltando a Globo lançar campanha humanitária para ajudar as vítimas. E o que tá rolando aqui, na terrinha? Alguém já viu alguma notícia nesta famigerada emissora sobre o que tá acontecendo com os índios Guarani-Kaiowás? Pelo menos eu não vi. Que puxassaquismo declarado é esse? Que cortina de fumaça estão mais uma vez levantando? Tentando esconder o quê? Resultados práticos do julgamento do mensalão? Será isso que se tenta esconder, agora que é o vamos-ver pra valer das condenações? Não sei... pode ser tanta coisa, neste amado país que virou cancro da corrupção em todos os níveis. Alguém que é mais esperto que eu, dá uma ajuda...

Ah! a foto eu peguei de uma postagem do Jean Neves no face, e o texto tá fazendo eco aos protestos do Norberto Presta, também no face... 
.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Porque viajar é preciso

não gastem seu dinheiro com coisas tolas. Gastem com coisas necessárias em primeiro lugar, principalmente para manter sua consciência equilibrada e sua vida em sociedade ajustada. Mas, por favor, fechem os olhos para etiquetas, marcas, símbolos tolos de status... a vida não pede isso. Viajar é muito mais barato do que a maioria pensa...



sábado, 20 de outubro de 2012

As sementes da ignorância... de quem é a culpa?


Hoje, 20 de outubro, fui assistir a uma partida de futebol americano do meu filho na cidade de Itapema, vizinha de Balneário Camboriú. Parei o carro na rua ao lado do campo, num local alto e de boa visão e resolvi assistir ao jogo dali mesmo. Pouco tempo depois, estacionou a poucos metros de mim outro carro, do qual desembarcaram 4 pagodeiros (pelo menos era a música altíssima que estavam ouvindo). Abriram o porta malas e o som se espalhou ainda com mais vontade. Tudo bem, estávamos na rua, em local público e dentro de um horário permitido. Na tampa do porta malas havia uma garrada de vodka e outra garrafa pet, com algum líquido dentro, o qual foi logo consumido na mistura. Um dos pagodeiros, então, sem nenhum constrangimento, jogou a garrafa pet no barranco (sim, não era calçada, porque o campo era quase na área rural), sendo que, algum tempo depois, entraram no carro e se foram (para alívio dos meus ouvidos). A semente da educação do grupo ficou ali, fazendo conjunto com outras muitas sementes já antes jogadas, por  outros tantos ignorantes das regras normais de convivência e proteção ao meio ambiente. 
De quem é a culpa?
A culpa é de um sistema social onde a educação é precária, onde os professores são muito mal pagos e desrespeitados até como seres humanos. A culpa é de um sistema social onde não existe nenhum incentivo à cidadania; onde não há nenhuma obrigatoriedade real de crianças frequentarem escolas. Tudo isso acontecendo num círculo vicioso que vira moto-contínuo, onde mentes brilhantes se preocupam mais com novas regras gramaticais do que com a escolaridade voltada para a cidadania e bem estar social. 
A culpa é do sistema social vigente, que, por sua vez, é de responsabilidade do governo, que, por sua vez, é de responsabilidade dos políticos eleitos para exercer o governo, que, por sua vez, é de responsabilidade nossa os nomes que colocamos atrás do teclado deste imenso caixa eletrônico chamado Brasil, onde o saque é infinito e ininterrupto. 
Então, de quem é a culpa? 
Nossa.
A culpa é do nosso voto desorientado, que por sua vez... 

Em tempo: não tenho nada contra os pagodeiros, embora tenha muito contra o pagode.

Em tempo: eu queria começar a postar sobre minha viagem ao Pays Cathare, mas não consegui deixar passar o assunto...
.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

voar com a TAP... ai, começou mal!!!


...os manos mais velhos do lado de lá do Atlântico não podem mesmo reclamar de fazermos piadas com suas trapalhadas. Estou tentando considerar piada o que a a TAP fez conosco, embora o assunto decaia fácil para o desrespeito ao consumidor. 
O problema é que compramos passagens de Florianópolis à Tolouse com a TAP. Não compramos passagens fracionadas por trechos. Fechamos a compra incluindo saída e chegada em Florianópolis, sabendo que o voo sobre o marzão sairia de Campinas (do dia 30/09 estes voos passarão a sair de Guarulhos, mas o nosso é para o dia 27/09). Acontece que o voo de Florianópolis vai para Guarulhos e, como nada havia explicado no site da TAP, imaginamos que haveria um translado de Guarulhos para Campinas. Pois é, não tem!
Na verdade, a TAM oferece translado do aeroporto de Guarulhos até o de Congonhas e deste até Campinas, porém, o ônibus que vai para Campinas sai as 18:40 e o nosso voo é 21:40. Em São Paulo, com esse mundaréu de carros e pencas de congestionamento, dá pra arriscar? 
O que vamos ter que fazer é comprar passagens de ônibus por conta própria, com outra empresa que faz este trajeto (Guarulhos/Campinas), para não corrermos riscos. 
Vá lá que eu não sou de ter muitas milhagens aéreas, mas tenho viajado um pouco por aí, então pergunto: alguém já viu isso? Comprar uma passagem de um trecho inteiro, e ter que se virar por conta própria pra que esse trecho seja mesmo inteiro?
Pior ainda que entramos em contato com a Anac e a atendente demonstrou nunca ter lido o manual básico de sobreviventes das companhias aéreas. Não sabia que pela lei da própria Anac a companhia aérea é responsável por eventuais translados entre aeroportos. 
Que sensação ruim de ser logrado.
.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cultura... pra quê?






A gente é obrigado a ouvir um monte de balela durante a cada vez mais hipócrita campanha eleitoral. Carreatas, passeatas, buzinaço, alto-falantes ensurdecedores e foguetórios. Cartazes pra todo lado, panfletos embaixo da porta, no vidro do carro...  e é a hora da virada, a hora da mudança... é tanta mentira antiga que nem tem mais roupas novas para vesti-las... No fim de semana teve um comício pertinho da minha casa e ouvi (porque era impossível não ouvir) estas palavras do candidato a vice:

"faremos novas creches, porque é preciso, e também é necessário..."

Espaço físico e sonoro usado a favor ou contra nossa vontade... Porém, ah! porém... quando o assunto é cultura, quanto descaso!

Vejam abaixo o que li no VC REPÓRTER (terra)... Não é aqui da minha  cidade, mas é assim em todo lugar...

Uma ONG de São Paulo foi proibida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM-SP) de distribuir livros gratuitamente no Viaduto do Chá, região central de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Em nota, o órgão informou que a ocupação do espaço público da cidade requer autorização prévia da subprefeitura da região, e que estava cumprindo a lei.
Chamada de "Bienal Relâmpago", a ação foi idealizada pela organização não governamental Educa São Paulo, com o objetivo de protestar contra o "descaso com relação à situação das bibliotecas públicas da cidade". O ato, no entanto, foi coibido pela GCM ainda durante a madrugada.
De acordo com Devanir Amâncio, que preside a ONG, o grupo trazia, em um caminhão, caixas de livros, uma lousa e duas cadeiras - que seriam disponibilizadas para pessoas idosas. Por volta das 23h20 do domingo voluntários descarregaram a primeira caixa no local onde a distribuição aconteceria. Amâncio conta que quatro policiais da GCM abordaram a equipe e ordenaram que o material fosse colocado de volta no caminhão baú, que transportava mais 8 mil livros. Eles seriam organizados e distribuídos na manhã de segunda-feira pela ONG.
A ação dos guardas, de acordo com Amâncio, intimidou os voluntários. Um dos representantes da GCM teria dito, ainda segundo o presidente da ONG, que o material que não fosse devolvido ao caminhão seria retirado do local como entulho.
A nota da Guarda Civil Metropolitana diz também que " prefeitura apoia e estimula manifestações culturais e artísticas em todas as regiões da cidade, e por isso definiu regras claras para que os artistas possam se apresentar nas ruas da cidade". Entre estas regras, está a necessidade de se requerer autorização municipal para utilização do espaço público do município.
Para o presidente da ONG, a ação "não atrapalharia ninguém" e serviria de protesto pacífico; envolvia poucas pessoas, não tomaria grande parte do espaço público e teria finalidade social.
Iniciativa deve virar ação itinerante
Apesar da confusão, a ONG não desistiu de distribuir os livros. Segundo a Educa São Paulo, a "Bienal Relâmpago" será transformada em um projeto móvel, que pretende utilizar duas peruas que percorrerão locais movimentados da região central da cidade oferecendo livros, ainda nesta semana.
.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Gavinhas




Ouvi os passos miúdos pelo quarto e a cortina balançou suave. Dez anos de uma solidão compartilhada. Todos que estamos ainda juntos ficamos solitários sem seu riso. Encosto o rosto no vidro da janela e a vejo vindo pela rua, trazendo seus livros, sonhos e soluções para nossas ansiedades. João casou e mora longe, mas vem sempre que pode. Tereza passou no vestibular e fica ainda mais 5 anos comigo, quem sabe? Tiago está com amigdalite. João foi o que mais sofreu. Tinha 16 anos. Onde coloquei a cartela de antiinflamatório? Tiago dorme e esquece de tomar. Por falar em esquecer, esqueci de levar o carro pra revisão e Tereza esqueceu que ando esquecido, não me lembrou que tinha que levar. Dez anos de uma solidão compartilhada, e esquecimentos, do que se pode esquecer. Dez anos de lembranças diárias, horárias, do que jamais vamos esquecer. Faz dois dias que está chovendo e tem uma pilha de roupas pra lavar. A manchinha da pele esta coçando muito, ela falou. Posso marcar o médico? Ah, não, esta semana não, tenho que preparar tantas aulas. Vamos marcar o médico? Esta semana também não posso meu querido, muitos alunos ficaram para recuperação. A ferida parou de coçar? Sim, quer dizer, não coça tanto... mas dói um pouco. Metástases. Ela sorriu ao apertar minha mão antes da última cirurgia. Eu vou voltar, meu querido, eu vou voltar... mesmo que este corpo não resista, eu vou voltar. Tereza esqueceu de levar o cachecol e a chuva trouxe o frio. A noite vai ser fria e Tiago ainda não melhorou da garganta, além do mais, agora está com tosse. João ligou dizendo que pretendem ter um filho, ou filha. Aline parou com o anticoncepcional. Dez anos de solidão compartilhada. Quantas vezes ela falou que não queria ser avó antes do tempo! O médico segurou meu ombro e seus olhos molhados dispensaram as palavras. Foi como uma flor que o ramo não conseguiu prender. O vento do destino soprou mais forte. O vento do destino arrancou as gavinhas que me prendiam ao sonho de amá-la para sempre, onde quer que estivéssemos. Fiquei balançando no tempo, sem sustentação. Parece que o destino não entende muito de amor. Meia noite. Tereza beijou o namorado e subiu, Tiago acordou com a tosse e João está embalando o sonho de multiplicar a vida. No meu colo o livro está pendente da mão espalmada, também perdida num carinho esquecido no tempo. Você trouxe água? Já escovou os dentes? Quer esse travesseiro que é mais alto? Esta temperatura está boa pra você... pego mais uma coberta? O sono bate, a mão escorrega e os passos miúdos percorrem o quarto. A cortina balança suavemente com o vento do passado. O raciocínio mistura fatos e possibilidades. Uma luz acende na sacada, esqueci a porta aberta. Que luz? A lâmpada da sacada está queimada faz tempo. Não é nada, só estou sonhando. A porta abre-se um pouco mais, mas não tem vento. Tiago tosse. Tereza beija minha testa e diz pra eu dormir na cama. Ela não viu a luz na sacada? Apagou a luz do quarto, mas está ainda mais claro. Fechou a porta, mas não viu que a da sacada está escancarada? Sonho? Quase nunca sonho com ela. Eu tento, peço, rezo... não consigo. A luz aumenta, como uma grande lâmpada que se movimenta. Entra pela porta largamente aberta e me domina, me aquece. Acordo. Levanto. Não, ainda estou sentado ali, no sofá de leitura. Mas estou de pé. Ela sorri, parada em minha frente. O coração dispara. Eu não disse, meu querido, que eu voltaria? Aquele corpo se foi na voragem do tempo, todos os corpos de carne e osso se vão, mas nós, que nos amamos, nunca vamos junto com eles. Venha meu querido, teu corpo ainda é forte e vai demorar a partir, mas precisa descansar. Venha meu querido, essa noite é um presente para nós... vamos caminhar um pouco, não temos muito tempo, logo já vem o dia... mas antes, deixa eu ver se o Tiago está com febre, não saia daí... 

.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vergonha à espanhola

Sites espanhois, Basquete, Brasil x Espanha (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)


quando o técnico Bernardinho escalou um levantador que não era levantador, no mundial de volei da Itália (que o Brasil ganhou), a imprensa mundial "caiu de pau". A imprensa brasileira foi junto na malhação. É necessário lembrar que o levantador titular estava doente e estávamos somente com o Bruninho para o restante da competição. Se o Bruninho estava ou não com inflamação de garganta, como foi justificado, nem vem ao caso, porque jogando, poderia se contundir a qualquer momento. Se eu fosse técnico, meu time estivesse classificado e ganhar fosse pior, correndo o risco de ficar sem levantador para o resto da competição, faria a mesma coisa. 

Agora, larga diferença se abre em relação à atitude da seleção de basquete espanhola, que abriu escancaradamente o jogo no último quarto para perder para o Brasil. Perdendo escapou de Argentina e, principalmente, EUA. Perdeu propositadamente. Não tinha jogador machucado precisando escalar reservas. Perdeu para se dar bem. Abriu mão da ética em prol da vergonha. E a imprensa? O que fez a imprensa internacional? Pior ainda, o que fez a imprensa brasileira, que só sabe bater na própria bunda? 

Imaginem se fosse ao contrário e los hermanos de ego imenso estivessem na situação do Brasil. Podem ter certeza que estaríamos ouvindo horrores. A imprensa espanhola moveria os anéis olímpicos de tanto gritar. A imprensa internacional reservaria a primeira página para nossa vergonha. Parece que a nossa merece ser destacada, enquanto a deles é pra passar batido.

Que vergonha, Espanha! Quando se veste a camisa de um país, veste o país inteiro e cada um de seus habitantes.

Parabéns, Brasil! Mesmo porque, não teríamos nenhuma outra opção. Se perdêssemos, ainda que suássemos sangue em quadra, algum babaca iria botar a boca no mundo dizendo que foi armação.
.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

LITERATURA NACIONAL... atrás da última estante...


- Por favor, onde está a estante de literatura nacional?
- Logo ali, senhor...na última estante deste corredor, virada para a parede...

... é bem isso que encontramos na loja da Saraiva do Shopping Beira Mar em Florianópolis. Fizeram mudanças e reorganizaram, creio que pela importância que dão a cada setor, a loja toda. A estante de literatura nacional, com toda nossa magnifica e heroica trupe literária, está de costas para o público. De frente temos a literatura estrangeira, muito bem destacada, além de gastronomia, quadrinhos, turismo e segredos da vida... lamentável. Lamentável como somos tratados, pela maioria dos que nos publicam, pela imensa maioria dos que nos vendem. Lamentável. Ponto.

domingo, 24 de junho de 2012

ALOR... por Cristina Sarraf

           
matéria publicada no jornal Leitura Espírita, edição 02. 

           Um romance é um romance e não um estudo. Um romance de ficção científica, além da ficção que o caracteriza, traz informações ou supostas informações científicas.
           Mauro Camargo nos surpreendeu com o romance Paris, setembro de 1793 e muito mais com O magneto, revelando-se um grande romancista, inigualável nos dias atuais. Agora, mostrando flexibilidade e coragem de inovar em sua carreira, edita pelo Instituto Lachâtre, Alor, um romance de ficção científica.
           Mauro Camargo continua conseguindo com facilidade nos levar a "vermos" os locais e cenas que cria - ou capta? - sem prolixidade, num estilo fluente, forte, objetivo e contemporâneo, mas que nos remete aos grandes romancistas, pela qualidade de sua literatura e pelo inusitado dos temas e tramas. A impressão que fica é de que as palavras que formam as frases estão prontas para ele, que só as pega e transporta para a linguagem escrita, a fim de que possamos desfrutar do que elas compõem.
           Sendo espírita, o autor utiliza de informações de espiritismo para delinear a mentalidade e os raciocínios de alguns personagens. Mas não espere aulas de espiritismo. Não! Isso não acontece e, por ser um romance, uma ficção, também encontraremos as interpretações e opiniões espíritas destas pessoas. Ou seja, poderemos discordar, mas são a forma deles pensarem...
          Pessoas com suas vidas, suas dúvidas, problemas e virtudes, moram em uma cidade litorânea no sul do Brasil. Muitos são pescadores e Mauro Camargo nos dá uma grande quantidade de informações e termos próprios de quem vive da pesca, bem como das características de sua forma de viver. É bem interessante. 
          Um desses pescadores, o jovem Mino, descobre, em uma ilha de difícil acesso, seres que não consegue identificar se são espíritos ou extraterrestres. Sua morte súbita, deixando um herdeiro cuja existência a família não conhece, dispara uma série bem atraente de situações. Seu irmão mais novo, testemunha confidente de sua vida e aventuras, é agora depositário de uma parte da solução do mistério da Ilha. 
          Agora, adulto e médico, é esse irmão quem narra os fatos. Ele trabalha orientando e tratando jovens que se drogam. E é um deles, com capacidade  de desdobramento consciente, quem ajudará na solução do mistério, na medida em que, fora do corpo, contata com os seres que estão naquela ilha. 
         Surpresas e um interessante enredo abrem as portas para uma leitura que nos prende e deixa muitos questionamentos, sugestões de pesquisas e, sobretudo, chama para a utilização de potenciais humanos pouco valorizados nessa nossa sociedade pragmática e imediatista.
         E um ponto se destaca, tocando-nos fundo a alma: entender as necessidades que levam alguém às drogas, mas não perder de vista que essa pessoa não é um "drogado", como costumam ser classificados e rotulados. São pessoas, espíritos reencarnantes, que estão nessa situação por razões específicas, mas têm recursos, qualidades, sentimentos e potencialidades que, se forem acessados com amor e respeito, desvendam valores que abrem oportunidades de superação, renovação e qualificação social. E, nesse aspecto, Alor não é uma ficção científica. É a mais pura realidade psicológica, filosófica, científica e moral.

CRISTINA HELENA SARRAF  desenvolve atividades educacionais espíritas, é responsável pelo Curso de Princípios Doutrinários do Espiritismo e pelo jornal do CEM. www.jornaldocem.com.br 

mais informações sobre o livro em:

http://www.lachatre.com.br/loja/index.php/alor.html
.


terça-feira, 19 de junho de 2012

precisa falar alguma coisa?



bem, alguma coisa precisa...
Maluf, não pode deixar o Brasil; ele está na lista dos mais procurados da Interpol e fez parte de outra lista recentemente, do Banco Mundial. A lista se chama "Os grandes casos de corrupção". Maluf é acusado de movimentar US$ 140 milhões de forma ilegal, relatou o Banco Mundial.

Ele não deveria estar em listas, mas de listras... com um número no peito.

Esta foto é a prova contundente de que o único e exclusivo interesse que os que comandam o Estado têm em relação a nós é o voto. O resto é consequência... a consequência que os enriquece.

O MEU voto eles não levam... até agora, nenhum deles.


humorpolítico.com.br
.

domingo, 17 de junho de 2012

Serra do Lopo e os queijos de cabra...


De Bragança Paulista até a Serra do Lopo é bem pertinho. Pela cidade de Extrema, já em Minas, a gente sobe... sobe... sobe, e lá no alto da Serra do Lopo a gente vê o mundo.

















Tem duas rampas de vôo livre, uma para o lado de Extrema (MG), outra para o lado de Joanópolis (SP). Descemos pelo lado de Joanópolis por uma estrada incrível (um pouco perigosa, é claro, mas linda). 

O Alexandre e a Nanci mais uma vez nos surpreenderam com o restaurante escolhido: chegando em Joanópolis tem um restaurante inusitado, o Delícias do Bosque. 











É um sítio de criação de cabras e produção de queijos e derivados do bichinho.


 Um local realmente bucólico e lindo, com queijos de cabra
maravilhosos e pratos principais sofisticados. 
















Depois viemos costeando a represa de Jaguari na volta pra Bragança... e pensando em voltar logo...
.

sábado, 2 de junho de 2012

o carro da Sandra foi furtado.





furto a pessoa tira escondido o objeto do outro- artigo 155

roubo a pessoa toma o objeto do outro com violência - artigo 157


Então foi furtado, na frente da casa e, como ela disse, ainda passou pelo constrangimento de fazer um boletim de ocorrência e ser tratada com desdém. Quando furtaram minha maleta de trabalho ano passado, no estacionamento de um restaurante (quebraram o vidro traseiro), o policial que me atendeu falou: Sem chances de encontrar... e quando eu perguntei se tinha como melhorar a imagem do carro do ladrão, que a câmera de baixa de resolução do estacionamento pegou, ouvi a fantástica frase: tá pensando que aqui é CSI? Não tava pensando não, tava na cara que era bem Brasil. Fica sempre aquela sensação que a polícia faz de tudo para que você desista logo, para que, se eles encontrarem o produto do furto, ou roubo, poderem partilhar. Infelizmente nos sentimos assim, e me desculpo com todos os policiais honestos. 

Mas o fato é que o carro da Sandra foi furtado. Um corsa branco, duas portas, 99, MAM 5105. A Sandra é atriz de teatro e, como a grande massa crítica dos brasileiros, rala pra caramba e trabalhou até maio para pagar os impostos que lhe cabem. Qual retorno tem a Sandra por estes impostos? Ela tem plano de saúde, os filhos estudam em faculdade paga (e todos ralam pra pagar), não tem transporte adequado para substituir o carro para trabalhar e sofre agudamente a terrível falta de segurança que vivemos. (acabei de gastar uma boa grana com sensores e cerca elétrica no meu apartamento, que tem uma varanda no primeiro andar). Saúde, educação, transporte e segurança. Os quatro pilares que sustentam a cidadania. Gente, que merda!!! Nós não temos nada!!! Nós pagamos muito, mas esta corja de políticos que nos suga monstruosamente, instaurando no Brasil uma "ditadura democrática" jamais vista, leva tudo. Leva tudo mesmo, o dinheiro e a cidadania. 


Não deram esperanças pra Sandra de recuperar seu carro. O quanto precisaria parar de ser roubado (sim, roubado e não furtado, porque a violência moral como somos roubados justifica o termo) para que a polícia fosse  limpa,organizada, eficiente, equipada, bem paga? Quanto precisaria parar de ser desviado pela corrupção generalizada para que tivéssemos erguidos os outros três pilares? 
Isso parece mesmo falar ao vento. Estas cobranças já viraram parte da paisagem e ninguém mais liga. Será mesmo que o nosso futuro é trancado em casa comprando comida, fazendo cursos e falando com amigos pela internet, enquanto os bandidos dominam as ruas? Ah... não só as ruas, mas também os plenários, gabinetes...
.
.

terça-feira, 22 de maio de 2012

redução do IPI dos carros... alguém me explica isso?


A ideia é aumentar a oferta de empregos. Tudo bem, como vemos na foto, essa história de automação é balela. A indústria automobilística gera "milhões" de empregos diretos, de tal maneira que, com a redução do IPI dos carros, vai melhorar tanto a economia da população que não haverá riscos de inadimplência de quem  os financia (palavras do ministro). 

Alguém pode me dizer o que está acontecendo? Será possível que tá todo mundo engolindo isso só porque vai ficar mais fácil comprar ou trocar seu brinquedinho de estimação?

Se a ideia é gerar empregos, por que o governo não vai direto ao âmago da questão e investe pesado no desenvolvimento da construção civil? A quantidade de empregos diretos desta área é infinitamente maior  do que a da indústria automobilística e geraria bem estar social de amplo espectro. Baratearia a casa própria, baratearia o aluguel, e daí sim sobraria mais dinheiro para o empregado comprar seu brinquedinho de 4 rodas (ou 2 rodas), e ainda com mais dignidade. Mas sobraria para comprar muito mais coisas... já que tudo que existe hoje tem que ser comprado mesmo.

Por que o governo não facilita a construção de rodovias, para que as empreiteiras que realmente vivem do trabalho honesto possam construir estradas, para que os carros, que os empregados da construção civil passarão a comprar, tenham efetivamente onde rodar, onde estacionar... Isso não aumentaria sobremaneira o nível do emprego no país?

Então que balela é essa? Que engambelação é essa? Será que só eu que acho que mais carros geram mais IPVA, mais gasolina e alcool, mais multas? Será que sou só eu que acho que as montadoras internacionais (e todas são) veem no Brasil um filão inesgotável de renda, e por isso estão com a carteira aberta para financiar o corporativismo do poder público?

Será que só eu que acho que o protesto, que seria natural de quem pensa, não acontece porque mexe com o sonho de consumo da massa crítica?

Alguém que conheça mais do assunto que eu, este pobre cidadão que pensa que sabe pensar, por favor, me explica.
.

domingo, 13 de maio de 2012

silêncio


Há momentos tristes
De silêncios profundos
e lembranças embaçadas
há lágrimas que nunca caem
nunca se revelam
porque há palavras que também
nunca são faladas
e há vontades que nunca passam
porque há pessoas que nunca ouvem
nem se dão
há coisas que ninguém sabe
que existem em nós
becos, labirintos
lamaçais
e solidões
há coisas que ninguém tenta saber
quanto mais andar nos becos
se perder nos labirintos
sujar os pés
ou perguntar
porque esse silêncio é tão profundo
e dissipar um pouco da solidão
quanto mais...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cântico Negro


uma poesia escrita há 87 anos... uma homenagem a José Régio (nasceu em Vila do Conde, em 1901 e licenciou-se em literatura em Coimbra), este português que como nenhum outro expressou o que normalmente me vai na alma... até não sei porque ainda não a tinha postado.
o traço marcante da poesia do autor, que também foi romancista, são os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

aos que passarem por aqui:

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
.

domingo, 6 de maio de 2012

entre o verde e o cimento

.

Balneário Camboriú é conhecida por sua beleza (aqui não tem só baladas). Temos uma praia principal longa e calma e, pelo que se fala, a prefeitura está trabalhando para diminuir a poluição. Além desta, temos várias outras, limpas, lindas. A cidade é dinâmica e bem organizada, porém, árvores só no calçadão da praia. Encontra-se uma ou outra por aí, mas a maior parte das ruas é asfalto e cimento. Se alguém tiver a paciência de ver a cidade de cima pelo google earth, vai ver uma mancha cinzenta no meio do verde (porque a natureza ao redor é exuberante). Mas isso não é "privilégio" nosso. Conheço muitas e muitas outras cidades onde se prioriza o cimento, o que causa bolsões de calor insuportáveis no verão. Por que ainda há o pensamento que árvore e cidade não combinam? Por que não há um "re" florestamento das nossas cidades? No Uruguai, na Argentina, no Chile, quando olhamos as cidades de cima no google earth vemos exatamente o contrário. Como normalmente são regiões mais áridas, as cidades são grandes manchas verdes. Então podem dizer que lá, por ser árido, é necessário ter mais árvores. Mas eu pergunto: qual a diferença? Cidade é cidade e a árvore que não incomoda lá não vai incomodar aqui, muito pelo contrário. Por que optamos pela marquise para fazer sombra e não pela árvore, como se quiséssemos deixar bem claro que quem manda na cidade é o homem e não a natureza (como se o homem não fizesse parte dela). 


Tem corrido por aí a notícia que em Porto Alegre,que tem regiões muito arborizadas, a rua Gonçalo de Carvalho ganhou o título de "a rua mais bonita do mundo"

gon�lo

Rua Gonçalo de Carvalho ganhou fama internacional pela internet. Após ser tema de publicações em dois blogs relacionados às árvores, ela ficou conhecida como a “rua mais bonita do mundo” e agora é ponto turístico para aqueles que visitam Porto Alegre.
Decretada Patrimônio Histórico, Cultural, Ecológico e Ambiental do município em junho de 2006, os seus quase 500 metros de túnel verde ficaram conhecidos não só pelas árvores, mas também pela ação dos moradores locais pela preservação.
Em 2005, quando uma empreiteira queria construir um estacionamento, trocar o paralelepípedo pelo asfalto e derrubar algumas árvores do local, moradores e adminiradores da rua se uniram para impedir o projeto.
Depois da mobilização, o caso foi para a justiça e a construtora desistiu do estacionamento. Pouco tempo depois a rua virou Patrimônio ambiental de Porto Alegre.
foto e texto de http://www.ibahia.com/
Rua Gonçalo de Carvalho, Patrimônio Cultural, Histórico e Ambiental de Porto Alegre.
Vejam no texto que foram moradores da rua que se uniram, enquanto que a administração pública ou se omite, ou joga contra. Nesta onda do Veta Dilma, pensando na preservação das nossas matas, não seria o momento para começarmos a pensar com seriedade em trazermos a mata para a cidade?
.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Gi é única, mas ainda bem que existem Gis por aí... a vida fica mais leve.

    
Divulgação

A cantora Giana Cervi estará em turnê estadual, em maio, divulgando “Cirandinha”, seu recente trabalho, gravado em CD e DVD ao vivo, no Teatro Municipal de Itajaí. Os shows serão realizados nos teatros do Sesc, às 20h, em Joinville (03/05), Jaraguá do Sul (04/05), Florianópolis (05/05), Criciúma (06/05), Lages (08/05) e Chapecó (09/05). A entrada é gratuita.

A mistura de ritmos e a busca pelo novo marcam este trabalho da cantora catarinense, que além de contar com a banda formada por grandes músicos da região, contou também com a participação especial da cantora Leila Pinheiro.

Sem dosar na irreverência, Giana Cervi une a qualidade da Música Popular Brasileira a uma linguagem pop e contemporânea. O repertório é formado, em sua maioria, por canções inéditas de grandes compositores catarinenses e traz também, músicas de Suely Mesquita e Victor Ramil, músicos renomados da MPB. Além disso, a cantora ainda revisita clássicos de Noel Rosa e Paul Whiteman.

Na turnê estadual a cantora será acompanhada pelos músicos Edilson Forte (Piano), Ricardo Pauletti (Violão), Duda Cordeiro (Baixo) e Mário Júnior (Bateria). Em junho, ela parte rumo a Europa, iniciando sua turnê em Portugal, para apresentar o trabalho autoral e temas consagrados da Música Brasileira, acompanhada pelos músicos Evandro Hasse (metais) e Chico Preto (percussão).


copiado de http://fcc.sc.gov.br/index.php?mod=pagina&id=13345&grupo=282
.